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Opeth

2011-11-20, Incrível Almadense, Almada
Redacção

A Incrível Almadense lotou na passada noite de Domingo, mas se o público estava à espera de “assistir a fogo de artifício, então enganaram-se, para isso teriam de ir a um concerto dos Kiss” (palavras de Mikael dos Opeth durante o concerto).

Às 21h em ponto, a banda de abertura, Pain of Salvation, uma banda Sueca tal como os cabeças de cartaz, entrou em palco. Foi a sua estreia em Portugal e a sua actuação provou que foram bem escolhidos para acompanhar os Opeth nesta tour. A sala encheu-se de ritmo e de uma sonoridade própria que em conjunto com a voz de Daniel Gildenlöw, que atinge agudos não habituais na voz masculina, deixou a plateia e o primeiro balcão, bem entusiasmada.

A banda estava disposta de uma forma fora do comum, já que estavam os cinco membros em linha na frente do palco. Foi um concerto enérgico e com muita participação do público. Nesta altura já o espaço estava apinhado, possibilitando apenas o abanar das cabeças em sintonia com os ritmos e riffs vigorosos que emanavam do palco. Eram muitos os que conheciam as músicas e acompanhavam a banda durante a sua actuação, sinónimo de muitos fãs presentes. Foram bastante aplaudidos quando saíram do palco.

Quando os Opeth subiram ao palco, as palmas encheram o espaço e o vocalista começou por agradecer por estarmos presentes e anunciou que eles eram os “Opeth, sim os mesmos que estão nos vossos bilhetes”. Despoletou a primeira gargalhada geral da noite e deram início a um concerto que se tornaria, para além de excelente musicalmente e cheio de intensidade, muito divertido e de boa disposição.

Abriram o espectáculo com The Devil’s Orchard, um tema do seu novo álbum Heritage, lançado em Setembro deste ano. Este seria um concerto muito centralizado neste novo trabalho, acabando por se tornar completamente diferente do que apresentaram em Vagos, deste mesmo ano.

Após Face of Melinda, um tema do seu quarto álbum Still Life, Mikael, continuando com a sua boa disposição começou a atirar palhetas para a parte frontal da plateia, dizendo que poderia continuar a fazê-lo pela próxima hora e meia. Seguiram para Porcelain Heart, onde houve um solo de bateria poderoso e muito bem realizado por Martin Axenrot com uma duração de cerca de três minutos, em que os membros da banda não saíram do palco, ficando durante todo esse tempo estáticos a observar a sua performance.

Seguiu-se uma parte acústica de dois temas, “The Troath of Winter” e “Credence”. Foi diferente do que os fãs de Opeth estavam habituados e houve quem na assistência começasse a bocejar, não só por serem temas que por si só já são calmos, como acabaram por tornar-se ainda mais por serem tocados desta forma. Senti que houve uma quebra nesta parte no concerto, mas foi bem recuperado quando tocaram as músicas seguintes: Closure (a fechar o set acústico) e Slither, sendo esta última um tributo a Ronnie James Dio, de quem o vocalista sempre foi fã e que faleceu no ano passado. Na Closure, o público cantou praticamente do princípio ao fim e prolongaram o “how hooo wo wohow” final, mesmo após a banda a ter terminado. Parecia que os Opeth que conheciam estavam de volta. Anunciaram a última música Hex Omega, demonstrando o desejo de voltar a tocar em Portugal e saíram do palco.

O público queria mais e chamou-os com o “how hooo wo wohow” da parte final da música Closure. Entraram emocionados a questionar por gestos se seriam eles por quem o público chamava, sendo mais uma vez a sua boa disposição contagiante.

Mikael apresentou os membros da banda e tentava convencer o baixista a ir dançar para cima da coluna, mas acabou por ir ele. Ainda houve oportunidade para apresentar o membro mais novo, Joakim Svalberg nas teclas, que fez uma demonstração dos vários tons e efeitos que o teclado podia fazer, assim como aquele “som que fazia com que parecessem assustadores”. Por fim disse que ele era o Mikael e terminaram o concerto com Folklore, do novo Heritage.

Este foi um concerto que terá ficado um pouco abaixo das expectativas dos fãs que esperavam ouvir mais clássicos como Deliverance ou Master’s Apprentice mas que nem por isso deixou de ser intenso e com um personalidade única que os caracteriza como a banda que são, Opeth.

Por Miriam Mateus

 

SETLIST

  • The Devil’s Orchard
  • I Feel The Dark
  • Face of Melinda
  • Porcelain Heart
  • Nepenthe
  • The Throat of Winter
  • Credence
  • Closure
  • Slither
  • A Fair Judgement
  • Hex Omega
  •  
  • Encore: 
  • Folklore