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Viriatada 2022 #4: You Can’t Win, Charlie Brown, Márcia, Entre Outros

Viriatada 2022 #4: You Can’t Win, Charlie Brown, Márcia, Entre Outros

Redacção

Aqui está mais uma ronda de Viriatada, o espaço que a AS dedica aos lançamentos da música portuguesa.

A música nacional merece ser partilhada. Existem novos lançamentos todos os dias, todas as semanas, todos os meses, e qualidade é coisa que não falta! A nossa rubrica Viriatada reúne alguns dos destaques da música portuguesa todas as semanas. Poupamos-te o trabalho, só tens de visitar a Arte Sonora, conhecer, ouvir e partilhar.

YOU CAN’T WIN, CHARLIE BROWN – “Celeste”// Mais de 5 anos desde o seu último álbum, os You Can’t Win, Charlie Brown estão de regresso com “Celeste” que marca o início de um novo capítulo na vida do sexteto lisboeta – um capítulo feito de novas canções escritas e cantadas inteiramente em português. A música que marca o regresso da banda faz-se acompanhar por um teledisco produzido e realizado por João Souza. Este é o primeiro avanço para “Âmbar”, o próximo álbum do grupo composto por Afonso Cabral, David Santos, João Gil, Pedro Branco, Salvador Menezes e Tomás Sousa. O disco tem edição prevista para Abril de 2022 e conta com músicas que nasceram e cresceram ao longo destes últimos 5 anos e meio. O sucessor de “Marrow”, de 2016, tem produção dos próprios You Can’t Win, Charlie Brown (YCWCB) e foi captado e misturado por Moritz Kerschbaumer no estúdio 15A, casa da editora Pataca Discos, de João Paulo Feliciano, onde os YCWCB gravaram e editaram os seus primeiros trabalhos. A masterização ficou a cargo de Miguel Pinheiro Marques, no Arda Recorders, e o artwork do single e do álbum são da autoria do Clube Recriativo. 2022 marca também o regresso do grupo aos palcos, para já com concertos confirmados em Coimbra, no Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV), no dia 12 de Maio, no Porto, no Hard Club, a 26 de Maio e em Lisboa, no Centro Cultural de Belém, no dia 4 de Junho.

JOANA ESPADINHA – “Astronauta”// O sucessor de “Mau Feitio” está eleito – “Astronauta” é o título do novo single de Joana Espadinha. Também ele retirado do último álbum de originais “Ninguém Nos Vai Tirar O Sol”, “Astronauta” é mais uma pérola pop do cancioneiro de Joana Espadinha e desta feita chega-nos com um videoclip assinado por Tiago Brito. Produzido por Benjamim, este foi desde o lançamento do álbum, um dos temas a destacar-se no gosto dos fãs. Não é uma surpresa, é mesmo uma certeza, Joana Espadinha é uma cantautora de especial talento na criação de canções: letras bem construídas em que o quotidiano é relatado de forma descomplexada, e geralmente associadas melodias simples e cativadoras. Para a realização do vídeo de suporte de “Astronauta” chamou Tiago Brito, repetindo a colaboração ocorrida em “Mau Feitio”. Para o realizador, «o conceito traduz visualmente o mote da canção – “Nesse quadrado que vê do teu quarto, os dias passam iguais”, concretizando uma viagem espaço-tempo pelo ciclo infindável de dias dentro de dias, percorrendo uma monotonia enclausurada que joga em crescendo com a nossa percepção num infinito déjà vu”. A utilização da técnica de tracking transporta-nos numa sucessão de quadros, criando a sensação de multi-dimensionalidade.» Estretanto, “Ninguem Nos Vai Tirar O Sol” vai ter apresentações em Lisboa e Porto nos próximos dias 22 e 25 de Fevereiro, respectivamente.

