Mumford & Sons @ Coliseu dos Recreios [23.03.13]
Fotos: Rui Gaiola
Depois das excelentes prestações de Jesse Quin, multi-instrumentalista também conhecido por ser baixista da banda Keane, e Deap Vally, dueto feminino enérgico e rockeiro, o público estava mais do que preparado para receber os headliners da noite – Mumford & Sons. As luzes apagaram-se e o público gritava ansioso pela banda. Um dos vocalistas, cujo nome deu também nome à banda, Marcus Mumford, assim que subiu ao palco conquistou logo a empatia do público, agradecendo e perguntando no seu melhor português “Como estão?”.
O concerto começou com “The Cave”, o público entusiasmado não parou de saltar e de cantar cada palavra. Desde “Whispers in The Dark”, “White Blank Page” a “Little Lion Man”, cada música ecoava no coliseu dos recreios. De boca em boca, de sorriso em sorriso, não havia uma música que passasse despercebida. As pessoas dançavam descontraídas e incansáveis. Sem dúvida o Coliseu estava recheado de fãs, muitos destes talvez conquistados da primeira vez que Mumford & Sons pisaram um palco português no festival Optimus Alive, na altura referido como um dos grandes concertos do festival. Estava também muito público estrangeiro que talvez, de férias da Páscoa, aproveitasse para ver os britânicos por entre visitas à cidade de Lisboa. Sem dúvida, quem ali estava era só mesmo para os ver.
Os 4 rapazinhos como quem não quer a coisa, íam mostrando o que valiam, ora tocavam ora cantavam a 4 vozes como se fossem uma só, numa sintonia impressionante, que nos momentos mais introspectivos sem qualquer instrumento realçavam a afinação e a perfeição com que interpretam cada música. Para ajudar ao ambiente especial que se vivia naquele concerto, é de realçar o espectáculo de iluminação, que com pequenas lâmpadas suspensas sobre o público que alternadamente acendiam e apagavam, com diferentes cores, remetiam para um ambiente caseiro, alegre e acolhedor.
Marcus Mumford mostrando os seus muitos dotes musicais sentou-se à bateria, enquanto cantava e tocava “Lover of the light”. Depois do público se declarar “We love you” a banda disse que ao contrário de Rihanna eles não tinham o hábito de dizer ao público esse tipo de frases, uma vez que normalmente não os conhecem tão bem, mas sentiram que esta era realmente a altura apropriada para o dizer, retribuindo o Amor ao público com “Ghosts that we knew”. A entrega e intensidade de “Dust Bowel Dance” culminou num momento peculiar geralmente associado a bandas de rock dos anos 90, em que a guitarra foi atirada ao ar e a bateria parcialmente destruída.
O espectáculo aproximava-se do fim e os Britânicos fizeram questão de se despedir dos companheiros de tour Jesse e Deap Vally, chamando-os ao palco para interpretarem uma música todos juntos. Como seria de esperar e para fechar com chave de ouro não podia faltar o último single da banda (do álbum de 2012 Babel) “I will wait”. Nesta música sentiu-se uma energia contagiante que incendiou os corações dos muitos fãs que ali foram nesta noite tão especial, que saíram concerteza saciados e ansiosos pela próxima.