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Red Hot Chili Peppers: O virtuosismo nunca morrerá!

Red Hot Chili Peppers: O virtuosismo nunca morrerá!

2017-07-13, Super Bock Super Rock 2017
Bernardo Carreiras
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O primeiro dia do Super Bock Super Rock esgotou completamente graças ao concerto de Red Hot Chili Peppers. Onze anos depois e com “The Getaway” acabado de sair do forno, a banda californiana deu um dos melhores espectáculos que passaram pela Meo Arena.

Foi já em 2006 a última visita dos Red Hot Chili Peppers ao nosso país. Passados onze anos, muita coisa mudou quer no mundo da música, quer no universo da própria banda ou mesmo ainda na vida dos milhares de fãs, que se reuniram para encher a Meo Arena no passado dia 13 de Julho. Para muitos dos que nasceram nos primórdios dos anos 90, os californianos significaram um primeiro contacto com a música rock associada à época dourada da MTV. Para a geração mais recente significam uma (re)descoberta de uma das maiores bandas que pisou este planeta e que parece só estar melhorar à medida que os anos passam.

Fosse qual fosse a idade, esse aspecto pouco interessou quando as primeiras notas de “Can’t Stop” soaram pela sala de espectáculos levando o público ao total delírio. Logo de seguida todos os pulmões se encheram para cantar o êxito “Snow (Hey Oh)” em uníssono.

Olhando com atenção para cada um dos membros da banda individualmente, chegamos à conclusão que um espectáculo de Red Hot é, acima de tudo, uma verdadeira lição de vigor técnico musical. Por um lado, temos o talento vocal de Anthony Kiedis, que é dos poucos, hoje em dia, a fazer justiça à expressão lead singer. Por outro, temos a energia e concentração de Chad Smith. E Flea? Bom, se Flea não é o melhor rock bassman à face da terra, as suas linhas de baixo a prestar homenagem à herança funk dizem-nos que deve ser. Mesmo John Klinghoffer, que será para sempre perseguido, injustamente, com o título de substituto de Frusciante, mostrou-nos que o uso do wah wah nunca é demais…

A grande vitória da banda vai para a forma como os novos temas encaixaram perfeitamente na setlist, não prejudicando a dinâmica do concerto, alternando com eficácia entre os grandes hits como “Californication” ou “Suck my Kiss”. O conjunto provou que soube reinventar-se e conquistar um novo público sem nunca prejudicar a sua autenticidade. O encore ficou marcado pela explosiva “Give it Away”, tema que nos deu a conhecer a banda ainda nos anos 80.

O espaço pode ser a última fronteira, mas um concerto dos Red Hot Chili Peppers anda lá perto. Que não sejam precisos mais dez anos para o seu regresso ao nosso país.

Não foi permitido à Arte Sonora captar fotografias do concerto.
Foto: Diogo Inácio / Super Bock Super Rock