MÁRCIA – “Picos e Vales”// “Picos e Vales” constitui o nome do próximo álbum de Márcia, com lançamento agendado para o primeiro trimestre de 2022, pela editora Arraial. O quinto álbum da artista conta com o single “Já Passou da Hora” que se encontra disponível em todas as plataformas digitais. «Já Passou da Hora” é um adeus e um recomeço. É sobre uma pessoa que desiste de procurar a atenção de outra, e decide afastar-se e seguir em frente.  Ao deixar para trás o que já não a completa, ela encontra a sua força maior.» 

BALEIA BALEIA BALEIA – “Suicídio Comercial”// Os BALEIA BALEIA BALEIA, dupla formada por Manuel Molarinho e Ricardo Cabral, lançaram “Suicídio Comercial”, o segundo longa duração da banda com selo da editora portuense Saliva Diva. A banda já tinha apresentado vídeos para “Babes do Zodíaco” e “Egossistema”, os singles de avanço do disco. O último tinha sido lançado de surpresa na madrugada da noite de ano novo. Antes dos concertos públicos, os fãs que compraram o vinil em pré-venda puderam assistir a um dos concertos que a banda fez na sala de ensaios como forma de agradecimento e de procura de estabelecer proximidade e conexão com as pessoas, elementos essenciais para a vitalidade da banda ao vivo. Pode considerar-se “Suicídio Comercial” um álbum de continuidade em relação ao anterior (homónimo de 2018), mas com uma toada mais existencialista e uma energia mais aproximada à que a banda demonstra em palco. Os concertos são o habitat natural do duo, sendo que neste disco tentaram respeitar mais a energia própria das músicas e menos o contraste de forças entre o disco e o concerto, sem descurar a liberdade imensa que existe no estúdio. Se falar de assuntos sérios com leveza, inspirados na inesgotável fonte de ideias absurdas que é a realidade contemporânea, é o mote do duo, o espírito DIY é o modus operandi. Os vídeos foram totalmente idealizados, realizados e produzidos pela banda. O single e o álbum são também produzidos pelos BALEIA BALEIA BALEIA, no estúdio Quarto Escuro, em colaboração com Tiago Ralha que co-misturou e masterizou. O artwork ficou a cargo de Sara Quintanilha. “Suicídio Comercial” pode ser ouvido em todas as plataformas e adquirido no bandcamp da Saliva Diva. 

J.MYSTERY – “Faithful Love”// Depois de apresentar “Protection”, o primeiro single do EP de estreia “A Safe Place”, que será editado no próximo dia 11 de Março, J.MYSTERY (Tiago Martins) avança agora com o segundo single “Faithful Love”. A produção do EP esteve a cargo de Francisco Reis e as cinco músicas que o compõem fazem-se acompanhar de vídeo oficial com direção de André Tentúgal. “Faithful Love”, é a segunda música a ser revelada ao público e a faixa de abertura deste primeiro registo de originais. As letras e melodias de J.MYSTERY são uma autoestrada direta para o seu coração. Nascido e educado na igreja evangélica, Tiago Martins teve desde sempre contacto direto com a música. Apesar da construção musical surgir do Gospel, o músico encontrou sem a menor das dúvidas o seu estilo próprio. No EP, para além da letra e música serem da sua autoria, ainda gravou todos os instrumentos, com exceção da bateria que ficou a cargo de Mário Costa.

