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A alcateia dos Moonspell

A alcateia dos Moonspell

2015-03-27, Coliseu dos Recreios
Inês Barrau
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Os imperadores do Metal Português encontraram um Coliseu cheio para os receber. Os portugueses Bizarra Locomotiva e os gregos Septic Flesh foram os convidados especiais para o grande banquete.

Vamos começar pelo fim. Botão rewind pressionado. “Full Moon Madness” fechou em glória a noite de celebração que marcava a edição do novo álbum do quinteto português – “Extinct”. No encore ouviu-se ainda “Mephisto” e a velhinha, mas sempre bem vinda, “Wolfshade (A Werewolf Masquerade)”. Este foi também um concerto para recordar a marca que assinala o vigésimo aniversário do álbum “Wolfheart“. Como sempre “Alma Mater” foi entoada em plenos pulmões, com “Ataegina”  o “bailarico” instalou-se e para muitos 1995 não parecia assim tão distante. Antecedeu-se “Vampiria” e em “Em Nome do Medo” com o irreverente Sidónio dos Bizarra Locomotiva em cima do palco a provar o “casamento” perfeito com Fernando Ribeiro.

Uma alinhamento bastante inteligente onde novos temas e velhos hinos se conjugaram de forma quase perfeita. Poucos foram os momentos mortos ou chatos. “Extinct” foi tocado praticamente na íntegra, apenas ficando de fora “A Dying Breed” e “La Baphomette”. Uma coisa é certa, “Breathe (Until We Are No More)”, “Extinct”, “The Last of us” ou “Medusalem” funcionam tanto em álbum como ao vivo. Este é já o 16º concerto da tour “Road to Extinction”, antes Polónia, Holanda, Bélgica, Alemanha, Itália, França e Espanha tinham recebido Fernando Ribeiro, Pedro Paixão, Ricardo Amorim, Don Aires Pereira e Mike Gaspar. A jogar em casa, a fasquia e a responsabilidade são maiores, ainda mais enchendo uma sala como o Coliseu de Lisboa. Os Moonspell foram uma banda coesa, onde não há lugar para protagonismos desmedidos. Apenas um apontamento para a excelente forma de Ricardo Amorim na condução daquela sua imponente guitarra Les Paul custom, construída pelos finlandeses da Amfisound. Nem sempre o som foi perfeito, no entanto este facto não manchou a performance do grupo.

Em “The Future Is Dark”, Fernando Ribeiro confessa que é uma das músicas novas que o quinteto mais tem gostado de tocar ao vivo e, na verdade, é um dos malhões de “Extinct”. O set inicial foi composto essencialmente por músicas retiradas do novo álbum, onde a grande surpresa da noite foi a presença da vocalista dos “Tristania”, Mariangela Demurtas a entoar “Raven Claws”. Na plateia misturavam-se jovens lobitos, em rituais de iniciação, mas já com os hand horns bem treinados, e os velhos lobos da alcateia, de pêlo grisalho, mas com a energia e lealdade de há 20 anos atrás. A alcateia renova-se e cresce, a extinção está bem longe!

A noite começou com os Bizarra Locomotiva a demolirem o Coliseu com um novo álbum também ainda fresquinho. Um set curto mas intenso o suficiente para não ser esquecido. Septic Flesh acabou por ser a actuação mais crua da noite.

SETLIST

  • Breathe (Until We Are No More)
    Extinct
    Night Eternal
    Opium
    Awake!
    The Last of Us
    Medusalem
    Raven Claws c/ Mariangela Demurtas
    Funeral Bloom
    Domina
    Malignia
    The Future Is Dark
    Em Nome do Medo c/ Rui Sídonio
    Vampiria
    Ataegina
    Alma Mater
  • Wolfshade (A Werewolf Masquerade)
    Mephisto
    Full Moon Madness