Aqui está mais uma ronda de Viriatada, o espaço que a AS dedica aos lançamentos da música portuguesa.
A música nacional merece ser partilhada. Existem novos lançamentos todos os dias, todas as semanas, todos os meses, e qualidade é coisa que não falta! A nossa rubrica Viriatada reúne alguns dos destaques da música portuguesa todas as semanas. Poupamos-te o trabalho, só tens de visitar a Arte Sonora, conhecer, ouvir e partilhar.
DUQUE PROVÍNCIA | “Cai-me a Ficha”// “2032” é o primeiro álbum da jovem banda Duque Província que explora sonoridades “indie-pop-rock”, e que é lançado já no próximo dia 30 de Setembro. Até lá pode ouvir-se mais um single deste longa duração, o tema “Cai-me a Ficha” que está já disponível em todas as plataformas digitais. O tema faz-se acompanhar de um videoclipe já disponível no YouTube oficial do grupo. O single “Cai-me a Ficha” vive no polo oposto do seu antecessor “Chuva”. Com uma sonoridade indie e dream-pop, é assim que a jovem banda Duque Província abre as hostilidades do seu disco de estreia “2032”. Com uma abertura fulminante e uma letra e melodia ásperas, é na poesia do texto que se entende realmente o significado da canção. Longe de ser uma música de amor, esta aborda as cedências morais do dia-a-dia, as escolhas do prazer momentâneo em prol da moralidade e até a banalidade e indiferença perante as relações inter-humanas. A canção mostra-nos inicialmente um mero diálogo entre um rapaz e uma rapariga mas, à medida que a canção evolui, acaba por se tornar numa reflexão das escolhas e da moralidade do sujeito poético que, “quando a noite se deita”, cai-lhe a ficha e apercebe-se das diversas imoralidades que “a toxicidade aceitou”. Com um tom explosivo, sem descartar a sensação introspectiva, é um tema onde a jovem banda pretende alcançar a maturidade musical e lírica, mostrando ao público uma das várias faces do seu primeiro disco. É na escrita de canções originais que os Duque Província, oriundos de Lisboa e Cascais, encontram um lugar no panorama musical português. Com uma abordagem fresca das sonoridades ‘indie-pop-rock’, os quatro jovens vão acumulando ouvintes que não poupam elogios à versatilidade e irreverência da banda. Fundados no final de 2018, foram cultivando o interesse do público através de singles lançados independentemente, que fizeram de banda sonora para os verões e invernos dos jovens lisboetas. Com “escola” em Beatles, Bowie, Eagles, Pink Floyd e outros nomes sonantes da música nacional e internacional, foram aprimorando o seu som próprio, culminando na gravação deste disco de estreia. A boa energia, facilidade de composição e amizade é o que une estes quatro músicos.
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QUELLE DEAD GAZELLE – “Asas de Mosca”// “Asas de Mosca” tem a fragilidade e sensibilidade de uma asa de uma mosca e, em simultâneo, a intensidade viva de uma viagem que se poderia fazer se fossemos dotados de asas. O primeiro single do próximo trabalho de Quelle Dead Gazelle revela a construção de um caminho que passa por diversos locais podendo guiar o ouvinte onde ele nunca pensou ir. É a carta-convite para a viagem que será este novo longa duração da banda. No ano em que comemoram 10 anos, os Quelle Dead Gazelle lançam novo disco e, com o lançamento do single de antecipação, disponibilizam o primeiro trabalho da banda – o EP Homónimo – em todos os canais digitais, como forma de celebração e oferta a todos os que os acompanham ao longo destes anos.
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MÃO VERDE – “Leão”// “Leão” é mais um dos temas do novo disco-livro de Mão Verde que tem direito a vídeo (ilutrado por Mantraste e animado por Daniel Assunção). Foi um dos primeiros temas a ser escrito pelo quarteto (de Capicua, Pedro Geraldes, António Serginho e Francisca Cortesão) e fala sobre um cão chamado Leão que anda com um caranguejo. Trata-se de uma homenagem a um velho animal de estimação, mas também de um pretexto para celebrar a liberdade de sermos o que quisermos, independentemente do que se espera de nós à partida.
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ONE TIME CHILD – “Russian Military Ship”// A ideia do tema “Russian Military Ship” partiu do líder da banda, Miguel Oliveira, cuja família é Ucraniana e que viveu até 2019 em Kiev. Desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia que o músico e a esposa têm-se dedicado a ajudar crianças e mulheres a encontrar refúgio em Portugal. “Russian Military Ship” simboliza a luta do povo Ucraniano, em especial a dos heróis da Ilha das Serpentes, contra a tirania e a guerra. O vídeo do tema foi filmado em Portugal e na Ucrânia.
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LUÍS FERNANDES – “A Guide To Getting Lost”// Luís Fernandes estreia-se na Revolve com “A Guide to Getting Lost”. Mais do que um simples produtor, Luís Fernandes tem-se firmado como um prolífico criador de experiência e desenhador de espaços sonoros, onde tanto podem habitar o free jazz, como o rock mais robusto. A solo, as suas facetas textural e visual encontram-se naquilo que são momentos perenes, mas de sensação suspensa, em que os espaços propostos parecem existir numa dimensão própria. Fica disponível para escuta o primeiro tema do álbum, e abre-se a pré-venda do CD de edição limitada a 200 unidades.