Y.AZZ – “Heartbreak Mixtapes”// Y.azz acaba de lançar o primeiro curta-duração a solo “Heartbreak Mixtapes”. Y.azz é o projeto de Mariana Prista, metade do duo (Y.azz x b-mywingz) que desde 2020 tem dado que falar dentro e fora de Portugal. Com o virar do ano e vozes acumuladas em demasia para serem contidas, Y.azz ganha agora folgo especial para editar o seu EP de estreia a solo que está agora disponível em todas as plataformas digitais. O Extended Play Heartbreak Mixtapes marca da cabeça aos pés a incursão pelo seu mundo pop-romântico movido de modernidade e surpresa, com ponto assente na sua poderosa voz e figura de cortar a respiração. O EP contou com dois singles de avanço, “Love Language” e “Trouble” que foram o ponto de partida para uma história contada em 5 temas que retratam 5 diferentes fases da artista. Este é um trabalho pessoal, intimo, que põe a Pop de y.azz a nú, explora a íntima verdade de estar na pele da cantautora, que contou com a produção de Guilherme Salgueiro (aka YANAGUI) para partilhar esta caminhada que agora se inicia. Y.azz conta que «Quando comecei a escrever para este disco não fazia ideia do que ia ser, e a partir do momento em que escrevi a primeira música foi claro que ia ter de lidar com todos os pequenos demónios. Escrever sobre amor é uma linguagem diferente e eu assumi-o de corpo inteiro para contar a minha experiência. São as entranhas de várias relações disfuncionais que nunca conseguiram ser mais do que isso, é uma viagem no conflito que é ansiar tanto por algo que não se pode ter sem muito trabalho interno, e todos os erros que são cometidos no percurso – não só da outra parte, muito da minha também. Talvez seja lavar a roupa suja em público, ou uma versão disso, mas com um bom propósito.
Para acompanhar toda esta narrativa decidi que tinha de vir com o seu próprio universo, para me distanciar o suficiente para contar bem a história talvez, e trouxe uma variedade de colaborações a nível visual que me ajudaram a materializar e alcançar este mundo que é o Heartbreak Mixtapes.»

NO MAKA – “Volta”// No Maka marcam o início de 2022 com o lançamento de “Volta”. Conta com a participação do cantor Pedro Gonçalves, finalista do The Voice Portugal 2017 e que tem vindo a revelar vários êxitos no mundo da música POP portuguesa. A dupla No Maka e Pedro Gonçalves juntam-se agora, pela primeira vez, numa produção musical contemporânea. No Maka revelaram ser uma dupla de produtores com grande notoriedade em Portugal e no mundo através da criação de “Faz Gostoso” com a artista Blaya. A canção teve destaque no mundo da música internacional através de Madonna que introduziu a canção no seu álbum “Madame X”, juntando-se à cantora brasileira Anitta. A dupla destacou-se ainda no lançamento de êxitos como “Nota 100” com o artista Laton, que conta com mais de 5 milhões de visualizações e “#Sextou” com a participação de ILBF e Favela Lacroix, que já conta mais de 1 milhão e 400 mil visualizações. Em 2022 a banda pretende “voltar” em força e cada vez mais dinâmicos e criativos. “Volta“ oferece uma particularidade muito especial. Além da criativa execução musical e uma letra inspiradora, a canção é um dos primeiros projetos musicais em Portugal produzido em Dolby Atmos, um sistema que oferece uma experiência imersiva de áudio espacial em 360 graus, não se limitando a apenas a caixas de som estéreo. Ou seja, conseguimos ouvir todos os sons da música em 360 graus, como costumamos experienciar no cinema. “Volta” já está disponível em todas as plataformas digitais e o videoclipe pode ser visto no canal do youtube de No Maka.

JOÃO DIAS – “Escarpa”// O músico barcelense João Dias apresenta o tema original “Escarpa” que encabeça o aguardado álbum de originais “Fósforo”. Depois do sucesso da sua participação no programa GOT Talent da RTP, João Dias estreia-se agora com temas originais. “Escarpa” é uma música com influências e sonoridades de música popular portuguesa, com a incorporação de MIDI na guitarra, explorando ao máximo a capacidade da guitarra Godin. Este tema é dedicado à antiga professora e grande influência de João, Margarita Escarpa. Na sua carreira enquanto músico, João Dias, tem vindo a arrecadar diversas experiências, como a presença em diversas masterclasses com renomados professores como David Russell, Ricardo Gallén, Marco Smaili, Miguel Trápaga, Álex Garrobé, José Maria Gallardo del Rey, Marco Socías, Margarita Escarpa, entre outros. João inspira-se nas notas e na magia da escolha da nota seguinte, na possível junção de diferentes notas, experimentando diferentes sonoridades como forma de transmitir os sentimentos e emoções que lhe vão dentro da alma. É esta procura de notas que o preenche, o “falar sem palavras”, o exprimir-se através “apenas” de notas musicais. E, com esta busca por se exprimir sem palavras e pela aceitação e compreensão por parte do público, dos seus textos sem palavras, João Dias prepara, para 2022 o lançamento do seu primeiro álbum de originais.

