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Viriatada 2022 #10: Solar Corona, Gala Drop, Ganso, Elisa Rodrigues e Mais

23/10/2022

Aqui está mais uma ronda de Viriatada, o espaço que a AS dedica aos lançamentos da música portuguesa.

A música nacional merece ser partilhada. Existem novos lançamentos todos os dias, todas as semanas, todos os meses, e qualidade é coisa que não falta! A nossa rubrica Viriatada reúne alguns dos destaques da música portuguesa todas as semanas. Poupamos-te o trabalho, só tens de visitar a Arte Sonora, conhecer, ouvir e partilhar.

SOLAR CORONA | “Pace”// Segundo tema de avanço para o novo disco de originais dos Solar Corona. “Pace” é a faixa que dá nome ao disco por conter nela todos os elementos sónicos que definem a nova etapa do coletivo. “É a música mais minimalista que alguma vez fizemos, deixando de parte os riffs e baterias cavalgadas, para deixar espaço para os synths e dubs, sobre um pulsar de baixo e hi-hats“, adiantam, então deixam o conselho: “pode ser desfrutada em viagens de comboio, sistemas de som que vos envolvam e altos-astrais.” Os Solar Corona são José Roberto Gomes (baixo), Nuno Loureiro (dub/fx/synths), Peter Carvalho (bateria) e Rodrigo Carvalho (guitarra/synths). Pace foi gravado e masterizado nos Quiksilver Studio por Mako e José Arantes, e misturado e masterizado por este último, O disco estará disponível, em formato digital e vinil. O pre-order do disco pode já ser feito no bandcamp da editora.

GALA DROP | “Monte do Ouro”// Volvidos oito anos desde “II, muita coisa mudou nas nossas vidas e na dos Gala Drop, com várias mutações pelo caminho a ditarem momentos de pausa, reflexão e novas perspectivas de um som que também tem sido ele mutável ao seu próprio ritmo e agenciamento, pautado pelo núcleo duro constituído por Afonso Simões e Nélson Gomes. Da triangulação com Rui Dâmaso, que transitou do último LP, nasce um novo enfoque para música dos Gala Drop do qual resultou Amizade, que faz jus ao nome numa celebração com vista panorâmica mas nunca dispersa sobre a cartografia que a banda tem explorado com um já patenteado entender e jogo de cintura. A cidade hipnose e expansividade do kraut, o espaço transviado do dub, a pulsação da house, os sonhos das baleares, as latitudes polirrítmicas e a sintonia de encontros e epifanias reais ainda possíveis na cidade. E todo esse vasto campo de conhecimento reaparece aqui novamente, sempre permeável a novas inspirações e guinadas, mas de forma ainda mais sucinta e canalizada a uma música que, hoje em dia, podemos apenas entender como de Gala Drop. Com o trabalho em trio a potenciar essa mesma direcção, gravado numa residência promovida pelo gnration em Braga, Amizade revela todo o potencial psicadélico da banda em sete temas concisos, de labor minucioso não-forçado, feitas de cascatas de sintetizador, linhas de baixo líquidas, muita percussão em linha ténue entre o orgânico e o electrónico, ecos, guitarras pausadas e um sentimento esfuziante que irradia. Tudo é revelado.

MARIANA DALOT | “Círculo”// Depois de se ter dado a conhecer com os singles “no final”, “coisas simples” e “contigo”, a cantora e compositora Mariana Dalot apresenta “círculo”, o seu álbum de estreia que conta com a produção de Pity, dos The Black Mamba. A música fez parte desde sempre da vida de Mariana Dalot, que fez o seu percurso escolar no Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga e no ensino secundário tirou o curso de Formação Musical, tendo estudado piano, flauta transversal e voz. Em 2015 mudou-se para Londres, onde fez a formação superior em Popular Music Performance – Vocals no conceituado British and Irish Modern Music Institute. Depois das primeiras experiências na cidade londrina com diferentes estilos fora do Clássico, e a tocar em banda, a cantora decide regressar a Portugal em 2018, onde começa a escrever as suas primeiras letras e canções, construindo a identidade sonora que se traduz neste seu primeiro trabalho discográfico. “círculo” é um álbum sentimental, que nasce da vida de Mariana e da emotividade como canta o amor e a saudade, a tristeza e a esperança, a fuga e o consolo, a dúvida e o silêncio, a superação e as “as coisas simples que movem o mundo”. Um trabalho construído em torno da existência quotidiana, dos seus dramas e potencialidades, sendo sempre marcado por uma entrega vocal enternecedora. Num registo pop sentimental, despretensioso e a piscar o olho à acústica folk, este é um disco íntimo de uma compositora que nunca pensou em ser cantora, mas que progressivamente encontrou nas canções uma forma de expressão das suas emoções, seja em registos mais expansivos, reflexivos, melancólicos ou contemplativos.

