Down, a força do Sul

Os sulistas foram a verdadeira significância do termo “superbanda”. Super músicos, super frontman, super groove e super concerto.

O tema “Eyes Of The South” abre uma setlist ao mesmo tempo que levanta uma questão: o álbum “NOLA”, e “Bustle In Your Hedgerow” são compêndios irrepetíveis de groove? “We Knew Him Well”, com abraço a Dimebag, e “Hogshead/Dogshead”, do mais recente EP, parece uma resposta clara da banda.

Contudo, mesmo com momentos menos inspirados há algo inegável – os Down são aquilo que significa, realmente, o termo “superbanda”. Músicos monstruosos em palco e um frontman que é, possivelmente, o frontman. O carisma e confiança de Phil Anselmo dominaram completamente o público presente, aliás, o vocalista é mesmo capaz de dominar a própria banda. Isso significa que o concerto também é um superconcerto. É certo que Kirk Windstein e Rex Brown já não estão, mas Pepper Keenan e Jimmy Bower são super que chegue para 10 ou 20 bandas.

Kirk Windstein e Rex Brown já não estão, mas Pepper Keenan e Jimmy Bower são super que chegue para 10 ou 20 bandas.

“Witchtripper” é bem capaz de ser o malhão dos dois EPs “IV” (parte um e dois), que trouxeram de volta o projecto. É também o tema em que o tremendo Jimmy Bower exibe tudo aquilo que é enquanto guitarrista através da bateria. Um balanço meio partido, a empurrar o groove, mas em breaks constantes que impedem uma espécie de quadratura óbvia à estrutura, ainda que a mesma exista.

Voltam os dois primeiros álbuns com nova interrupção da segunda parte de “IV”. “Conjure” faz juz ao nome, parece um esforço demasiado óbvio de evocar Sabbath. Bom, evocar Sabbath poderia ser a norma em toda a música que não havia mal, muitos menos numa banda que termina um concerto com hinos de southern rock, sludge, doom metal ou, se preferirem, tudo junto, como são “Stone The Crow” e “Bury Me In Smoke”.