HUGO CORWI – “Miss Full Moon”// Este é o novo single do músico portuense Hugo Corwi. Revisita o início de carreira e as influências Rock/Funk que marcaram os primeiros anos de composições. O tema retrata a melancolia e a irreverência transformado em acordes únicos, aliados à força do rock e eletrónica. “Miss Full Moon é também um tributo aos músicos Francisco Sousa e Miguel Carvalho com quem Hugo Corwi partilhou as primeiras gravações e os primeiros anos de carreira. “Miss Ful Moon” será incluído no álbum “Alpha” e conta com a participação de Ricardo Soares (Lulla Bye) na bateria e na produção.

JOÃO COUTO – “Asfalto”// João Couto, Emmy Curl e José Sequeira editam em colaboração o novo single “Asfalto”. O tema faz parte de um conjunto de canções escritas em residência pelos 3 artistas, no âmbito do Ciclo de Co-Criação e Livestream. O Ciclo de Criação e Livestream é um projeto da distribuidora digital One Level Up Music, com o apoio do programa Garantir Cultura, que atribuiu 9 bolsas de co-criação aos artistas e compositores para residências artísticas virtuais. 3 grupos de 3 artistas associados à One Level Up Music passaram o Verão de 2021 em residência artística escrevendo canções que foram mais tarde apresentadas no dia 26 de novembro de 2021, no União Setubalense. João Couto, Emmy Curl e José Sequeira, foram um dos grupos participantes e este novo single é o registo ao vivo de “Asfalto”, primeiro tema a sair do projeto. Escrito e produzido por João Couto, “Asfalto” é um tema eletrizante sobre o entusiasmo e medo de começar uma nova jornada.

MORDO MIA – “Tangerina”// Depois da euforia cítrica de Tangerina, editada no ano passado, os Mordo Mia voltam à carga, desta vez com Trapos, uma balada triunfante sobre a evolução das ideias de nudez e decoro dentro do ambiente familiar. Seguindo um método semelhante ao single anterior, Trapos foi gravada inteiramente pela banda e pertencerá ao seu álbum de estreia, a sair no final deste ano. Mantendo a base da sua sonoridade, assente num piano bluesy e numa teatralidade inerente a este coletivo, é de notar a mudança na formação do grupo, que conta agora com Artur Morais (a.k.a. RaJ Rütra) no contrabaixo. Além disso, a banda lisboeta beneficiou da participação especial de alguns amigos para a secção de sopros (trompete, saxofone alto e trompa), que, conjugada com o arranjo de cordas, veste a canção com a solenidade devida perante o seu tema lírico.

 

DILLAZ – “Maçã”// Maçã” é o mais recente single de Dillaz e está disponível em todas as plataformas digitais. Este é o quarto tema do novo álbum a ver a luz do dia, depois de “Conto” (Mar ’20), “Galileu” (Nov ’20) e “Juvena” (Jun ’21). “Maçã” tem a produção do próprio, com sample e arranjos de GOIAS. Esta música remete-nos para uma sonoridade um pouco diferente do que Dillaz nos tem habituado, mantendo o selo de qualidade que o caracteriza. O lançamento do novo álbum de Dillaz está previsto para o primeiro semestre de 2022.

