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Killimanjaro e Asimov no Sabotage

Killimanjaro e Asimov no Sabotage

2014-09-04, Sabotage
Timóteo Azevedo
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Killimanjaro e Asimov dentro dum Sabotage bem preenchido, para uma noite de rock como devem ser todas as noites de rock: riff’s bojudos, atitude e suor.

Os Asimov são Carlos Ferreira na guitarra e voz (também como Folkways) e João Arsénio na bateria. Com atitude nos píncaros e guedelhas no ar, deram um concerto bem alinhado, onde só pecou o público, ainda morno. A música dos Asimov é marcada pelo riff à 70’s, envolto em algum psicadelismo, onde o Big Muff ajuda a preencher a falta de baixo. Purismos à parte, o grunge também habita ocasionalmente aqui. As duas últimas malhas foram o auge na actuação, onde pudemos ouvir o Carlos a explorar o som da guitarra através dos pedais, ora fazendo crescer o delay numa galopagem hipnótica, ora fazendo ressoar as cordas através de uma baqueta, tudo num bolo sonoro incessante onde a bateria serve como intensificador de sabor.

Depois de um pequeno intervalo, onde aproveitamos para vir desentupir os pulmões e tímpanos cá fora, chega a vez dos barcelenses Killimanjaro subirem ao palco para mostrar o poder do power-trio. Se há coisa certa e sabida é que a cidade de Barcelos tem sido prolífera a gerar boas bandas, falámos sobre isso há pouco tempo na entrevista com os Killimanjaro, e eles não podiam ser excepção à regra. Miúdos cheios de garra e dotes musicais a fazerem rock do bom e a beberem só boas influências: do stoner, do psicadelismo, do heavy metal clássico, e até com momentos “sabbathianos” (a paragem da “New Tricks, Old Dog” é completamente sabbathiana). Tudo isto só pode ser bom, quando, para se juntar à festa, os músicos tocam bem. José Gomes com técnica irrepreensível na guitarra e voz no ponto, e Luís Masquete e Joni Dores, baixo e bateria respectivamente, bem coordenados na secção rítmica. O público, reconhecendo isso, responde com o habitual headbanging, mosh ligeiro e urros embebidos em cerveja. Tudo em bom espírito.

Com o primeiro álbum ainda fresco, foi editado em Março deste ano, os Killimanjaro são ainda uma banda jovem (quer nas idades dos membros, quer no próprio tempo de banda) mas têm já espaço para crescer. E muito. Os ingredientes estão todos lá.