A Place To Bury Strangers… e guitarras!
2014-09-13, Reverence, ValadaA actuação dos A Place To Bury Strangers, no Reverence, foi um dos melhores concertos do ano. Uma tempestade eléctrica, carregada de volume e guitarras partidas.
Os amplificadores custom, construídos por uma pequena empresa, especializada em pedais, chamada Death By Audio, eram prova de que os A Place To Bury Strangers seriam a banda mais desfasada do vibe do palco Reverence. A experimentação não se situava tanto no psicadelismo estético, mas no desafio sónico. Não venceram a guerra do volume, mas venceram a do som. Oliver Ackermann e Dion Lunadon soaram como dois rolos compressores de distorção, dinâmicos e com espaço, com poder e precisão.
Instigados pelo pulsar maquinal das baterias de Robi Gonzalez, Ackermann e Lunadon conseguiram criar uma tremenda tempestade eléctrica, pesada, épica e melódica
Conseguiram contrariar uma tendência que se impôs a muitas bandas. O set, relativamente curto, não teve quaisquer tréguas. A partir do momento que se ouviu “Deadbeat”, a fúria da banda jamais esteve contida e foi, inclusivamente, descarregada nos instrumentos. E o que doeu ver Ackermann destruir, literalmente, uma Jaguar. O modelo, já de si “sovado” por anos de abuso, com uma configuração tão intrigante como ressoante e agressiva [dois lipsticks, com o do braço envolto em fita], foi arremessado e partido em dois.
Lunadon haveria de fazer o mesmo com o seu Precision. Instigados pelo pulsar maquinal das baterias de Robi Gonzalez, Ackermann e Lunadon conseguiram criar uma tremenda tempestade eléctrica, pesada [ora grave, ora estridente], épica e melódica. No final, o trio deu um dos melhores concertos do Reverence Valada. Aliás, deu mesmo um dos concertos do ano.
SETLIST
- Deadbeat
Dead Moon Night
Alone
You Are the One
Drill It Up
I Lived My Life to Stand in the Shadow of Your Heart
Ocean