FARRA FANFARRA – “Puzzle”// Os Farra Fanfarra assinalam em 2021 quinze anos de carreira com a apresentação do novo espetáculo “Puzzle”, acompanhado pelo lançamento do álbum com o mesmo nome, “Puzzle”. Capazes de levar a força e alegria da música a todos os contextos e situações, os Farra Fanfarra celebraram em 2021 quinze anos de rua, pequenos e grandes palcos, carrinhas, festivais, rodas gigantes, descapotáveis, desfiles e comemorações. A força do ritmo partilha o palco com variados números de circo, tornando cada atuação dos Farra Fanfarra num acontecimento único e imprevisível. “Puzzle” é uma amálgama criativa que, através da música, do teatro, do circo e do humor, resulta num momento de puro entretenimento, pensado para todas as idades. A sonoridade transmite o caráter intercultural da banda, enquanto a animação permanente dá ênfase ao que distingue os Farra Fanfarra: a euforia e o caráter musical e circense. Liderado por Oli & Mary, animadores e atores com longa experiência, “Puzzle” estreou em Maio de 2021, no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra, com casa cheia e uma excelente reação por parte do público presente. O espetáculo, que em 2022 pretende subir a outros palcos e animar ainda mais famílias, tem a participação de músicos que tocam em diversos projetos musicais, tais como Pás de Problème, Kumpania Algazarra, Upliftin, Muri Muri, Gume, Rosa Mimosa y sus Mariposas, Lume, Da Chic, They Must be Crazy, entre outros. A par da criação do novo espetáculo e do álbum e no espírito de celebração, os Farra Fanfarra preparam-se ainda para lançar um Talk Show intitulado Boca no Trombone, no âmbito do apoio Garantir Cultura, a ser transmitido nos canais de Farra Fanfarra, semanalmente, entre Janeiro e Março do próximo ano. O objetivo dos 10 episódios de Boca no Trombone, que contam com a participação de diversos convidados de diferentes backgrounds artísticos, é incentivar o intercâmbio e a interação entre áreas artísticas e dinamizar o tecido cultural português.

ALFREDO – “Coração Mausoléu”// Depois de “A Bala e o Monstro”, “Kintsugi”, “Grândola Vive!” e “Inquietação (tema que concorreu ao Festival da Canção’21), o artista luso-cabo-verdiano, Alfredo, acaba de lançar o quinto single, “Coração Mausoléu, no YouTube. Com letra e música de Alfredo, é um tema dedicado à mãe do músico, que faleceu em 2018. O vídeo foi realizado pela cineasta Rita Campos, que já havia realizado InquietaçãoeAmoritmética (de Skills And The Bunny Crew, ex-banda do músico). Contou ainda com a operação de câmara de Rodrigo Vaz (Flare Films) e fotografia de cena de Gustavo Amaral (Photo 22). O tema foi gravado, misturado e masterizado nos estúdio Mastering Lisboa, pelo engenheiro de som Hugo Lino. O tema, muito aguardado, surge depois de quase meio ano sem lançamentos originais do músico, em que a última aparição havia sido um primeiro lugar num concurso nacional de música. Nessa altura, o músico convidou outro artista, David Ripado, para juntos, recriarem dois temas populares com arranjos de raíz: Tunuka, de Orlando Pantera e Bairro Negro, de Zeca Afonso. Ambas as versões receberam excelente críticas.

MARIA ANA – “Tudo Pode Acontecer”// “Maria Ana” é o nome do sétimo álbum de Maria Ana Bobone que saiu em Novembro. No novo disco, a artista trouxe-nos um pouco mais de si, da sua identidade e das suas influências.  Maria Ana procurou sempre uma linha distinta dentro do universo do fado e, acompanhando-se ao piano, torna cada vez mais pessoal e original a sua aproximação a este género. Estreou-se a cantar fado aos 16 anos, editando o seu primeiro trabalho “Alma Nova” em 1994, gravado em parceria com outros dois fadistas. Este marcaria o início de uma carreira brilhante com mais de 25 anos e seis álbuns a solo editados, afirmando-se como uma das grandes vozes do Fado. Maria Ana já percorreu as principais salas de espetáculos portuguesas, entre elas a Casa Da Música e o Centro Cultural de Belém, assim como vários festivais e salas por todo o mundo elevando o nome do Fado e de Portugal. Destacam-se atuações em Inglaterra, Áustria, EUA, Brasil, Suécia, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Suíça, França, México, Itália, Catar, Marrocos, Malta e Holanda, Chile, Macau, Tailândia, Tunísia, Marrocos, e Egipto. Entre os palcos e atuações gravou também “Luz Destino” (1998), “Senhora da Lapa” (2000), Nome de Mar (2006), Fado & Piano (2012), Smooth (2014) e “Presente de Natal” (2018). “Maria Ana” é o início de um novo ciclo e com ele se avizinha uma digressão de apresentação deste novo trabalho de uma das fadistas mais marcantes da história do Fado. Este trabalho aproxima-se cada vez mais sua identidade artística, encontrando um caminho musical há muito procurado.

