x wife

Festival A Porta regressa a Leiria em Junho

14/04/2025

Ana Lua Caiano, X-Wife, Filipe Sambado, Salvador Sobral em Noko Woi, MAQUINA e Aunty Rayzor na 10ª edição do Festival A Porta.

O Festival A Porta celebra a sua 10ª edição, de 2 a 8 de junho, com um cartaz que toca em vários géneros musicais. Um alinhamento que leva a palco nomes sonantes do panorama nacional, revisita artistas presentes em edições passadas e apresenta novos talentos nacionais e internacionais.

«O cardápio musical deste ano d’A Porta reflete um culminar de vontades após auscultação do público, da atual e ex equipa d’A Porta, e também dos voluntários», Mariana Lois, programadora de música do festival.

Explicando que «temos, nesta celebração de 10 edições, a nostalgia de trazer, com uma nova roupagem, artistas que marcaram a história do festival, e de voltar a lugares da cidade com o mesmo peso, mas sem esquecer de deixar presente o que queremos para o futuro.  Também temos nomes mais sonantes e conhecidos do panorama da música nacional, participações internacionais e novos talentos para apresentar. A recente participação d’A Porta em convenções e festivais internacionais como o Eurosonic, BIME Bilbao e Fifty Lab permitiu-nos conhecer alguns deles e as suas agências e perceber com mais clareza que não devemos ter medo de juntar diferentes géneros musicais.»

O Palco da Pousada será o centro nevrálgico da programação musical. A sua inauguração acontece na segunda-feira, dia 2, com Sérgio Onze a Noko Woi. A noite arranca com o fado de Sérgio Onze, onde cabem várias sonoridades de Fado tradicional e foi considerado um dos Melhores Álbuns do Ano pela revista Blitz. E termina com Noko Woi, projeto que junta Salvador Sobral à sua banda de Barcelona e traz vibrações psicadélicas, guitarras funky e batidas tropicais ao Festival A Porta.

Na quinta-feira, dia 5, o mesmo Palco da Pousada recebe Filipe Sambado, EVAYA e Surma + Larie. «Os concertos a solo permitem-me uma aproximação muito generosa com o público, são um momento de partilha encaixado em versões minimizadas das canções», diz Filipe Sambado. EVAYA é cantora, compositora, produtora e artista visual portuguesa, navega entre a pop experimental e o art pop e constrói um universo próprio, entre camadas de synths e gravações da natureza, que se transformam em paisagens sonoras alienígenas. Surma e Larie são repetentes no Festival A Porta, com proveniência na família Omnichord, e aceitaram o convite para se juntarem numa residência artística livre, que acontece no mês de maio.

Sexta-feira, dia 6, no Palco Villa Portela, os X-Wife revisitam, ao vivo, n’A Porta, o icónico disco “Feeding the Machine” que comemora 21 anos de existência. Antes, atua VAGGUE que vem de Bruxelas e navega entre a club music, bass music, drum-and-bass, ambient, jungle grooves e algum jazz. Improvisação e liberdade são palavras-chave num concerto em que Antoine Pierre usa e abusa do computador para criar samples ao vivo, ao mesmo tempo que sucumbe ao ritmo da bateria. Seguem-se os Unsafe Space Garden que, em 2023, puseram o público do Largo da Sé em euforia. Com eles a plateia adulta volta a ser criança energética, num concerto que traz sempre surpresas. O encerramento do dia 6 fica entregue ao imenso talento de Aunty Rayzor, que está preparada para dominar o mundo como uma rapper veterana e vem do Primavera Sound Barcelona diretamente para A Porta. Durante essa tarde de sexta-feira, no Palco da Pousada, tocam os Cremalheira do Apocalipse, um quinsexseptocteto de música incatalogável que chegam a Leiria armados de baterias, teclados, guitarras, bidons e baldes.

Uma das atuações mais esperadas acontece no sábado, dia 7, no palco da Villa Portela, com Ana Lua Caiano, reconhecida pela forma como combina tradição e modernidade em canções únicas. Mais cedo, no mesmo dia, no mesmo palco, apresenta-se Rossana, artista portuguesa radicada em Londres, que traz o resultado de uma mão cheia de anos a explorar géneros que vão desde o jazz ao psy-rock, passando pela música latina, folclórica portuguesa e eletrónica. A noite de sábado conta ainda com a atuação de Scúru Fitchádu, talvez o único artista nacional a misturar punk, hardcore e metal, com funaná e eletrónica. Este palco encerra com a energia contagiante da DJ e produtora Von Di, apaixonada pela dance music e culture club.

Durante essa tarde há CAIO e Veronica Fusaro para ver no Palco do Centro Cívico, um dos mais emblemáticos do Festival A Porta, em plena Rua Direita. Caio, de 27 anos, com sete álbuns publicados, promete envolver o público no seu mundo que transporta para a beleza do dia a dia. Veronica Fusaro vem da Suíça, com a sua capacidade de comover os ouvintes, uma voz inconfundível e uma narrativa profundamente sentida.

Também no sábado, dia 7, haverá Travo e MAQUINA, no jardim da antiga Pousada da Juventude, que foi aberta ao público na edição d’A Porta de 2022, após mais de uma década sem atividade. O regresso à Pousada para a 10ª edição do Festival será muito especial, com os MAQUINA, projeto de Lisboa, que se inspira em krautrock e techno industrial, com elementos de noise e música eletrónica, considerado Melhor Atuação ao Vivo nos Futurawards 2025. Antes tocam os Travo, de Braga, que estiveram recentemente no KEXP e regressam à Porta depois de terem feito tremer o Centro Cívico, em 2022. A fusão única de psicadelismo de alta voltagem e uma atitude garage rock sem remorsos faz deste um quarteto implacável.

O Festival encerra domingo, dia 8, com o habitual convite para piquenicar de manta estendida, desta vez no jardim da Villa Portela, com a reunião de todos os públicos que passaram pelo festival ao longo da semana. Animam esta tarde Gardênia & Technofoguete que agitam Brasil, África e Jamaica no shaker e servem bem batido com eletrónica. Não sabemos ainda como vai estar o tempo, mas eles garantem sempre muito calor.

Durante esta tarde haverá lugar ainda para uma apresentação/ performance muito especial, resultante da residência criativa Porta por Miúdos. Crianças dos 8 aos 14 anos irão explorar, através do jornalismo e do teatro, as transformações e desafios da Rua Direita, artéria central do centro histórico de Leiria. As crianças vão entrevistar comerciantes e residentes, recolhendo memórias e reflexões sobre o passado, o presente e o impacto do festival na rua emblemática, dando-lhes a oportunidade de se envolverem na reflexão sobre a cidade e de terem uma voz para imaginar o futuro da Rua Direita.

A Rua Direita e suas transversais darão lugar a uma exposição comemorativa das 10 edições d’A Porta e haverá 24 horas ininterruptas de música para ouvir em vinil.

À semelhança dos últimos anos, o Festival A Porta será maioritariamente gratuito. Este ano, a organização fará um apelo ao donativo voluntário. A informação sobre as atividades pagas e locais de aquisição de bilhetes será divulgada em breve no site e redes sociais d’A Porta.

PRÓXIMOS EVENTOS