Oito anos após a sua última visita, The Horrors regressaram a Portugal para a apresentar o seu mais recente álbum “Night Life”.
Em março de 2025, os The Horrors regressaram finalmente à edição de originais com o excelente álbum “Night Life”, disco que motivou a digressão que passou por Portugal no dia 9 de abril, no Hard Club, no Porto, e no dia seguinte na República da Música, em Lisboa. A lente da Arte Sonora marcou presença no concerto da capital.
Desde a edição de “V”, em 2017, que os fãs aguardavam com expectativa um regresso mais ativo da banda. Pelo caminho, os membros fundadores Tom Furse e Joe Spurgeon saíram, tendo sido substituídos pela teclista Amelia Kidd e pelo baterista Jordan Cook.
Conhecidos pelas suas constantes metamorfoses sonoras, os The Horrors continuam a cruzar post-punk, shoegaze e electrónica com intensidade e teatralidade. Apesar das mudanças na formação, a banda mantém uma performance coesa, enérgica e hipnótica, com destaque, naturalmente, para a presença magnética e a voz assombrosa de Faris Badwan. O alinhamento equilibrou temas clássicos e inéditos, conquistando tanto os fãs de longa data como os recém-chegados.
“The Silence That Remains” e “More Than Life” são duas das grandes malhas de “Night Life” e, ao vivo, demonstraram ter força suficiente para se tornarem presenças obrigatórias em futuros concertos da banda. No alinhamento, não faltaram também clássicos como “Still Life”, “Something to Remember Me By” e “Sea Within a Sea”.
O concerto deixou uma marca duradoura nas paredes da República da Música, que se apresentou bem composta por um público verdadeiramente interessado na experiência musical. Não houve conversas paralelas prolongadas nem um mar de ecrãs iluminados, apenas uma comunhão entre quem sabe estar e quem sabe ouvir, focados no essencial: os músicos e as notas que tomam conta da sala.
Valeu, sem dúvida, a pena esta longa espera.
