AS10 Cantoras Internacionais que Marcaram os Anos 70
Incendiaram palcos, encantaram multidões, influenciaram milhares. A Arte Sonora escolheu 10 vocalistas femininas que se fizeram ouvir nos anos 70.
Com a recente notícia da morte de Signe Toly Anderson, fundadora dos Jefferson Airplane, ficamos a pensar como tantas figuras femininas ajudaram a formar a imagem que hoje temos do rock e pop dos anos 70. Mulheres que incendiaram palcos, encantaram multidões, influenciaram tanta música e venderam milhares. Mas abstenham-se de referi-las como divas como se, de alguma forma, isso condicionasse a sua contribuição à música pop. São vozes que, individualmente, revolucionaram uma década e cuja influência ainda hoje se faz ouvir. Ficam aqui 10 das nossas referências internacionais dos anos 70.
GRACE SLICK | A mais conhecida figura feminina dos Jefferson Airplane, Grace Slick deixou a sua marca em todos os projectos por onde passou, independentemente se era Airplane ou Starship. Não esquecer que a cantora que substituiu Signe Toly Anderson foi também uma das principais compositoras da banda. Sendo “White Rabbit” das primeiras canções que escreveu para os Jefferson Airplane. Apesar de ter iniciado a carreira em 1967, foi aquela actuação no Woodstock, de 69, que fez com que conquistasse o mundo.
MINNIE RIPERTON | Minnie Riperton é um daqueles talentos raros que nos deixou demasiado cedo. Inserida na cena de Chicago, fez parte da sua carreira como back vocals de grandes como Muddy Waters, Chuck Berry, Etta James ou Bo Diddley, apesar do seu poder vocal inigualável. Nos anos 1970, já ela se tinha tornado dona de casa, gravou o famoso “Perfect Angel”, álbum que causou furor pela produção de Stevie Wonder e pelo famoso single “Lovin’ You”. A cantora morreu cinco anos depois, após uma luta contra um cancro na mama.
JONI MITCHELL | Uma escolha óbvia, a voz da cantora canadiana marcou igualmente géneros como o folk e o jazz. Foi no início dos anos 1970, quando quebrou as suas barreiras folk e aventurou-se por terras pop, que Joni Mitchell começou a ter o seu devido reconhecimento. Foi também quando o seu álbum “Clouds”, lançado originalmente em 1969, captou alguma atenção dentro dos Estados Unidos, merecendo-lhe o seu primeiro Grammy. Já o famoso “Blue”, de 1971, foi o álbum que tornou a rapariga que teve de fugir da sua aldeia, para seguir as Belas Artes, numa figura pop mundialmente reconhecida.
KAREN CARPENTER (THE CARPENTERS) | Conhecida pelos seus vocalizos melosos, mais do que a sua prestação na bateria, Karen Carpenter teve uma carreira breve, tendo morrido em 1983. Juntamente com o irmão, formou os The Carpenters, em 1969, com apenas 19 anos. Apesar da banda portar um repertório repleto de músicas feel good e singles românticos, como “Close To You” ou “Rainy Days and Mondays”, Karen tinha problemas de saúde derivados de uma luta contra anorexia que, eventualmente, provocou uma insuficiência cardíaca.
STEVIE NICKS | Quando Stevie Nicks entrou para os Fleetwood Mac, em 1975, já a banda se encontrava fragilizada devido a vários conflitos com o antigo manager. Dois anos depois lançaram “Rumours”, um sucesso imediato que, por sua vez, foi o primeiro álbum da banda a ser lançado a partir de uma grande editora. Mesmo assim, Stevie Nicks nunca chegou a salvar os Fleetwood Mac (nem nunca teve essa intenção). A banda manteve os seus problemas internos, relações amorosas terminadas, malta que não participava nas digressões, drogas aos montes. Terem aguentado até aos anos 90 (e estarem agora reunidos) continua a ser um mistério.
DIANA ROSS | Diana Ross tem um papel determinante na música pop actual. O sucesso que teve na Motown Records, ao lado das The Supremes, permitiu uma abertura na indústria para a integração de mais artistas afro-americanos, especialmente grupos femininos. A partir dos anos 70, já uma figura incontornável de cultura pop mundial, começou a sua carreira a solo tanto na música como no cinema e televisão. Foi, facilmente, a primeira artista pop negra que, a nível de vendas, conseguiu entrar no mesmo campeonato que os The Beatles.
DEBBIE HARRY | Antes de conseguir singrar na música, fez um pouco de tudo. De empregada de mesa a “coelhinha” da Playboy, Debbie Harry conseguiu, mesmo assim, manter alguns projectos musicais. Nada equivalente ao sucesso que teve com os Blondie, onde aglomerou elementos da cena new wave e punk que surgia do underground nova iorquino do início dos anos 70. Blondie tornou-se o primeiro grande nome musical do género a atingir sucesso comercial, antecedendo bandas new wave com vocalistas femininas como Siouxsie and the Banshees ou B52’s.
KATE BUSH | A teatralidade excêntrica de Kate Bush, juntamente com a sua veia experimental diluída em pop, tornou a cantora numa das figuras mais interessantes vindas do Reino Unido. A imagética e coreografia não se devem pôr de lado, especialmente quando estavam tão imbuídas na sua própria música. A forma como pegava em narrativas e a facilidade como conseguia casá-las com refrões contagiantes ou instrumentais assombrosos é marcante. Não é um nome que se associe aos anos 70, até porque atingiu o seu auge na década seguinte. Mas “Wuthering Heights” soube fechar os anos 70 em grande.
PATTI SMITH | Antes da palavra punk se propagar como género musical, já Patti Smith tinha um papel fulcral na génese do movimento. Não só pela sua prestação na música, como também na poesia e activismo social. Por outro lado, “Horses”, editado em 1975, ainda hoje pode ser considerado uma das suas maiores dádivas ao mundo. Fale-se com quem, ainda no ano passado, teve oportunidade de a ver ao vivo a interpretar o seu primeiro álbum na íntegra.
TINA TURNER | Tina Turner, a “Acid Queen”, tinha uma voz que conseguia dar vida a qualquer música. Com ou sem o marido, a cantora conseguiu fundir bem o soul ao rock, já desde os anos 60. Em 71, ali entre a sua fase gospel e disco, deu-nos aquela cover de “Proud Mary” que sempre que passa na rádio, precisamos de relembrar a alguém que a música é dos Creedence Clearwater Revival. Mas não dá para não pensar em Tina Turner de calças de cabedal e cabelo enorme a dar piruetas em palco quando se ouve.