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Roger Waters vence disputa legal e vai tocar em Frankfurt

Roger Waters vence disputa legal e vai tocar em Frankfurt

Rodrigo Baptista

O concerto tinha sido cancelado devido a alegações que defendiam que Roger Waters teria posições anti-semitas.

Roger Waters venceu a batalha legal que o impedia de se apresentar em Frankfurt para dar um concerto da tour que passou Portugal “This Is Not a Drill Tour”.

O ex-líder dos Pink Floyd tinha concerto marcado para o Festhalle, no dia 28 de Maio, mas a autarquia da cidade de Frankfurt cancelou o espetáculo devido às opiniões do músico sobre Israel.

Apesar do cancelamento, Waters sugeriu num post no Instagram no início deste mês que iria a Frankfurt «de qualquer maneira.» Waters apresentou também uma foto do túmulo de Sophie Scholl, uma estudante alemã e ativista anti-nazista que foi decapitada na guilhotina em 1943 por distribuir folhetos anti-guerra pela Universidade de Munique.

O post também sugere que Waters entrou com uma ordem formal contra a autarquia de Frankfurt, mas não obteve resposta. Várias petições foram assinadas umas contra e outras a favor do concerto na cidade, a petição a favor contava com nomes como Nick Mason, Tom Morello, Eric Clapton, Peter Gabriel e Brian Eno.

Agora, o tribunal administrativo de Frankfurt decidiu que Waters pode avançar com o concerto.

Embora reconhecendo que há aspectos do seu espetáculo que são «de mau gosto» e obviamente carregados de simbolismo inspirado no regime nazista, o tribunal citou a liberdade artística entre as principais razões para a decisão, como relata o The Guardian.

As autoridades da cidade de Frankfurt e de outras partes da Alemanha opuseram-se ao concerto, alegando que numa tour anterior tinha sido apresentado como parte do espetáculo um balão em forma de porco em representação da estrela de David e de vários logótipos de empresas.

Parte das suas críticas estavam relacionadas com o local do concerto, onde durante os “pogroms” de Novembro de 1938, mais de 3.000 homens judeus foram presos, abusados ​​e posteriormente deportados para campos de concentração, onde muitos deles foram assassinados.

Contudo, o tribunal disse que apesar do seu espetáculo fazer uso de «simbolismo manifestamente baseado no regime nacional-socialista», cuja falta de gosto disse ter sido agravada pela escolha do Festhalle como local devido ao seu contexto histórico, o concerto deveria ser «visto como uma obra de arte» e que não existiam motivos suficientes para justificar a proibição do concerto de Roger Waters.

O ponto mais importante, segundo o tribunal, foi que a performance do músico «não glorificou ou relativizou os crimes dos nazistas ou identificou-se com a ideologia racista nazista», e também não houve qualquer evidência de que Waters usou material de propaganda no seu espetáculo.