Quanto mais velho e usado, mais moderno e reciclado. Enquanto o rock contemporâneo tantas vezes se perde, prosseguindo a sua fixação no virtuosismo e revivalismo do passado, há quem o renove bem e há quem o renove como os Parquet Courts.
Se “Light Up Gold” teve uma nota artística com a máxima naturalidade, qualidade e reverência, “Sunbathing Animal” não chega para ser assim, mas também não é ruim.
Se “Light Up Gold” teve uma nota artística com a máxima naturalidade, qualidade e reverência, “Sunbathing Animal” não chega para ser assim, mas também não é ruim. Ligeiramente mais crescidos e desenvolvidos, os Parquet Courts não deixam de ser construtivos e apelativos. Não perdem o instinto e preciosismo com que sintetizam punk e garage libertino com um protótipo de rock clássico claramente bem medido. Os novos temas sobem substancialmente em formato e dimensão, mas recuam em sequência e direcção. E, da mesma forma que, “Bodies”, “Black and White” e “She’s Rollin” continuam com a anterior potência, essência e progressão, “Dear Ramona”, “Instant Disassembly” e “Raw Milk” só trazem secura, canseira e exaustão.
Afinal, suceder “Light Up Gold” tem destas coisas.