Quantcast
5

Ty Segall

Emotional Mugger

Ty Segall, 2016-01-19

EM LOOP
  • Californian Hills
    Diversion
    The Magazine
Pedro Miranda

As férias parecem ter feito mal à carreira solo do prodigioso multi-instrumentista e apontado príncipe do rock alternativo, Ty Segall.

Dois anos depois do célebre “Manipulator”, e após uns bons meses dedicados aos Fuzz, que contaram inclusive com passagem por Portugal (e nos quais o output foi, francamente, bastante superior), Ty retorna com um álbum que soa a desajeitado, desconexo, sub-trabalhado e, em algumas instâncias, plenamente desagradável ao ouvido. Se é facto que o músico procura embelezar o seu rock grosseiro e barulhento com mudanças de métrica, diversificação de timbres e algumas faixas que fogem ao seu registo habitual, é verdade também que estas acabam por soar mais a prestidigitação para distrair que a verdadeira habilidade.

Nos melhores momentos, quando se rodeia de camadas mais firmes e holísticas de overdrive e puxa pelos tons mais agudos da sua já nasalada voz, assemelha-se (mais que o costume) a John Dwyer, seu mentor e principal impulsionador e o frontman dos Thee Oh Sees. Tais momentos encontrar-se-ão em “Breakfast Eggs”, “Diversion” ou “Candy Sam”, bem como nos solos de guitarra – geralmente bastante bem conseguidos – que coloram, aqui e ali, as faixas do disco.

Mas com uma sonoridade desmembrada, que retira qualquer tipo de ameaça maior às suas guitarras, composições geralmente medíocres e versos tipicamente epidérmicos, é difícil conceber um contexto em que “Emotional Mugger” se torne mais do que mais um na longa e ainda precoce discografia de Ty Segall.