WHALES DON’T FLY – “The Golden Sea”// Uma lenda, ainda que seja uma narrativa algo ficcionada, transporta-nos sempre para um imaginário que nos eleva a um mundo paralelo e isso alimenta-nos de certa forma. “The Golden Sea” não só é o disco de estreia dos transmontanos Whales Don’t Fly, como também transporta consigo uma lenda. O ser humano, na sua essência, funde-se numa procura constante por algo inexplicável, imaterial, transcendente. Reza a lenda que quem conseguir encontrar, num mar dourado, encontra em si um estado de pura realização. Muitos peregrinos partiram em busca desse mar e desse estado, durante anos, sem nunca regressar nem provar a veracidade de tal lenda. “The Golden Sea” narra a história de um dos peregrinos, um homem com bens materiais e riqueza que vive com uma doença que o tem consumindo durante anos. Sem nada a perder, parte na busca pelo Golden Sea na esperança de procurar nesse desconhecido a sua própria realização, como o todo da humanidade em si. Cada música é uma etapa dessa viagem, sendo ela tanto no seu estado mais físico (chegada ao cume de uma montanha) como no espiritual (sonho que o comanda na busca do mar), reveladora de todas as adversidades e obstáculos que se cruzam no seu caminho. Os anos  passam, a solidão é permanente e as rugas salientam-se. A longa viagem termina finalmente com a chegada ao Golden Sea, um deserto de areia que em tempos foi um oceano habitado por milhares de criaturas que, agora, se manifestam como seres espectrais ao longo das áridas dunas. O peregrino, agora ancião, movido apenas pelo sonho e motivação de chegar, descobre que a grande realização do Homem está naquele deserto, que preservou a natureza durante milhões de anos, mesmo que a ordem natural da vida tenha transformado a água em areia. O peregrino acaba por morrer e o seu espírito eleva-se, coabitando para sempre no Golden Sea com todos os seres que por ali padeceram ao longo dos tempos. A lenda é intensa e espiritual, tal como este disco que usa a música para contá-la. “The Golden Sea” foi lançado com o selo da Raging Planet e será apresentado no dia 5 de Março no Aniversário da Associação Fora do Rebanho, em Viseu.

