Helmet
2012-03-07, TMN ao Vivo, LisboaOs irlandeses Fighting With Wire começaram um pouco atrasados, talvez na esperança que a sala enchesse mais um pouco, afinal quando iniciaram o seu concerto seriam menos de 100 os presentes. Um power trio a fazer justiça ao termo power – com um grande baterista e os dois músicos nas cordas a saberem o que fazer, mostraram temas com boa dinâmica, mas com um sentido um pouco pueril. Mais que as composições deixaram a sensação de que os Helmet teriam que suar, para mostrar nível técnico. Quiça animados por uma sala que se foi compondo em termos de público que lhes prestou atenção.
Passava pouco das 22h, e bastou ver a figura de Page Hamilton, para capultar para a passagem dos anos 80 para os 90, apesar do novo line-up da banda. Logo nos primeiros acordes, voltei à lembrança, da explosão plural da fusão do metal com vários estilos – era o tempo dos Biohazard, o funk dos Prong, o hard-core dos Agnostic Front, e dos DRI, os RATM começam a fazer barulho – os anos em que se falava do Metal Alternativo, do Crossover e a explosão do Crust, numa batalha “saudável” entre NY e Seattle.
Os Helmet na altura demarcava-se pela singularidade dos arranjos de harmonia das guitarras, misturadas com industrial feeling, agarradas ao groove Staccato, em que o baterista original John Steiner [agora em Battles] era o ingrediente que colava todas estas caracteristicas com um groove e balanço inspirado no Hip Hop. Uma formação de renegados da Escola da BERKLEE <http://www.berklee.edu/>.
Na 2ª feira, Hamilton mostrou que ainda está para durar. A formação com músicos jovens esteve bem e segurou com determinação todo o set, apesar da primeira metade do concerto ter sido problemática em termos de som, tanto no PA como na monição para os músicos. Sentia-se o desconforto constante de Hamilton, até a falha das válvulas do amp de guitarra… (ambos os guitarristas estavam a usar duas cabeças Fryette, as Pittbull Ultra Lead – um amp interessante em que a AS vai tentar meter as mãos!) ainda que rapidamente solucionado, o problema atentava a paciência dos músicos! Mas a atitude positiva de Page, que foi uma constante, manteve o vibe da sala, sempre bem disposto e até a mostrar um lado comediante que desconhecia.
Foi ao som de “Unsung” (ainda bem, que é das minhas favoritas) que a banda agarrou o concerto, já estavamos a chegar ao fim do álbum “Meantime”, que tocaram na íntegra. Houve tempo para “Sinatra”, entre outras, e tivemos de bandeja o álbum “Betty”.
Apesar do concerto ter durado perto de 1:30h, deu para sair de barriga cheia, o som esteve mediano, mas a atitude da banda foi a 100%.