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RUSSA – “E.S.Q. Espaço”// “Eu Só Quero Espaço (ou E.S.Q. Espaço)” chega em jeito de serenata moderna à solidão. Um pedido de liberdade para descobrir o mundo e partir à aventura sem medos. No entanto, a libertação das amarras e a sede desmedida pela descoberta culmina muitas vezes num percurso solitário que se faz à margem das rotinas da sociedade.
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47 FEVEREIRO – “The Striker” // Desde a cidade portuguesa do Porto, os 47 de Fevereiro trazem para o campo a visão de jogo singular partilhada pelos seus elementos titulares, sem filtros e sem condicionantes, fintando e rematando palavras e acordes em forma de Rock n’ Roll com uma referência constante ao mundo do futebol clássico. A 47 de fevereiro de 2018 lançaram o primeiro LP “Luta pela Manutenção” e a 21 de outubro de 2022 será lançado o segundo: “Processo Coletivo”, uma continuidade aprimorada do rock do primeiro álbum, que mantém os princípios e estratégia de seu peculiar jogo, ao mesmo tempo que renova o tom, agora mais ofensivo, na luta pelas primeiras posições da tabela classificativa e pelo acesso à Europa. O primeiro avanço foi lançado a 15 de julho e conta com a participação de Andreas Lutz: “Lá onde mora a Coruja” é um clássico da gíria futebolística portuguesa carregado de simbolismo: marcar um golo no canto superior da baliza, o lugar mais inatingível para o guarda-redes.
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SALTO – “Língua Afiada” // 2022 marca o regresso dos Salto aos álbuns. Aquele que é o 4º álbum da banda formada por Guilherme Tomé Ribeiro, Luís Montenegro, Filipe Louro e Gil Costa, chega depois dos singles de antecipação “Bem Dormidos”, “Afio a Língua” e “Aos 30”. Gravado e produzido por Guilherme e Luís, misturado por Hugo Valverde, masterizado por Miguel Pinheiro Marques e editado pela Cuca Monga. Conta com edição em vinil, também já disponível. “Língua Afiada” são 9 canções escritas e gravadas entre 2019 e 2021 em Marvila, a casa-mãe da banda. São canções afiadas nas palavras, nas estruturas e nas intenções em que os Salto se renovam e continuam a construir um caminho fresco e muito original no panorama Pop português.
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JEPARDS – “Syconpated Tunes” // É com “Syconpated Tunes” que a banda portuguesa divulga o último avanço do aguardado álbum de estreia. O novo trabalho é editado a 2 de Outubro. A sair no dia 25 de Setembro, “Syncopated Tunes” alimenta a espera por “A study on the behaviours of the inebriated”, título do primeiro longa-duração do quarteto português. Mais maduros e refinados, a preguiça despreocupada seduz o punk com um charme pop e melódico, dando origem a uma série de canções que vai refrescar a cena musical portuguesa. A partir de dia 2 de Outubro, o disco de estreia dos Jepards poderá começar a ocupar as playlists.
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JOSÉ TORNADA – “LOVE, HOPE, DESIRE AND FEAR” // Depois do lançamento do seu EP/ Single de estreia “Visions”, José Tornada lança agora o seu primeiro longa duração Love, Hope, Desire and Fear. Uma viagem de autodescoberta que através do piano, cordas e spoken word, narra a história de amor, perda e solidão de uma mulher de 70 anos. Tendo como ponto de partida o piano, e influências de artistas como Ryuichi Sakamoto e Philip Glass, o disco conta também com a participação do violinista norte-americano Nathaniel Wolkstein e da poetisa alemã Roses Sabra, cuja voz dá corpo à história que envolve o álbum. O texto e a voz foram elementos preponderantes na composição do disco, pois para José Tornada houve o objectivo de humanizar e dar coesão ao disco como se de uma peça única se tratasse. Além do autor passar por vários estilos musicais – oscilando entre o piano a solo, neo-classico orquestrado, minimal e ambiente – todas as faixas têm uma linha fluente que as liga, sendo um trabalho que pode ser ouvido do ínicio ao fim como uma faixa continua. Através da simplicidade melódica, de peças com métrica de “canção” e do uso de voz, poesia e sintetizadores, Love, Hope, Desire and Fear pretende quebrar a barreira e o preconceito que existem em relação à música clássica tradicional e erudita. Para José Tornada, Love, Hope, Desire and Fear é a sua primeira afirmação pessoal e real enquanto artista.
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OS LACRAUS – “Dickens”// O novo trabalho d’ Os Lacraus conta com 10 inéditos, todos da autoria (letra e música) de Tiago Cavaco, entre os quais os temas ‘Faço das Ruínas Recreios’, ‘Dickens’ e ‘Prometo, Querida’. Dez anos depois do lançamento de “Os Lacraus Encaram o Lobo”, Os Lacraus lançam agora “Dickens” e prometem levar o novo álbum a várias salas do país, a anunciar em breve. Este novo trabalho mantem a tradição da FlorCaveira de homenagear diretamente os seus heróis. Por isso, o escritor inglês é invocado no nome, na capa e numa canção. O disco foi gravado entre 2020 e 2021 no estúdio do João Eleutério. Apesar das canções continuarem a querer urgência, tempo foi necessário para que se gravassem como deve ser.
[Nota: Todos os textos foram retirados dos comunicados enviados à redacção da Arte Sonora]