Fotoreportagem SonicBlast Fest 2022: Temple Fang, El Perro, Toxic Shock, PutoVC
Foram quase três anos para regressar um dos mais peculiares festivais de rock em Portugal.
Mudou-se do local original, para escassos três quilómetros a Sul. Perdeu a piscina, mas ganhou muito mais oceano e uma vila mais completa. Agora, o SonicBlast está na Praia da Duna do Caldeirão, Âncora, concelho de Caminha, distrito de Viana do Castelo. A primeira noite foi complicada, confusa, muita gente a querer já integrar a família do Sonic e naturais filas, para lá da falta de espaço para estacionamento.
Agora o festival tem três palcos, um deles na zona de alimentação, a funcionar nas pontas dos horários. Ontem, dia 10 de Agosto, a Warm Up Party foi por lá e durou até às tantas. Temple Fang, El Perro, Toxic Shock e Misleading eram os nomes anunciados para a festa.
Na realidade, PutoVC foi o convidado de última hora, face à impossibilidade dos lisboetas ShiMa actuarem. No recurso veio Ricardo, baterista de Mr. Miyagi, que trouxe um novo projecto, PutoVC, onde toca guitarra e se faz acompanhar de bateria. Rock pesado, cantado em português, com o penúltimo tema da noite, a ser dedicado a Jaime San, guitarrista de Mr. Miyagi, falecido em 2020.
Os holandeses Temple Fang trouxeram o psych rock do disco de estreia, «Fang Temple». Surpreenderam e foram, claramente, a banda da noite. Jevin De Groot é um encantador de guitarras, partilhando ainda os vocais com o baixista Dennis Duijnhouwer, frontman assumido. Um grupo a rever e manter debaixo de olho. Sinal óptimo para perceber as descobertas que ainda vêm a caminho, nos três dias de festival.
Já El Perro, banda de Parker Griggs de Radio Moscow, ficou aquém das expectativas. Pela altura da sua subida ao palco, o recinto já estava quase pelas costuras. A tenda onde supostamente se assistiria aos concertos, estava já preenchida desde o primeiro acorde de PutoVC, mas com El Perro mesmo a zona descoberta tinha a circulação dificultada. Como El Perro ainda regressa ao recinto principal, na sexta-feira, dia 12, espera-se que a sua actuação tenha sido apenas um ensaio para algo maior.
Se o público entrou em debandada após a actuação dos norte-americanos, muitos foram os que se prepararam para o hardcore dos belgas Toxic Shock. “Knock, knock/Who’s there? /Toxic Shock”, revela toda a festa que Wouter Verhaegen trouxe de volta a terreno português. O caos instalou-se e o crossover ganhou o palco, com segurança a ter de gerir espaços, entre muito mosh e stage diving.
A noite entrou pela madrugada para receber os nacionais Misleading. Os stoners vieram já a fechar uma festa de recepção que foi a mais forte em todos estes dez anos de festival. Muito fica prometido para os próximos dias.