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Maroon 5 sem artifícios no Passeio Marítimo de Algés

Maroon 5 sem artifícios no Passeio Marítimo de Algés

Redacção
Tiago Cortez [EIN]

Os Maroon 5 deram início à sua tour europeia em Portugal com um concerto no dia 13 de Junho de 2023 no Passeio Marítimo de Algés.

(Não foi permitida à Arte Sonora a habitual reportagem fotográfica)

Muito longe da mega-produção apresentada por The Weeknd, há uns dias no Passeio Marítimo de Algés, quando entramos no recinto parece que já estamos no NOS Alive. A verdade é que falta pouco menos de um mês, o Palco Clubbing já está montado no sítido do costume e o concerto de Maroon 5 é dado na estrutura do palco do Festival.

Ao entardecer a banda sonora é feita ao som de Mailbox e da holandesa Davina Michelle que desempenhou bem o seu papel para uma banda de abertura, poderosa voz, boa banda, energética e canções que nos entretém. Usando fórmulas já bem conhecidas, como pedir para irmos para o chão e o famoso “jump, jump”, que serve sempre para acordar a plateia, que acedeu ao pedido. Cantou ainda a cover que a deu a conhecer ao grande público, a versão de Pink!, “What About Us” que teve a aprovação da própria e que a partilhou dando a conhecer Davina.

Sendo um concerto em nome próprio, há um pouco de desilusão com o palco que temos à nossa frente, mas a culpa não é dos Maroon 5 é dos megalómanos palcos de The Weeknd ou da mega produção de uns Coldplay.

Não foram dadas pulseiras luminosas, não há confettis, nem bolas voadoras ou fogo de artifício e apesar de composto, o concerto não está esgotado, havendo algumas clareiras, inclusive na Golden Circle. Em palco, apenas a banda, ecrã e pouco mais, e às vezes é só mesmo isso que é preciso. Já dizia o nosso Salvador: «A música não é fogo de artifício, é sentimento.»

E aos fãs da banda chega-lhes mais de 20 anos de carreira e uma lista invejável de êxitos e de refrões orelhudos, que até quem diz não gostar da banda, sabe cantarolar. Os Maroon 5 não são um caso de uma banda pop rock “one-hit-wonder” e começam a noite logo em alta com “Moves Like Jagger”, “This Love” e “Stereo Hearts”, disparando, depois de alguns solos de guitarra na “língua” de palco por Adam Levine, “One More Night”, “Animals”, “Love Somebody”.

O guitarrista James Valentine é um dos elementos da banda que ganha mais protagonismo depois de Levine, bons riffs são despejados em canções como “Lucky Strike”, “Harder to breathe” e “Sunday Morning”.

Adam Levine é carismático e esforça-se para dar tudo aos fãs, mas vocalmente denota algumas falhas e ao fim de algumas músicas demonstra algum cansaço como no mega-hit “Payphone”. Mas quando se tem um coro de milhares de vozes connosco, este facto pouco ou nada importa.

Em “Heavy” deixa-se o pop rock um pouco de lado, e com o groove e soul de PJ Morton nos teclados e dividindo os vocais com Levine oferece-nos um excelente momento e com “Memories” aparecem os mares de luzes de laternas que tornam sempre uma balada ainda mais bonita.

Há ainda quem peça a Levine para tirar a camisa, ao que o músico responde que estava demasiado frio. E confere!

No encore, Adam Levine e James Valentine oferecem um momento intimista. Apenas com uma acústica nas mãos de Valentine, Levine acede a um pedido dos fãs para tocarem algo mais oldschool e improvisa um “Won’t Go Home Without You”, comentando que na América os fãs não gostam desta música e por isso o espanto ao ouvir um belo coro a acompanhá-lo. E foi bonito. Segue-se “She Will Be Loved” no mesmo registo acústico.

Era tempo de dizer adeus com “Girls Like You” e “Sugar”. Com um alinhamento deste calibre, os Maroon 5 podem continuar por mais 20 anos, arrastando multidões por onde passem.

Moves Like Jagger
This Love
Stereo Hearts
One More Night
Animals
Love Somebody
Harder to Breathe
Lucky Strike
Sunday Morning
Payphone
What Lovers Do
Makes Me Wonder
I Wanna Be Your Lover (Prince cover)
Heavy
Maps
Memories
Don’t Wanna Know
Daylight
Encore:
Won’t Go Home Without You
She Will Be Loved
Girls Like You
Sugar