SCARS OF LOGIC | “When The Dreams Die”// Os Scars of Logic formaram-se no Algarve em finais de 2019 com intenção de criar a sua própria sonoridade e identidade, dentro do vasto mundo do metal actual. As músicas inspiram-se na Natureza e no Universo, com riffs poderosos e melodias épicas. É uma banda difícil de catalogar pela forma como mistura vários géneros, com uma abordagem prog na forma como utiliza estruturas menos convencionais e pela mentalidade aberta no processo de composição, embora sempre com a intenção de captar o interesse do ouvinte. O álbum de estreia intitulado “Warehouse of Erratic Souls” foi misturado e masterizado por Sebastian Has, Engenheiro de Som de uma das bandas de metal mais prestigiadas da actualidade, os Behemoth. Sebastian pegou nos elementos fortes dos Scars of Logic e conseguiu captar a essência do grupo algarvio. “Warehouse of Erratic Souls” será lançado em Novembro.

BIANCA BARROS | “Antes Da Noite Acabar”// Depois de ter editado “Inevitável” em 2021, Bianca Barros dá a conhecer “Antes Da Noite Acabar”. É o segundo original editado pela jovem revelação, que deu os primeiros passos no The Voice Portugal aos 16 anos e nunca mais parou. Esta música narra uma saída à noite de duas pessoas que têm um historial. “Agarra a minha mão antes da noite acabar” canta Bianca no refrão, veiculando o sentimento de urgência de um dos protagonistas em expressar os sentimentos ainda presentes antes que seja tarde demais. Bianca Barros é licenciada em Design de Moda, mas é na música que encontra o seu propósito de vida. Estudou música desde cedo e lança-se agora na escrita e composição.

ELISA RODRIGUES | “Sonhar”// Elisa Rodrigues regressa às canções com a edição do single “Sonhar”. Um dueto onde se faz acompanhar por Rita Onofre, uma cantautora promissora da mais nova geração da música nacional. A doçura e a tranquilidade presentes nas vozes embalam e hipnotizam-nos, com uma melodia leve e quase infantil. A letra remete para a coragem de continuar a tentar, mesmo sabendo que se vai cair muitas vezes a caminho dos sonhos. Ambas as artistas vêm do universo do jazz e a escolha de Luís Figueiredo para assinar a produção vinca ainda mais a marca desse género musical neste novo registo. Elisa destaca-se como uma artista completa que define cada vez mais a sua identidade estética, sem se limitar ao exercício de estilo das suas referências. Sonhar é assinado por Elisa Rodrigues, Rita Onofre e Clara Dualibi. Pode ser ouvido em todas as plataformas digitais.

SORAIA TAVARES | “As 5 Coisas Que Nunca Te Disse”// O quarto single original de Soraia Tavares “As 5 Coisas Que Nunca Te Disse” foi a primeira música que a artista escreveu na sua vida e está agora disponível. Esta é uma canção que espelha a essência e as origens de Soraia, uma vez que foi o primeiro poema que assinou sozinha. O videoclipe centra-se em Soraia Tavares e passa-se num armazém branco, minimalista, despido de qualquer acessório. Sobre o vídeo, a actriz e cantora afirma que “queria que o vídeo tivesse poucos elementos a acontecer para que prevalecesse a letra da canção.” A artista confiou a realização do videoclipe a António Mendes. “Ele idealizou o conceito deste vídeo e conseguiu fazer dele algo simples e bonito”, conclui. Depois de “A Beleza Vai Mudar O Mundo”, “Au Revoir” e “Cupido”, Soraia edita agora o seu quarto registo original, “As 5 Coisas Que Nunca Te Disse”. A cantautora teve a ajuda de Ned Flanger e Left para a composição musical que acompanha o primeiro poema que escreveu.

