Lester Les Paul, O Inventor do Santo Graal
Breve biografia de Lester “Les Paul” William Polsfuss, o jovem fã de Django Reinhardt que criou uma das maiores lendas da música.
Apenas em 1936 seria produzida a primeira guitarra electrificada da Gibson, a ES-150. Dez anos mais tarde surgiu o lendário single coil P-90. Em 1952, a Gibson precisava de responder à invenção de Leo Fender, que criara a Mãe do rock n’ roll, a Telecaster. Então a marca juntou esforços com o guitarrista Lester William Polsfuss e surgiu o Santo Graal, a Gibson Les Paul.
Lester nasceu em 9 de Junho de 1915, em Waukesha, Wisconsin. Em 1934, mudou-se para Chicago em busca de uma carreira musical e, segundo rezam as lendas, fez-se amigo do também lendário pianista Art Tatum, que o terá convencido a tornar-se guitarrista, em detrimento do piano. Seguindo os conselhos de Tatum, a guitarra tornou-se uma obsessão do jovem músico que idolatrava Django Reinhardt. Crescendo enquanto executante, em 1937 tocava em trio com o baixista Ernie Newton e o guitarrista John Atkins (adivinharam, irmão de Chet Atkins. Bom… meio-irmão).
Da sua crescente experiência enquanto músico cresceu uma insatisfação com o som das guitarras, as electro-acústicas de então. Surgiu-lhe a determinação em desenvolver uma solid body e resolver os mistérios da electricidade. Os primeiros modelos são as famosas versões do “The Log” (O Tronco), que consistia num bloco de madeira com um braço anexado e apenas um pickup – quando estabilizou a performance desde “monstro”, inseriu-o dentro de uma hollow body da Epiphone.
Além de um visual mais catita que apresentar um bloco de madeira, o “Tronco”/Epiphone resolvia um problema odioso: sem a ressonância acústica do corpo, o feedback desaparecia da amplificação e, ao mesmo tempo, como as cordas não perdiam a energia a fazer ressoar o corpo acústico, o sustain era incomparavelmente maior!
Em 1941, Lester apresentou o “Tronco” à Gibson, mas a marca recusou desenvolver uma solid body. Até que aqueles coisas demoníacas que Adolph Rickenbacker criara nos anos 30 ou o modelo poderoso que Merle Travis usava, construído por um tal de Paul Bigsby, começaram a cativar o imaginário dos pioneiros do rock. Quando Leo Fender conseguiu montar uma linha de produção para a Telecaster, a Gibson precisava de… um tronco!
Em 1952 nascia a Gibson Les Paul. Os modelos foram-se desenvolvendo até que, em 1958 e, principalmente, 1959, os modelos standard se tornaram no “Santo Graal” [ver mini documentário no player em baixo]. Por 1961, a invenção de Les Paul estava em declínio de vendas. Para reagir ao mercado, e um pouco à revelia do inventor, a Gibson desenvolveu um corpo mais fino e com duplo cutaway. Les Paul não gostou e pediu para não lhe darem o seu nome. A SG tornou-se uma bastarda.
Em 1952 nascia a Gibson Les Paul. Os modelos foram-se desenvolvendo até em 1958 e, principalmente 1959, os modelos standard se terem tornado no “Santo Graal”.
Em 2009, o músico que, na sua sede por um som melhor, criou uma das maiores lendas da música, além de várias experiências na gravação áudio e pioneiro na gravação em multitracking, tornou-se imortal. Em 12 de Agosto, de 2009, com 94 anos de idade, o jovem fã de Django Reinhardt, morreu em Nova Iorque.
No coleccionável Arte Sonora #62 contamos a sua história e de outros pioneiros, cujas invenções conduziriam ao nascimento do Hard Rock. No artigo está um cheirinho. Para o quadro completo, sigam https://loja.artesonora.pt!