GOODBYE, ÖLGA – “Goodbye, ÖLGA”// Os lisboetas GOODBYE, ÖLGA comemoram os seus vinte anos de existência com o lançamento de um álbum duplo de título homónimo no próximo dia 11 de Fevereiro. Nesta edição de autor com o apoio da Fundação GDA, toda a composição e gravação ficaram a cargo do quarteto lisboeta, sendo a mistura, masterização e co-produção entregues ao eterno colaborador da banda, Eduardo Vinhas. O duplo álbum “GOODBYE, ÖLGA” é um concentrado de emoções que circundam o mundo do indie, desferindo golpes profundos a qualquer ouvinte, munidos de um rock que se amplia ao post-punk não convencional da banda. Essa multiplicidade de estilos foi a súmula sonora dos vintes anos que solidificam a personalidade do grupo – até então apenas ÖLGA. Nas palavras da banda: «Tentámos encontrar o ponto de ebulição correto entre o que até então tínhamos vindo a concretizar nos discos anteriores [com ÖLGA] e, uma linguagem nova que se separasse de forma atrevida desse passado.» Dos dois lados que compõem o disco, o vermelho, de cariz mais direto e melodioso, por vezes intimista, inspira de imediato a uma luminosidade reminiscente da veia indie, onde temas como “Fool Cool”, “In Your Head” e “The Pill” definem o passo energizado do vermelho. Esse passo é muitas vezes aprimorado – ora pela linguagem krautrockiana de “You”, ora pelo embalo estelar de “Out to Dance” –  formando-se numa espécie de carta escrita a tudo que foram os ÖLGA. “Uptown”, o tema que encerra o lado vermelho, transpõe uma força devidamente orquestrada que pontifica ambos os lados. No outro lado do disco, o preto, de inclinação sonora atmosférica mais sombria, experimental e psicadélica, a energia sonora assume um tom negro e a linguagem familiar que definia ÖLGA, adopta uma estranheza única que se edifica ao longo do disco, tornando GOODBYE, ÖLGA” numa nova percepção. O ritmo é pulsante, demencial até, quando em temas como “Concrete Falls” e “Cop’s Delight” nada sobra senão o frenesim do desconhecido. Esta nova existência serve um cenário perfurante – guitarras dissonantes, ritmos fugazes – e a premissa de que é um disco novo num cenário novo, instala-se de imediato com temas como “Cure for Joy”, “Singapore” e “Only 18”, onde o calor ficcional do negro abarca tudo numa vontade de galopar ao sabor do ritmo.

VOLUNTEER DINOSAUR – “Deux”// “Deux”, o novo álbum de Volunteer Dinosaur foi gravado ao vivo, no Desterro, e invoca um espirito mais sombrio e melancólico do duo multi-disciplinar de artistas do Barreiro. Através de uma narrativa sónica, acompanhada, como sempre por filmes caseiros em super 8, constrói-se uma viagem por memórias aleatórias. Volunteer Dinosaur, o projecto de George Silver e Camila Vale, viajam pelo multiverso das memórias aleatórias que compõem linguagens paralelas, dia-a-dias vividos por alguns, entre o banal e o superlativo; aquele típico espaço do senso-comum. Nesta proposta audio-visual embarca-se, através da película ou do som, numa viagem pelas memórias de outros tornando-as próprias, e assimilando intuitivamente ideias e mensagens adquiridas a tempo real que pertencem a passados desconhecidos.

TIAGO VILHENA – “Não Posso Ter Nada”// “Não Posso Ter Nada” é uma canção pop na sua essência. Uma canção para dançar, cantar e sorrir. Os ritmos mexidos, a melodia vibrante, os arranjos divertidos e inesperados e as letras corriqueiras revelam uma vontade do músico de se aproximar do público. Com uma estrutura clássica, um refrão orelhudo, um verso desafiante e evolutivo e uma letra subjetiva, mas fácil de acolher, Tiago Vilhena revela que está por cá para nos oferecer músicas para ouvir, repetir e reter. A aura da canção de intervenção está presente, mas trocou a camisa por uma t-shirt e o relógio de pulso pelo smartphone. Por outras palavras, ouvimos “Não Posso Ter Nada” com uma roupagem moderna, fresca e leve, mas que consegue trazer consigo uma bagagem extensa da cultura musical portuguesa. O sotaque das beiras é deixado escapar de uma forma subtil, a guitarra clássica constrói o esqueleto, os sintetizadores vestem o sujeito e o ritmo fá-lo dançar. Sendo assim, não podíamos esperar um vídeo que não tivesse movimento. Filmado em Lisboa e realizado por Mariana Romão, este transpira boa disposição, saúde e cor. Todas as cores. Fica assim a primeira amostra do álbum que será divulgado ao longo do ano de 2022 e pelo que parece, a boa disposição vai ser o ingrediente principal.