REGULA FT. GSON | “Chauffeur”// Depois de “Júlio César”, “Futre” e “Besta (o teu melhor amigo)”, Regula avança com aquele que será o último single antes da chegada de “Ouro Sobre Azul”  a 28 de outubro. “Chauffeur” junta Regula e Gson, dois nomes incontornáveis do rap nacional, numa melodia repleta de sensibilidade com produção a cargo de Charlie Beats. Em “Chauffeur”, o trabalho silencioso, a superação do(s) medo(s) e o caminho a percorrer sobrepõem-se aos “dias luminosos”, prémios ou reconhecimento naquela que é a estrada para a grandeza.

TREVO | “Estava Escrito”// Os Trevo, trio composto por Gonçalo Bilé, Ricardo Pires e Ivo Palitos lançaram o segundo single de avanço do esperado segundo disco de originais, “Estava Escrito”. O novo tema está disponível em todas as plataformas digitais e vem acompanhado de um videoclipe oficial que pode ser visto no canal de YouTube da banda. “Por vezes vem a nós uma sensação de que o destino está já traçado. Principalmente quando as peças dos nossos puzzles se encaixam da mais harmoniosa forma. Tal como o Trevo, que se uniu e muniu de uma química tão espontânea! Parece que estava escrito… É assim na vida e no amor que a compõe e pinta!”, refere Gonçalo Bilé. É neste contexto que a banda nos brinda com um novo single. “Estava Escrito” é o tema que fala do tal fortuito encontro, que de tão perfeito parece previamente destinado. Este, fará parte de uma compilação de novas histórias, novas canções que serão editadas no novo disco de originais com lançamento previsto para o dia 18 de Novembro. Neste trabalho juntou-se ao trio o pianista Paulo Borges que assume a co-produção com a banda. O concerto de lançamento do novo disco de estúdio está agendado para o dia 24 de Novembro, na sala MUSICBOX, em Lisboa.

B.E.R.A. | “Quero Mais”// B.E.R.A lançaram um novo single “Quero Mais”, já disponível em todas as plataformas digitais e com um videoclipe que pode ser visto no YouTube. B.E.R.A é o alter ego de Frederico Martinho, um dos mais influentes guitarristas do panorama nacional, co-autor e co-produtor dos HMB e criador de Pimenta Caseira. Depois de se estrear com os singles “Não Pára” e “Lentamente”, de ter atuado em Lisboa e no Porto nas primeiras partes dos concertos de New Max, apresenta agora o seu terceiro tema do projeto a solo. “Quero Mais” é um duelo onde ninguém sai a perder, onde a vitória pertence a ambos os lados , fica a vontade insaciável por mais, mais loucura, mais amor, mais de B.E.R.A. O terceiro single “Quero Mais” é totalmente escrito e produzido pelo músico e compositor, uma canção que abana o corpo e a mente, com texturas que fazem uma ode ao disco “To Pimp a Butterfly” de Kendrick, com um beat desalinhado da grelha ao estilo de J Dilla e uma letra despida de barreiras e clichés. Acompanhada por um video estrondoso e improvável de Rui dos Anjos e André Pega, encontramos uma alma perdida que vagueia à procura de mais.

