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Os Parquet Courts e o punk solar

2014-07-11, Optimus Alive, Algés, Lisboa
Timóteo Azevedo
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Parquet Courts foram a banda revelação do palco Heineken do segundo dia do NOS Alive!

Nunca nos sentimos tão revoltados com o excesso de ruído informacional da era da Internet como quando ouvimos pela  primeira vez numa festival uma banda boa cujo o nome fomos obrigados a esquecer pela enxurrada diária de informação. Os Parquet Courts são um desses casos. Quatro rapazes de Brooklyn, reunidos à volta da fogueira punk, a contar histórias sobre os Velvet Underground.

“Duckin and Dodgin” é a música que abre o concerto, e o riff repetitivo, a métrica punk sofisticada e a postura em palco não deixa margens para dúvidas: o concerto promete. Canções simplicíssimas, ancoradas na repetição e no riff standard, numa espécie de punk minimalista, onde ecoam uns Velvet Underground, e até mesmo o indie rock dos Pavement, sem que isso seja forçosamente uma característica definidora.Os solos, assim como a postura, são desleixados. O público, com grande percentagem de estrangeiros, contagia-se pelo ritmo e rasga o mosh “de empurrão”. Está calor, e há pistolas de água a refrescar a fricção do pit.

O concerto avança com a banda a visitar temas dos três álbuns. A dada altura o segundo guitarrista e vocalista, Austin Brown [na foto], que parece ser um parente mais novo do Thurston Moore, levanta um cachecol de Portugal e enverga-o ao pescoço, ao som da “Sunbathing Animal”, rápida, caótica e efervescente,  que dá nome também ao último álbum, lançado o mês passado, e que se torna a locomotiva ideal para se despedirem dum público que responde com mosh frenético. Agradável surpresa.