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Jorge Jesus Solidário com Mundo da Música: «Os Artistas Têm de Trabalhar»

Jorge Jesus Solidário com Mundo da Música: «Os Artistas Têm de Trabalhar»

Redacção
SLBenfica.pt

Jorge Jesus, treinador do Benfica, afirma que o mundo não pode parar e que as pessoas precisam de voltar ao futebol e aos concertos.

Com várias salas de espetáculos a enfrentarem tremendas dificuldades, depois das manifestações dos profissionais do audiovisual em Lisboa e no Porto, sector que já prometeu endurecer a sua posição, o mundo da música, basicamente parado pela pandemia, ganhou ontem um inusitado aliado.

Na flash interview, tradicional no final dos jogos, do encontro entre Benfica e Standard Liége para a Liga Europa, Jorge Jesus foi questionado sobre a ausência de público nos estádios de futebol e manifestou solidariedade com o mundo da música: «Com regras, é mais difícil ser contagiado num estádio do que em casa. É em casa que os contágios acontecem. Temos de ser felizes e temos de viver. Não podemos parar. Não é só o futebol, também são os artistas, que têm de trabalhar, cantar. Está bem, ok, temos de nos prevenir e temos de ser testados – eu sei que nem todas as actividades podem ser testadas como nós, no futebol».

Segundo dados a que a AS teve acesso, e que resultam de um levantamento realizado recentemente com o intuito de se criar a Associação Portuguesa de Salas de Programação Musical (APSPM), em apenas 23 salas do país (incluindo uma no Funchal e outra em Ponta Delgada), foram realizados, em 2019, 2.290 concertos e 4.143 dj sets/live acts, num total de 6.433 actuações, que significaram, em termos de público, um total de 1.065.382 ingressos. E estas salas, que ainda assim não representam a realidade global do país, dão emprego directo a 607 trabalhadores, dos quais 228 têm contrato e os restantes 379 são prestadores de serviços.

As salas de pequena dimensão não têm condições físicas para funcionar ao abrigo das medidas de segurança actualmente em vigor. Continuam fechadas e muito perto do abismo. E nem os apoios públicos parecem ser suficientes. Resta reinventarem-se com novos modelos de parcerias e programação. É o que algumas estão a fazer, unidas numa nova associação que pretende evitar o fim do circuito musical independente. Se não acabar… vai mesmo ter de mudar. Ainda este mês teve lugar a iniciativa #aovivooumorto: Circuito, a nova associação que pretende salvar 27 salas nacionais de programação de música.

O sector dos profissionais do audiovisual também continuam em enormes dificuldades, mesmo depois das manifestações em Lisboa, que a AS acompanhou de perto, e no Porto. A Associação Portuguesa de Serviços Técnicos para Eventos (APSTE) vai avançar para novas acções de protesto, que poderão ser «mais incómodas» caso o Governo não avance com medidas de apoio ao emprego na retoma, ao investimento, bem como medidas fiscais, para as empresas do sector.

Quantos a concertos e digressões adiadas e canceladas… Os prejuízos não são peaners.