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Roland Boutique Series

Roland Boutique Series

Nero

A nova gama recupera synths über clássicos. JP-08, JU-06 e JX-03, são inspirados no Jupiter-8, Juno-106 e JX-3P, respectivamente.

A Roland iniciou a gama Boutique, com a introdução de modelos inspirados em três dos seus mais emblemáticos sintetizadores. O JP-08, JU-06 e JX-03, são inspirados no Jupiter-8, Juno-106 e JX-3P, respectivamente. Para conseguir uma fidelidade de emulação desse som clássico, os novos modelos usam a tecnologia Analog Circuit Behaviour (ACB), a mesma engenharia que surge na gama Aira da marca. Claro que, no final, estes novos modelos são digitais, ao contrários dos analógicos originais.

O nome “Boutique” está mais relacionado com o facto de estas serem edições limitadas. Afinal, a possibilidade de alimentação a pilhas ou a integração de altifalante no design tornam-nos mais mainstream que exóticos. Claro que essa é também uma das características salientes destes modelos: sintetizadores bem portáteis e para massas, de uso bastante intuitivo, mas a tresandar a uma pinta de produto de elite. Uma opção interessante é a opcionalidade pelo mini teclado K-25m. É certo que, no caso de não possuírem um teclado terão esse custo extra pela frente, mas a Roland parece ter decidido, e bem, que a grande maioria dos utilizadores já possuirá soluções, nomeadamente controladores MIDI e, de qualquer forma, o mesmo teclado serve para os três synths.

Roland JP-08

O JUPITER-8 é um dos mais carismáticos sintetizadores da Roland. Foi lançado em 1981 e tornou-se logo alvo de aclamação, com 8 vozes e imensos controlos no painel frontal. A maioria dos parâmetros possuía mesmo um controlador específico, o que tornava o synth bastante fácil de usar e explorar sonoramente – já não era necessário ser um académico de ligações modulares e cálculos de ondas áudio. Qualquer um podia fazer música com o Jupiter-8. Um poderoso motor de sintetização permitia muita flexibilidade a um circuito analógico capaz de criar ambientes grandes e etéreos ou sons solo carregados de ataque – especialmente quando os 16 osciladores eram somados em modo uníssono. Para aumentar a lenda, este modelo esteve poucos anos em produção e o seu som, enquanto se tornava cada vez mais desejado, tornou-se uma raridade dispendiosa. Até agora.

roland-jx-03

Em 1983, a Roland apresentou o seu primeiro sintetizador analógico com MIDI. O JX-3P possuía a mesma polifonia de 6 vozes dos seus “irmãos” Juno, tal como outros componentes analógicos emblemáticos da Roland, incluindo o voltage-controlled filter (VCF). O que o tornava distinto era os seus dois osciladores de controlo digital (DCO), por voz, que acrescentavam carácter sonoro à sintetização. Os três P’s (3P) eram siglas para Programmable Preset Polyphonic, o que significava o acesso instantâneo ao sons grandiosos, através dum interface bastante intuitivo. Isso não tornava o JX-3P numa máquina básica, muito pelo contrário. Especialmente quando utilizado com o controlador PG-200, o synth convertia-se numa ferramenta poderosa de programação e exploração, com o acréscimo de um arsenal impressionante de potenciómetros.

roland ju-06

Logo em 1984 foi a vez do JUNO-106, um analógico de 6 vozes. Era o terceiro modelo da série JUNO, depois do Juno-6 e Juno-60, e o primeiro a ter MIDI. É considerado, por muitos freaks do áudio, como um dos últimos grandes sintetizadores da era analógica. O 106 foi dos últimos synths a surgir com tantos potenciómetros e botões de controlo, para a sempre almejada “democratização” da programação. Mantinha o calor do sinal analógico dos seus antecessores, incluindo um filtro low pass de 24dB, e contava com um DCO para cada uma das vozes. Tornou-se imediatamente um clássico de estúdio, posição que ocupa até aos dias de hoje. Com os pads ricos e o poder dos baixos e perfuração dos leads, o JUNO-106 foi um dos grandes catalisadores da explosão da house music. A sua simplicidade de operação fez dele um excelente sintetizador para iniciantes que procuravam descobrir mais sobre sintetização e criação sonora partindo do zero.