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Antimatter + Kandia

2013-03-03, Metalpoint, Porto
Redacção

Com meia hora de atraso, atendendo à hora anunciada, subiu a palco Vic Anselmo para nos mostrar o seu projeto a solo. Não estava anunciado no cartaz, mas ainda bem que o fez. Dona de uma bonita e versátil voz e de um sorriso contagiante, durante cerca de trinta minutos, esta senhora dominou o piano e cantou temas como “Before I Could Breathe”, “Beverly”, “Open Wide”, “Who?”e “Wellspring”. Sempre bem-disposta e queixando-se de algum frio, perto do final decidiu trocar o teclado pela guitarra que já estava em palco para a banda seguinte e levantou-se, dizendo que tinha uma surpresa, mas não foi possível satisfazer o seu desejo porque não conseguiram ligar a guitarra, por algum motivo. Tocou então o último tema “I am the One” em que conseguiu puxar pelo público e fazê-lo repetir “I am the one” várias vezes.

Já perto das 23h15 os Kandia começaram a sua prestação com a vocalista Nya Cruz acompanhada apenas pelo André Cruz à guitarra e no comando do sintetizador que fazia alguns acompanhamentos extra. Estando a preparar o seu segundo longa duração, este duo do Porto aproveitou para nos mostrar temas do seu EP “Light” e do álbum “Inward Beauty|Outward Reflection”. Destaque para as músicas “Hold on to me”, sobre a amizade, anunciado como o preferido de muita gente, “Reflections” que, aquando da sua gravação, contou com a participação de JP Leppaluoto, vocalista de uma extinta banda finlandesa e para uma cover de um tema dos Perfect Circle. Durante a atuação anunciaram a campanha que estão de momento a promover, em que procuram donativos e que pode ser consultada em http://ppl.com.pt/pt/prj/kandia

 

E é já depois da meia-noite que sobe a palco novamente Vic Anselmo juntamente com Mick Moss para iniciar um concerto de cerca de uma hora e quinze minutos. Primeira vez que se ouve uma voz masculina neste evento, uma vez que até nos intervalos apenas se escutava a bela voz de Anneke Van Giersbergen quando ainda estava no comando dos The Gathering.

Já tinha tido a oportunidade de ver este senhor em 2008 em Braga, nessa altura veio sozinho, também para um concerto acústico. Desde então ficou a vontade de o rever acompanhado, para ver Antimatter tal como é em disco. Ainda não houve essa possibilidade mas não podia deixar escapar a oportunidade de o rever. Mick Moss tem uma agradável voz, inconfundível e que conjuga na perfeição com a voz de Vic Anselmo que o acompanhou em grande parte dos temas.

Trazendo na bagagem o mais recente álbum “Fear Of a Unique Identity” de onde destacaram “Monochrome” e “Here come the men”, ela no piano e ele na guitarra acústica foram interpretando temas também de álbuns mais antigos como o “Leaving Eden” onde além da música que dá nome ao disco, tocaram “Conspire” e “Redemption” e foram ainda mais longe com “Saviour” e “Angelic” do primeiro trabalho. Para terminar a noite, escolheram “Working class hero” de John Lennon.

 

NOTA: Espaço habitualmente conhecido por realizar concertos mais pesados, o Metalpoint abriu portas este domingo à noite para um evento acústico. Admito que quando tive conhecimento deste evento, pensei que não seria o local apropriado para este tipo de concerto, mas estava enganada: o som esteve de uma maneira geral irrepreensível e o ambiente foi bastante intimista uma vez que para assistir ao concerto estiveram apenas, pouco mais de meia centena de pessoas, deixando a pequena sala, aquém da sua capacidade. Motivos para a fraca afluência? Certamente haverá, mas a qualidade dos músicos merecia uma maior adesão.