Quantcast
Róisín Murphy, Diva Rainha

Róisín Murphy, Diva Rainha

2015-07-10, Passeio Marítimo de Algés
Nero
10
  • 10
  • 10
  • 8
  • 10

No final, ouvia-se dizer que o concerto podia ter sido melhor. São opiniões. Faltaram mais clássicos, é certo, mas ver a artista e a mulher, que se juntam em Róisín Murphy, cada vez mais independentes do seu passado e confiantes no seu presente foi deslumbrante. A nossa opinião é de que foi o melhor concerto, dos que vimos, do NOS Alive 2015.

Quando se começaram a ouvir as primeiras notas, surgiu um sentimento familiar. Trocadilho fatela, Róisín Murphy começou o seu concerto como “Familiar Feeling”, dos Moloko. Mas o tema, na versão da exuberante frontwoman, possui outro balanço. Mais lento, mais cadenciado, com boost de graves… Melhor!

O novo “Hairless Toys” foi sendo intercalado, essencialmente, com temas da antiga banda. Invariavelmente rearranjados para soar mais próximo do novo álbum, explosivo e trancado, como se ouviu logo em “Evil Eyes”, um dos momentos altos. Ficou de parte o desafio de viajar até ao fenomenal “Overpowered”, que só teve direito a ser escutado com “Dear Miami”. Não que isso seja motivo de queixa. O sentido mais experimental de “Hairless Toys”, e as suas canções de maior duração, foi o mote perfeito para uma deslumbrante performance de banda (qual banda, bandão mesmo!), tão exuberante como Róisín. Eléctrica, jazzy, funky, soul, virtuosa.

Murphy foi uma fera, mas sempre cheia de classe. Sensual, mas sempre sempre refinda. A prova de que uma diva só é indiscreta a revelar o seu enorme talento. Explosiva na interacção com a banda, na forma como dançava entre guitarrista e baixista, nos momentos instrumentais, divertida na relação com o público.

Foto: Everything Is New