Os Crown Lands juntaram-se com três produtores dos Rush, além de gravarem com uma das baterias de Neil Peart, para editar dois estrondosos temas de homenagem às lendas canadianas e ao seu famigerado baterista.
Os Crown Lands, dupla canadiana, lançaram um vídeo para uma nova malha, “Context: Fearless Pt. 1”, e há uma história e tanto por trás dela. A banda trabalhou na canção durante anos e gravou algumas demos com o produtor Terry Brown, que trabalhou com os Rush desde o seu álbum de estreia, em 1974, até “Signals” de 1982. Depois, após refinarem a estrutura da canção na estrada, levaram-na para Nashville, para trabalhar com Nick Raskulinecz, que co-produziu os dois últimos álbuns de Rush, “Snakes & Arrows” (2007) e “Clockwork Angels” (2012).
Um dia antes do início das sessões de Nashville, chegou a notícia de que Neil Peart tinha morrido. Os Crown Lands estavam prestes a cancelar a sessão, mas Raskulinecz enviou-lhes uma mensagem de texto, que dizia: «vocês precisam de carregar a tocha – vocês precisam de vir gravar».
Raskulinecz montou um kit de bateria (que estava armazenado no estúdio) que Peart tinha usado no álbum “Snakes & Arrows 2007” para o baterista e cantor Cody Bowles tocar numa sessão a que se refere como «a experiência mais espiritual da minha vida». Para completar o triunvirato dos produtores de Rush, a banda ligou então a David Bottrill – que trabalhou em “Vapor Trails Remixed”, de 2013 – para gravar as vozes.
As ligações Rush não terminam aí. “Contex: Fearless Pt. 1” é um tributo sónico literal à lendária banda canadiana, um épico em várias partes, com secções que fazem referência ao clássico de ’81 “Red Barchetta”, com o vídeo a incluir um Rickenbacker double neck ao melhor estilo de Geddy Lee e com uma referência directa ao Príncipe By-Tor, personagem da épica malha dos Rush “By-Tor And The Snow Dog”.
O vídeo em si é outro épico prestando homenagem aos romances de fantasia e ficção científica e a este tipo de cinema na década de 70. Como o realizador Blake Mawson descreve: «Quando os Crown Lands me abordaram para trabalharmos num segundo vídeo juntos, fiquei impressionado com o alcance da visão que tinham em mente para o seu próximo lançamento. No vídeo, os Crown Lands viram-se a si próprio como viajantes espaciais numa missão diplomática para espalhar música a novos mundos. Uma espécie de fábula espacial retro-galáctica. Entre as suas escalas nesta viagem está uma civilização em ruínas num planeta onde a música e a esperança se tinham perdido durante gerações».
Tudo isto seria, só por si, bastante espetacular, mas há mais. A dupla lançou também “Right Way Back”, um tributo a Neil Peart. «Trata-se da sensação de tentar continuar do ponto onde os teus heróis pararam», diz Bowles.
Cody Bowles e Kevin Comeau fundaram os Crown Lands em 2015. Em 2016, editaram o seu trabalho de estreia, o EP “Mantra”. No ano seguinte chegou o EP “Rise Over Run”. Em 2020 chegou mais um EP, “Wayward Flyers Vol. 1” e o primeiro longa-duração, o homónimo “Crown Lands”.