GOLDEN SLUMBERS – “South America”// “South America” é o segundo single de apresentação do novo álbum de Golden Slumbers, “I Love You, Crystal”, que será lançado a 25 de Março de 2022. A nova canção, já disponível nas plataformas digitais, sucede a “I Love You, Crystal”, o primeiro tema revelado que teve um excelente acolhimento por parte do público e das rádios de norte a sul do país, que o incluíram logo nas listas de preferência dos seus ouvintes. O duo folk composto pelas irmãs Cat e Margarida Falcão assinala, assim, o seu regresso às edições discográficas, depois de terem lançado “The New Messiah” (NOS Discos) em 2016. Com produção de Miguel Nicolau (Memória de Peixe, Bloom), “South America” é uma canção dreamy pop-folk que aborda o distanciamento numa relação e a ingénua idealização do escape como uma tentativa de reconciliação. Faz uso de guitarras acústicas e harmonias vocais das irmãs para criar um ambiente leve e doce que materializa a imagética da letra. «Escrevemos a “South America” a pensar na idealização de um escape quando as coisas se tornam mais difíceis. Nunca visitámos a América do Sul, mas temos alguns membros de família de lá e, de uma forma geral, é um lugar com tanta luz e calor que parece o sítio ideal para esquecermos os nossos problemas e preocupações durante algum tempo.»

SLIMMY – “Close Enough to Be Seen, Far Enough Away to be Safe”// O músico Slimmy está de regresso com “Close Enough to be Seen, Far Enough Away to be Safe”, o seu quinto disco de originais, composto por 8 temas, onde o rock é o elemento predominante, apesar de encerrar com um hino à música eletrónica, escrito a meias com um dos nomes mais icónicos da produção de música eletrónica, o portuense Alex FX. O novo álbum conta também com a colaboração de Nuno Norte, no tema “How long can a fool go wrong?”. O título do novo álbum foi inspirado numa passagem do livro “Hollywood” de Charles Bukowski, em especial num momento em Venice Beach em que o escritor descreve as ondas do mar dessa forma: close enough to be seen, far enough away to be safe. Slimmy adoptou esta frase como uma analogia à sua vida, o “estar presente e visível, mas longe de tudo e (quase) todos”. Slimmy completou 20 anos de carreira repletos de grandes momentos e outros menos bons, mas a paternidade e uma nova abordagem aos fantasmas do passado (como o título do novo álbum faz alusão) fazem com que surja um Slimmy revigorado, ainda na ressaca da edição do seu Best Of, mas com mais vontade que nunca de mostrar todo o seu exponencial criativo e a sua energia visceral na composição de novas canções.

RAFAEL SOUSA – Parei// Cantor e compositor português, nascido e criado em terras algarvias, Rafael Sousa iniciou-se nas edições com o single “O Mundo Não Para” gravado em pleno confinamento de 2020 e editado em outubro do ano passado. Agora, neste início de 2022, Rafael Sousa revela mais um tema do seu EP de estreia a editar em breve. “Parei no Tempoé pontuado por uma batida pujante de R&B e Trap, revelando assim mais um aspecto da personalidade artística de Rafael Sousa. Um tema onde também podemos ouvir uma outra maneira de cantar/interpretar deste jovem artista/compositor. “Parei no Tempo já está disponível nas plataformas digitais.

MIMICAT – “Mundo ao Contrário”// 2022 começa com chave de ouro para MIMICAT, com o novo single em português “Mundo ao contrário”, que conta com a participação de Filipe Gonçalves, produção de Filipe Survival, e distribuição da Altafonte Portugal. Este tema conta uma história de encontro e desencontro, sensatez e loucura, apego e desapego sem nunca ver um fim. Como são a maioria das relações que conhecemos que duram toda uma vida. É impossível estar sempre perto, mas nunca longe. Este tema fará parte do terceiro disco de originais que Mimicat irá lançar em Outubro deste ano.

[Nota: Todos os textos foram retirados dos comunicados enviados à redacção da Arte Sonora]