FADO BICHA | “Fado do ciúme”// Escolhido como terceiro single de “Ocupação”, o aclamado álbum de estreia da dupla, lançado nas plataformas digitais a 3 de junho, “Fado do ciúme” é uma canção com música de Frederico Valério e letra de Amadeu do Vale, que foi apropriada e ressignificada pelas Fado Bicha para refletir sobre relações tóxicas e as dores e dissabores das identidades bichas num mundo de rejeição. O vídeo do single foi realizado pela fotógrafa e realizadora Ana Viotti, com direção de arte de Lila Tiago, assistência de cena de Diogo Palma e maquilhagem de Cris Severo. O lançamento do novo vídeo antecipa as apresentações ao vivo de “Ocupação”, que será apresentado ao vivo no Porto, no M.Ou.Co., a 27 de outubro, e em Lisboa, no Teatro Maria Matos, a 2 de novembro. Os dois concertos Chora e Dança irão celebrar o percurso que Lila Fadista e João Caçador começaram em 2017, quando à linguagem do fado decidiram acrescentar o adjetivo bicha: palavra de luta, orgulho e resistência. Juntas deram mais de duas centenas de concertos antes de editarem “Ocupação”, o álbum de estreia, “Ocupação” chega agora ao Porto e a Lisboa, onde as Fado Bicha se apresentam em nome próprio. Chora e Dança é o imperativo que a dupla convoca para este encontro, partindo da memória de Valentim de Barros, inspiração para a música de abertura do disco, “Requiem para Valentim”, onde o luto desemboca num epílogo de celebração. Os concertos de apresentação vão celebrar um conjunto multiforme de canções da dupla, que prometem passar por músicas do seu percurso de cinco anos e por outras novas; algumas próximas do cânone do fado tradicional, outras experimentando novos paradigmas; algumas desoladas, outras ensaiando novas possibilidades de resistência e prazer. Destacado na imprensa como um dos grandes lançamentos da música portuguesa da primeira metade de 2022, ”Ocupação” trabalha sobre um património musical e estético com que Lila e João cresceram, mas que continua preso a uma rigidez cisheteronormativa.

MÃO VERDE | “PANC”// “PANC” é o novo vídeo da Mão Verde. Um tema que fala das PANC – Plantas Alimentícias Não Convencionais, ou seja, das ervas tidas como “daninhas”, espontâneas e invasoras, mas que na verdade são de grande interesse ecológico, além de comestíveis e até medicinais. A canção é uma espécie de ode punk às PANC, para celebrar a sua rebeldia, a sua capacidade de resistência e a sua importância para a biodiversidade. É um hino contra as monoculturas e o uso de herbicidas, tão perigoso para a nossa saúde e para a saúde do ambiente. Mais uma vez, o vídeo é de Mantraste (ilustração) e Daniel Assunção (animação), e desta feita é inspirado na estética das fanzines, para criar uma espécie de herbário em movimento.

SAM TILES | “Shame”// Em Janeiro de 2022, o Tomarense Samuel Luís apresentou o seu projecto de originais Sam Tiles, conjuntamente com o tema “D(e)ad”, que viria a dar nome ao seu EP de estreia. A par do segundo single, “May”, ambas foram recebendo algumas reações por parte dos ouvintes, alcançando também algum rádio play a nível nacional. No mês de Outubro, Sam fecha o alinhamento deste primeiro EP com mais duas canções, “Artanis” e “Shame”. “Shame”, co-produzida com Choro e Rita Onofre, conta com um vídeo de estreia realizado em colaboração com a Tripé Produções e Câmara Municipal de Tomar.

ST. JAMES PARK | The Mad// Quase como uma criança que se aventura na sua liberdade e que se expressa  sem qualquer tipo de limitação, Tiago Sampaio regressa para mais uma dose  de experimentação sem fronteiras, atrás do seu alter-ego St. James Park. Podemos olhá-lo como um cientista louco à procura da fórmula de ritmo perfeito – mas não será a possibilidade da loucura a nossa maior libertação? Sem medo de ser e sem medo de crescer – e depois do lançamento do  single 000 kick, St. James Park apresenta-nos o conteúdo que reuniu em  “The Mad” —  um EP que é um marco no seu percurso e que abraça um lado intuitivo que escolhe viajar por novos caminhos e sonoridades. O resultado é  um som mais pesado, sem destino final, que se valida a si mesmo. Para além do EP, o produtor lança ainda um vídeo do live set de apresentação deste trabalho discográfico, em junho, resultante da sua residência artística no gnration, em Braga. Tal e qual como uma criança, que se aventura num recreio de possibilidades,  assim é St. James Park quando mergulha em “The Mad”.

