Caros Leitores,
Serve o presente disco para confirmar o facto, de que, para fazer barulho não são precisos muitos e, como se isso não fosse o suficiente, as duplas que emergiram nos últimos anos (White Stripes, Death From Above 1979, Black Keys, Japandroids, No Age, Deap Vally), têm contribuído, e muito, para a melhoria do nosso querido e estimado rock. Não obstante, o mesmo também reforça a ideia, de que, cada nova década segue a velha máxima de contrariar a anterior, renovando-se modas, tendências e influências, em ciclos (mais ou menos) de vinte anos.
Assim sendo, o disco de estreia dos irmãos, Ioan e Rory Loveless, não tem muito mais enfeites e adereços que uma guitarra infectada por ruídos de fuzz e distorção, acompanhada por uma bateria a largar fumo de combustão. Desta combinação libertam-se essencialmente sons directos e crus de poucos acordes, como aqueles que abriram uns quantos buracos e brechas em muitos espaços alternativos dos subúrbios norte-americanos nos finais de 80, inícios de 90. E, na sua grande maioria, destaca-se a força e o vigor de melodias e letras que partilham o interesse por quase tudo o que seja aguerrido e pouco polido, o que de uma forma simples, rápida e eficaz, dá a Drenge a intensidade e amplitude de “I Want To Break You In Half”, “Bloodsports”, “Backwaters”, “Gun Crazy” e “Face Like A Skull”.
Deste modo, serve a presente descrição para apresentar mais um disco que se junta a um conjunto de lançamentos que em tempo de descontos, fazem de 2013 um ano com uma nítida e admirável inclinação para a valorização e revalidação do rock no seu sentido mais estrito e sincero. Como tal, é com estima e apreço que às humildes contribuições dos California X, Parquet Courts, FIDLAR, Wavves, Mikal Cronin, The Men e Iceage, assinala-se agora a representação dos Drenge e a sua promitente estreia.
Sem outro assunto,