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ENTREVISTA | Michael Lauren: Vitalidade, Amor à Música e Paixão pela Bateria

ENTREVISTA | Michael Lauren: Vitalidade, Amor à Música e Paixão pela Bateria

Nuno Sarafa
Miguel Grazina Barros

Michael Lauren recentemente lançou com o seu trio o disco “Live At Mobydick Records” e a Arte Sonora foi visitar este baterista catedrático à International Drum Academy, em Lisboa. Uma entrevista que é muito mais do que isso. É uma verdadeira aula sobre vida, música e amor ao instrumento.

72 anos de vida, 64 de bateria, Michael Lauren é aquilo a que se pode chamar de músico de jazz com coração de Rock & Roll. Multistylist, já tocou e ainda toca com grandes nomes do jazz, de Benny Golson a Tom Harrel, passando pelo lendário Chuck Berry, Charles Brown ou Darlene Love. Autor de sete livros dedicados ao estudo da bateria e de inúmeros artigos para várias revistas, entre as quais a Modern Drummer, Lauren é também um dos fundadores da Escola de bateria de renome mundial em Nova Iorque, a Drummers Collective, onde lecionou durante mais de 25 anos – é uma verdadeira inspiração.

Dispara o play para veres a primeira parte desta entrevista – qual o segredo da sua longevidade?

«Eu não toco apenas bateria, eu vivo a bateria.» – afirma Michael enquanto explica a sua paixão por Portugal, a importância de contribuir no ensino português de maneira diferente de como contribuiu em Nova Iorque, e sobretudo a relação simbiótica com o seu instrumento que ainda hoje se mantém igual.

Na segunda e terceira partes, Michael resume o seu papel enquanto líder do “The Michael Lauren Trio”, ao lado de Vasco Agostinho na guitarra e João Custódio no contrabaixo. Recentemente, lançaram um álbum gravado ao vivo, “Live At Mobydick Records”. Um disco com energia e intensidade, repleto de música directa, orgânica e excitante. O processo de escrita das canções e a única canção não original no disco – uma interpretação de Sonny Rollins. O ritmo de bateria é o mais importante – sobreposto por melodias cantadas ao vivo por Michael. Depois, a procura por acordes. Com as suas raízes nos anos 1960, Michael é um baterista apaixonado, sortudo porque nunca lhe «disseram para tocar do coração.»

A minha mãe dizia que se não fosse a bateria estaria preso

Na quarta parte da entrevista, Lauren aconselha os bateristas mais inexperientes para darem importância importância à canção como um todo, saberem distinguir um verso do refrão e da bridge, elementos cruciais no desenvolvimento do “feel” e da musicalidade própria. A bateria é um instrumento ao qual se “ganha o direito” de tocar com todas as peças.

Em Portugal, foi professor na Escola Superior de Música Artes e Espectáculo, no Porto, onde também foi diretor do Departamento de Jazz. Actualmente, dá aulas na Escola Superior de Música Jam Session, em Barcelona, e é fundador e director artístico da International Drum Academy, em Lisboa.