FRANCISCO SALES | “Fogo Na Água”// Com “Fogo Na Água”, o músico e compositor Francisco Sales entra numa nova fase da sua carreira. Neste terceiro álbum – com que sucede ao muito aclamado “Miles Away” de 2017 -, o guitarrista investiu quatro anos de trabalho e apresenta-se a explorar a sonoridade de diferentes instrumentos – não apenas as guitarras eléctrica e acústica, mas também a de 12 cordas ou a icónica guitarra metálica conhecida por dobro – para erguer um muito emocional conjunto de peças que evocam ideias de força, luta e resiliência, navegando igualmente por algumas noções contrastantes já apontadas no título: o fogo e água, a terra e o ar, elementos primordiais que aqui se traduzem em música altamente evocativa e em que a identidade funda portuguesa é explorada – como acontece em “Pulsar da Terra”, por exemplo. O músico que em Inglaterra trabalhou de perto com os Incognito de Jean Paul Maunick, agora chamou Beatriz Nunes, aclamada cantora de jazz que chegou a integrar os Madredeus, para pela primeira vez adicionar vozes a composições de sua autoria. Garante Francisco que Beatriz representa a sua própria alma. Neste trabalho que o próprio compositor descreve como sendo mais cinematográfico e em que garante ter-se reinventado como compositor, a produção foi dividida com Tiago Gomes.

GANSO | “Sorte a Minha”// Foi em Abril que os Ganso lançaram os seus mais recentes singles, “Gino (O Menino Bolha)” e “Sorte a Minha” são duas canções irmãs, que rapidamente chegaram ao ouvido dos fãs. A segunda, no entanto, tornou-se também num fenómeno das redes sociais, nomeadamente no TikTok, contando já com mais 3500 partilhas, o que também tornou “Sorte a Minha” na música mais ouvida da banda no Spotify com mais 600 mil audições. Agora, comemorando o sucesso do tema, “Sorte a Minha” ganha uma versão muito especial. Nos icónicos estúdios Namouche, a banda voltou a gravar o tema e captou o momento em vídeo com a companhia indispensável de Inês Pires Tavares e João Cachola nos coros, Fernão Biu na Flauta, Saxofone e Sintetizador e Diogo Rodrigues na percussão.

INÊS MALHEIRO | “Deusa Náusea”// Fica disponível em todas as plataformas digitais e em formato k7 o novo álbum de Inês Malheiro. “Deusa Náusea” sendo intimamente incomum, balança-nos no berço de um bebé febril com a sua formosura fragmentária e sua delicadeza que nos serpenteia o cérebro todo. Polarizado, invertido, perplexo, epitelizado por processos espectrais e pura beleza. Pedaços de vozes cortados e beliscados em gotas métricas deixam-nos em constante tele-transformação, a centrifugar os nossos interiores mais profundos como se quisesse quebrar, com força suficiente, a matriz estrutural duma canção. Inês Malheiro, com a sua visão periférica e um ramo de Gerberas e Peónias, faz deste dia um prazer anisotrópico.

 

DEGELO – “Sons Escapistas”// 2 anos depois do EP de estreia, degelo apresenta “Sons Escapistas”. Esta nova proposta musical junta temas instrumentais que exploram ambientes paisagísticos do que poderia ser uma banda sonora com a palavra dita. Além da composição de Pedro Ruela Berga, o segundo EP conta com a colaboração de adrede, Bonifácio, João Vairinhos e ESCUMALHA. degelo é um projecto em constante desconstrução. As músicas nascem das composições de Pedro Ruela Berga que procura posteriormente um novo olhar sobre as suas ideias. Em Sons Escapistas teve a oportunidade de explorar a electrónica de adrede com Sorites I & II, a viagem de Bonifácio em Cadafalso, o peso quase industrial de João Vairinhos com o tema Pedra e, com ESCUMALHA, a beleza e a dureza da relação com a perda em Luto. Ao vivo, a proposta de degelo é que o concerto seja muito mais do que uma actuação musical. O EP parte de uma procura de experiência espiritual, de procura de respostas que são singulares. Por serem singulares, não haverá espaço para respostas, mas sim para perguntas que se usam do conceito, mas que vão muito além dele. Som, imagem, palavra – um concerto de degelo será uma viagem multidimensional.

 

[Nota: Todos os textos foram retirados dos comunicados enviados à redacção da Arte Sonora]

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