18º HardMetalFest
2012-01-14, MangualdeIntitulando-se como o festival de peso mais antigo do país, teve nesta edição um cartaz bastante variado, conseguindo atrair um público bastante diverso, atingindo casa cheia ao longo de todo o festival e em todos os concertos.
Coube aos Processing Cut Mode, oriundos de São Pedro do Sul, abrir esta edição com o seu Death Metal Old School. A sala já estava bem composta, onde se previa ser o início de uma grande noite. De seguida passamos para sons mais extremos com os Raw Decimating Brutality (R.D.B.) debitando Grind Core e animando os presentes com temas do seu último registo “Obra ò Diabo!!!”, de onde se puderam ouvir “Chapar Massa à Talocha”, “Limpei o Cu a um Saco de Cimento”, “Napalm na Obra”, “Estrume à Forquilha”, entre outros…
O terceiro colectivo a subir o palco foram os anfitriões do festival – Angriff, como tem sido tradição todos os anos. Os elementos mostraram-se bastante unidos e à vontade em palco conseguindo despertar as primeiras movimentações na assistência ao som do Thrash Metal. Pode-se dizer que esta é talvez a formação mais coesa e segura. Tocaram vários temas já conhecidos como “Thrash Metal Attack”, “Infected Paradise” ou “Art of Agression”, terminado com a cover “Angel of Death”.
De volta às sonoridades mais “calmas”, os lisboetas Desire, que comemoram este ano 20 anos de existência, cativaram e deliciaram o público, que ouviu com atenção os acordes “arrastados” de “Funeral Doomentia”, “…An Autumnal Night Passion – Movement II”, “Scars of Disillusion” (novo tema) e “The Purest Dreamer”. Tear e os restantes elementos tiveram um excelente desempenho e demonstraram que estão em excelente “forma”!
Também com vinte anos de rodagem, os Grog continuam a “debitar” Brutal Death/Grind Core como se não houvesse amanhã! A assistência mostrou-se “tímida” inicialmente, mas após o mote lançado por Pedra as pequenas movimentações iniciaram-se bem como algum mosh dando continuidade à “brutalidade” que provinha do palco. Foi dado especial ênfase ao seu último álbum “Scooping the Cranial Insides” de 2011.
Sem dar descanso à audiência, seguiu-se o Punk/Hardcore dos For The Glory, que contagiaram todos com a sua energia e dinamismo mostrando-se imparáveis durante toda a sua actuação.
Os Corpus Christii demonstraram um grande à vontade em palco, com muita energia e domínio técnico. Focaram o seu concerto no seu último registo de originais “Luciferian Frequencies” (2011), não esquecendo também temas mais antigos bastante apreciados pelos seus seguidores, como “Crimson Hour”, “Penetrator” ou “All Hail! (Master Satan)”. Este ano também estão de parabéns, comemorando 14 anos de devoção ao Black Metal.
Oriundos de V.N. de Gaia, os Heavenwood quase não necessitam de apresentações. Fizeram mais uma vez as delícias do público dando particular ênfase ao seu último longa duração “Abyss Masterpiece”. Ernesto Guerra e restantes elementos mostram novamente os excelentes músicos que são e como conseguem cativar uma plateia. Óptima prestação e grande espectáculo.
Os nortenhos Tarântula são certamente o colectivo com maior longevidade nesta edição do HARDMETALFEST, mas continuam com muita energia conseguindo proporcionar um grande concerto e deixar o público a entoar os seus temas. O vocalista Jorge Marques teve uma boa interacção e comunicação com a audiência e contou com a sua ajuda em alguns refrões de músicas mais conhecidas. O quarteto deu também a conhecer temas do seu oitavo disco de originais “Spiral of Fear”, que contém melodias onde é mostrada toda a sua experiência e musicalidade. A alegria e a satisfação dos irmãos Barros em palco são contagiantes. Grande concerto destes senhores a terminar “em grande” com “Smoke on The Water”!
Os alemães Witchburner vieram mostrar mais um vez em terras lusas o seu Thrash Metal germânico, desta feita com dois novos elementos na formação, o guitarrista Mächel e o vocalista Pino. Fazendo as delícias dos presentes com a sua energia e performance contagiantes não deixaram ninguém indiferente agradando deveras ao público imparável! Nota muito positiva para a banda.
Foi a todo o vapor e a com grande velocidade que Rui Sidónio e os seus companheiros conduziram esta Bizarra Locomotiva para o seu destino. O front-man, como é hábito, esteve imparável em palco e entre o público, junto do mesmo, durante a hora e meia. Ninguém consegue ficar indiferente à sonoridade deste Metal Industrial intenso e contagiante, acompanhado de letras fortes entoadas em Português. Nunca esquecendo as suas tradicionais vestes plásticas, que se vão deteriorando ao longo da actuação, e encenação cuidada, os Bizarra satisfizeram e surpreenderam pela positiva! Fecharam em grande este excelente festival que teve “casa cheia”.
A única nota a apontar foi o som do PA demasiado alto nas últimas bandas, sendo que culminou na actuação de Bizarra Locomotiva com um volume bastante exagerado e desconfortável. Apesar de terem um bom sistema de som capaz de atingir determinados volumes, podia ter havido por parte dos técnicos um maior cuidado neste aspecto, sendo que o espectáculo das bandas e a qualidade sonora do mesmo saiu prejudicada.
Parabéns a José Rocha e a toda a sua equipa pelo trabalho, empenho e dedicação! Continuem com essa energia e motivação. Bem-haja.
Texto e Fotos: Joana Cardoso