O que é o Rodellus Music Fest?
O Rodellus Music Fest realiza-se no dia 5 de Agosto em Ruilhe, Braga. Estivemos à conversa com os mentores da ideia de criar um festival para quem não tem medo do campo.
O conceito é badass: «Acima de tudo, o Rodellus Music Fest surge do imaginário de um colectivo de pessoas que tomou a iniciativa de revitalizar um espaço rural com correntes e sonoridades tipicamente urbanas. A cultura hoje em dia acaba sempre por se centrar nos grandes pólos, o que a torna repetitiva e previsível. Queremos quebrar um pouco com essa rotina, apresentando um conceito em que as pessoas possam ter uma “boa experiência de campo”, com o cenário bucólico que o compõe, adicionando uma pitada de algumas das mais refrescantes propostas musicais da actualidade».
Um dos parceiro é o “Um ao Molhe” que «enquanto festival itinerante de one-man-shows, cativou inúmeros corações, dando a conhecer projectos solitários em mais de 25 datas por esse país fora. O seu conceito DIY é algo que achamos extremamente inspirador e refrescante e como tal propusemos o desafio. Foram os primeiros a não ter medo do campo e ainda bem»!
É Jorge Dias, da organização do Rodellus que, na primeira pessoa, o explica.
Onde foram buscar a ‘inspiração’ para este nome? Tem algum significado especial?
Ruílhe tem, quanto à sua toponímia, influências germânicas que remontam ao Séc XIII. Rodellus é uma derivação desse mesmo nome. Num distrito marcado pela celebração da “romanização” achamos que seria interessante um “approach” diferente. Conseguimos assim valorizar a terra, mas acima de tudo, toda uma herança das suas gentes. Ainda por cima é um nome bastante “catchy”, o que nos agradou bastante.
Uma das bandeiras do ‘festival’ é a aproximação entre os meios rural e urbano. Como é que isso vai acontecer?
Imaginem alguns dos melhores projectos nacionais da actualidade “à solta” num campo impregnado por tradições e modos de vida tipicamente rurais. Essa amálgama é algo que nos fascina, e muito. Requalificámos uma quinta parcialmente abandonada e adequamo-la às necessidades deste evento sem nunca a descaracterizar. A decoração, por exemplo, é feita à base de materiais e utensílios da vida agrícola. A própria alimentação tem aquele toque de arraial rural, onde não faltará o porco no espeto, o bom vinho verde do Minho e fruta da região. Era importante manter este sentido de identidade rural porque, mais que um festival, é um evento que pretende valorizar o meio e as suas gentes, abrindo portas para a importação de novos movimentos culturais que são característicos dos grandes meios urbanos. Além disso, esperem workshops de graffiti, exposições de fotografia, um jardim digno de uma obra de Mark Twain, entre outras surpresas.
Nesse sentido, qual é o ‘dress code’ aconselhado para este festival: Alpercatas ou Galochas?
Alpercatas, sem dúvida. Parece-me ser a melhor opção para um “pézinho” de dança.
No cartaz anunciado constam bandas de heavy rock, dance music, folk, dreamy glitch pop, surf rock… Quer dizer que este é um festival para todos os gostos?
Acaba por ser um festival que procura algumas das melhores propostas, independentemente do seu espectro musical. Estamos muito orgulhosos do cartaz para esta primeira edição. Penso que conseguimos manter um equilíbrio bastante aceitável nas escolhas dos projectos e não fechamos portas para futuras edições.
Para quem está na dúvida se há-de ir ao Rodellus Music Fest, quais eram os argumentos que utilizariam para os convencer? O que é que o público pode esperar no dia 5 de agosto em Ruilhe?
O Rodellus Music Fest acaba por ser o sonho de qualquer festivaleiro. Cerca de 15 projectos musicais, divididos por 2 palcos em mais de 14 horas de programação com um custo máximo de 7.5 euros.
O bilhete em pré-venda tem um custo de 6 euros e na apresentação do mesmo conseguem ter desconto nas viagens, pagando somente 2 euros por uma viagem de ida e volta em todas as linhas urbanas do Porto. O apeadeiro de Ruílhe localiza-se a menos de 100 metros do recinto e, no caso de utilizarem os Transportes Urbanos de Braga, tem uma paragem a menos de 50 metros.
Além de tudo isto, a cerveja tem o que eu gosto de chamar “taxa rural”, ou seja, finos nunca superiores a 1,00€, além de todas as iguarias típicas como o porco no espeto ou vinho verde. As condições para uma grande festa estão mais que reunidas e é exactamente isso que podem esperar!
Quais são as bandas a que o público deverá estar particularmente atento?
Os gostos acabam por ser subjectivos, mas penso que podemos esperar um grande espectáculo por parte dos Kilimanjaro. Parece-me que estão com a corda toda, passo a expressão, mas não fico por aí. O palco Um ao Molhe tem projectos como Coelho Radioactivo, Captain Boy ou Daily Misconceptions que encaixam naquele cenário como uma luva. Os Voxels vão tornar o campo num verdadeiro dancefloor, num palco em que figuram grandes nomes como Mr. Herbert Quain ou os The Sunflowers, entre muitos outros. Nada melhor do que no dia 5 de Agosto tirarem a prova dos nove.
Já estão a trabalhar na edição do próximo ano? O conceito vai-se manter, ou querem continuar a inovar?
De momento, estamos a trabalhar afincadamente para garantir uma primeira edição memorável, pois consideramos que esta será a base para um futuro bastante promissor. O conceito esse vai-se manter, abrindo sempre as portas para a inovação. Já temos alguns pontos definidos para a próxima edição mas dependem claramente da adesão do público ao evento. O importante é que as pessoas não tenham medo do campo e marquem presença nesta 1ª edição do Rodellus Music Fest.