O culto Bush

Os Bush são das bandas dos anos 90 mais acarinhadas em Portugal. Há razões de peso para isso: hits, energia e rock para dar e vender.

Assim como em 2012, os Bush regressaram ao Coliseu de Lisboa com o pretexto de apresentar um novo álbum “Black and White Rainbows”. Na realidade para quem os segue nem precisavam de qualquer novo pretexto, basta o facto de terem temas como “The Chemicals Between Us”, “Prizefighter”, “Greedy Fly”, “Swallowed”, “Machinehead” ou “Glycerine”. Mas banda que está no activo não vive só do passado e continua trazer nova música, e na realidade os novos temas apesar de não trazerem nada de muito novo ao reportório da banda ou à música no geral, são temas que entram rapidamente e damos por nós a cantarolar com aquele inglês arranhado e aproximado da possível letra. Do último álbum apenas se ouviu “Peace-S”, “Nurse” e “This is War” [música que aparece na versão “Deluxe Edition”]. Confesso que ficou um pouco de desapontamento aqui para estes lados, se o pretexto era o novo álbum, gostaria de ter ouvido como soam ao vivo os singles “Mad Love” e “Lost In You”.

Fora isso, foi um concerto competente e não muito longe do que aconteceu em 2012. A banda liderada por Gavin Rossdale continua a ter o pack completo e necessário para dar excelentes concertos ao vivo e consequentemente justificar o bilhete pago. Setlist amigável, bons músicos que contagiam com energia e simpatia e um frontman que continua com uma voz e presença impecavéis. Não voltou a faltar a “corridinha” de Rossdale em redor da sala do Coliseu para cumprimentar e receber o calor do público.

O Coliseu encheu-se de fãs sedentos de reviver e relembrar os anos 90 e estes saíram de “barriga cheia” e saciados. Enquanto os Bush continuarem com este excelente nível ao vivo, o culto e a romaria aos concertos de Rossdale, Britz, Goodridge e Traynor continuará.

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