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Motörhead

Aftershock

UDR GmbH, 2013-10-21

EM LOOP
  • Heartbreaker
  • Lost Woman Blues
  • Do You Believe
Redacção

Poucas são as bandas que se formaram em 1975 e continuam a dar cartas no panorama actual. E nem todas se dão ao luxo de afirmar que já editaram vinte e um discos de estúdio ao longo da sua carreira. Os Motörhead podem! … e continuam. A energia e a paixão é a mesma desde do disco de estreia “On Parole”. Grandes linhas de baixo, bonitas guitarradas musculadas, e baterias estonteantemente energéticas. Temas directos e sem grandes rodeios. O rock como ele é aos olhos de Lemmy Kilmister e seus comparsas.

“Aftershock” chega-nos às mãos três anos depois do seu antecessor “The World Is Yours”. Depois de muitas horas de estrada, o grupo aparece neste registo ainda mais maduro. Não tentando repetir a fórmula, mas ao mesmo tempo incorporando todos os elementos característicos ao seu som. Criando assim um álbum típico dos Motörhead, mas que ao mesmo tempo não o é. É mais uma confirmação que o trio está nestas lides para durar muito mais, demonstrando (mais uma vez) que o reconhecimento que possui não é mesmo nada em vão.

A velocidade característica da banda arranca logo no primeiro tema “Heartbreaker”, onde as guitarras ditam a lei e assinam outro tema com uma secção rítmica demolidora. Fenómeno a que sempre nos habituaram e que se desenrola em temas como “Coup De Grace”, “Death Machine” ou “Queen Of Damned”.

“Lost Woman Blues” demonstra a faceta mais blues dos Motörhead, com uma introdução bastante southern, e solos deliciosos de guitarra mais lentos, deixando tempo para o ouvinte respirar ao longo de uma letra que invoca mulheres e que acaba por explodir numa passagem mais rápida para o final. Um dos melhores temas feitos pelo grupo.

Phil Campbell assume grande papel de destaque neste trabalho, mostrando os seus dotes em todos os temas sem excepção. Salienta-se a faixa “Do You Believe”, que possui variados solos de guitarra no seu decorrer, cada um mais entusiasmante que o anterior, e que rasgam perfeitamente bem por entre as palavras de Lemmy. Com o decorrer chega-nos “Dust And Glass”, mais uma balada que a certo ponto faz lembrar os ambientes de alguns temas dos Pink Floyd em “The Dark Side Of The Moon”, mas com uma voz mais rouca e um único pico de guitarra, que provoca uma quebra neste ápice mais suave.

Mais para o final, o grupo aposta num tema com influências mais glam rock, embrulhado num groove bastante anos 80 com “Crying Shame”. Em que os teclados não passam de forma despercebida e complementam toda a estética da canção. A fechar “Paralyzed”, mais uma vez uma típica composição dos britânicos, para ser ouvida bem alto e ser cantada numa noite de copos com os amigos.

Em relação a produção esta ficou mais uma vez ao cargo do senhor Cameron Webb, que já tinha vindo a fazer a sua magia ao longo dos últimos quatro trabalhos do grupo, logo para quem conhece os trabalhos anteriores, não há nada a apontar, apenas o seu excelente profissionalismo e dedicação.