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Moonspell

2012-05-12, Campo Pequeno, Lisboa
Redacção

Após abertura das portas, foi pouco o tempo que passou até o recinto ficar bem composto. No palco erguiam-se pilhas de colunas Marshall como gigantes a ladear o mesmo e no centro, a uma altura significativa, a bateria de Mike Gaspar completava o cenário. Este foi um palco que tinha como principal objectivo recriar e homenagear os grandes concertos de heavy metal que inspiraram e continuam a inspirar os Moonspell. A expectativa era grande e à hora prevista para o início do concerto o público começou a demonstrar a sua ansiedade ruidosamente. Como música de fundo iam passando alguns temas clássicos do metal, mas quando essa parou e a luz se apagou, ouviu-se uma gravação a apresentar a banda e que provocou a agitação do público, que ansioso, reagiu positivamente.

Um elaborado jogo de luzes deu início ao espectáculo e Mike introduziu o tema Axis Mundi. Juntaram-se a ele os restantes membros, envoltos em explosões pirotécnicas de onde surgiu Fernando Ribeiro, o vocalista, envergando um capacete de guerreiro. Foi após o segundo tema que Fernando se dirigiu ao público pela primeira vez “Boa noite Lisboa”. O álbum Alpha Noir estava a ser tocado na íntegra, efectivamente foi a primeira vez que apresentaram todos os temas e estavam a mostrar-se seguros.

O jogo de luzes foi uma presença constante no decorrer do concerto, assim como o espectáculo pirotécnico, mas foi em Em Nome do Medo que atingiu a expressão máxima, com o palco preenchido por labaredas que deram ainda mais intensidade ao refrão. Este foi um tema que grande parte do público cantou, demonstrando que já estava bem familiarizado com o mesmo. Após Love is Blasphemy o vocalista referenciou a confiança que têm neste último trabalho da banda, assim como nos seus fãs uma vez que, apesar de ser um trabalho tão fresco, evidenciou-se que era já bem conhecido pelos presentes. Em Sine Missione, o último tema do álbum, Fernando regressou com a sua máscara de guerreiro e de espada em punho, foi fazendo movimentos como que se estivesse a completar um ritual.

Foi chegada a altura de viajar pelos temas mais antigos da banda e que por sua vez foram escolhidos como parte do lado negro. Começaram com Finisterra, Night Eternal, Wolfshade e Vampiria. Mesmo antes de terminarem com um dos hinos da banda e Fernando pediu ao público para que tivesse a melhor reacção de sempre a esse tema. Foi, sem dúvida um dos momentos altos da noite, em que o espaço se encheu de vozes a cantar Alma Mater.

A primeira parte do concerto tinha chegado ao fim mas a banda anunciou que haveria um intervalo e voltariam para uma segunda parte, desta vez para apresentar o Omega White.

Durante o intervalo (cerca de meia hora) o palco foi radicalmente transformado. Desta vez, no lugar dos amplificadores erguiam-se dois ecrãs e ainda uma tela gigante que abrangia toda a parte de trás do palco. A luz, o branco, passou a ser uma constante nesta segunda parte do concerto. Para acompanhar a banda estiveram presentes dois violoncelistas da banda Opus Diabolicum e as Crystal Mountain Singers.

Iniciaram a segunda parte com o tema WhiteOmega, num cenário cheio de luz no qual iam passando imagens alusivas ao novo ambiente. “Bem-vindos ao Omega“. Esta foi uma parte mais tranquila no entanto repleta de vigor. Após Fire Season, Fernando mencionou que este foi um álbum composto por temas que serviram para homenagear não só grandes músicos que influenciaram os Moonspell, mas também as grandes pessoas que esses músicos eram. Dessa feita introduziu o tema New Tears Eve dedicada a Peter Steele de Type O Negative, falecido em 2010, recriando um ambiente frio simulando a queda de neve no palco. Foi seguido por Herodisiac, num ambiente igualmente frio e em tons de azul de onde se erguiam colunas representando um templo de gelo. Apesar de esta ser uma experiência nova, tocar dois novos álbuns na íntegra, o público reagiu de positivamente e aplaudindo energicamente. Despediram-se do segundo álbum com Greater Darkness.

Tinha chegado o momento de viajar de novo no tempo e tocar o tema Opium, bem conhecido dos fãs que cantaram em uníssono com a banda, dando início ao princípio dum fim cheio de intensidade. Em Raven Claws, o tema ganhou uma nova energia e beleza com a participação vocal das Crystal Mountain Singers.

Após Scorpion Flower a banda saiu de palco mas o público continuou a aclamar pelos Moonspell, que regressaram para os agradecimentos finais, não esquecendo todos aqueles sem os quais a banda nada seria. Para finalizar a viagem pelo passado, chegaram a um tema que terá hoje em dia ainda mais significado. A banda afirmou que tem estado nos últimos vinte anos debaixo do feitiço da lua cheia, portanto nada melhor que terminarem com Fullmoon Madness.

A alegria estampada nos rostos dos membros da banda e reflectida nos fãs demonstrou que o empenho – toda a produção e qualidade reflectidas de início ao fim – foram capazes de criar uma noite que ficará certamente imortalizada nas suas mentes.

Por Miriam Martins

SETLIST

  • 1ª PARTE
  • Axis Mundi
  • Lickanthrope
  • Versus
  • Alpha Noir
  • Em Nome do Medo
  • Opera Carne
  • Love Is Blasphemy
  • GrandStand
  • Sine Missione
  •  
  • Finisterra
  • Night Eternal
  • Wolfshade
  • Vampiria
  • Alma Mater
  •  
  • 2ª PARTE
  • WhiteOmega
  • White Skies
  • Fire Season
  • New Tears Eve
  • Herodisiac
  • Incantatrix
  • Sacrificial
  • A Greater Darkness
  •  
  • Opium
  • An Erotic Alchimy
  • Raven Claws
  • Scorpion Flower
  • Fullmoon Madness