Brahma-Loka, Brits em Valada

Brit rock incomum em Valada e songwriting experimental.

Desconhecidos dos portugueses e do público em geral, os Brahma-Loka trouxeram na bagagem um brit rock incomum em Valada. Apadrinhados pelos míticos Warlocks (com quem estão em digressão), esboçam sorrisos ao início de tarde com um songwriting experimental a fazer lembrar os pouco valorizados Smith Westerns.

O som destes cinco garotos de Manchester nasce da já habitual transição entre e delays corpulentos e overdrives mansos que facilitam a passagem do verso para o refrão, mas nem por isso cai no erro de ser previsível e rotulável. Há trocas de baixo entre versões hollow, solid e contrabaixo que mostram a lição sonora bem estudada, jogando sempre em favor da voz preciosa de Patrick Neville, também responsável e irrepreensível nas lides da guitarra ritmo.

Sem percalços, faltaria somente um fator chave: o público. Apesar da surpresa, os ingleses foram incompreensivelmente comprometidos pelo line-up — que os atirou para um dos dias mais quentes e molengões do ano — “arrefecendo-se” assim um concerto que podia ter passado de morno a extra-quente com uma simples mudança de dígito.