Com quase 70 anos no corpo, Iggy Pop provou que ainda é capaz de mandar um palco abaixo. A irreverência e a energia do músico fazem inveja a qualquer teenager.
Ainda a multidão não enchia o Meo Arena e já Iggy rebentava com o clássico dos Stooges “No Fun”. Logo de seguida o hit “I Wanna Be Your Dog” invade-nos de surpresa e põe-nos em completo delírio. A partir daqui foi claro que, por muito que se tentasse, não era possível escapar à lição que Iggy , já quase a entrar na idade de muitos dos nossos avós, nos ia dar.
De tronco nu, com um corpo obviamente envelhecido quer pela idade quer pelos excessos do cantor, o “Godfather of Punk” não esconde nada. Apresenta-se como é e dança de forma tão frenética que quase nos faz acreditar que estamos nos anos 70, não estivéssemos nós em plena Meo Arena. A seguir chega-nos “The Passenger”, tema que muitos conhecem da banda sonora do já clássico do cinema moderno: “Trainspotting”.
Por entre as pérolas das canções dos Stooges ou os verdadeiros hinos de Iggy, este senhor provou o porquê do festival ainda se chamar Super Rock. Será talvez uma utopia afirmar que o rock nunca vai morrer, mas quando temos senhores como Iggy ou Mick Jagger que podiam estar tranquilos em casa com as suas pantufas mas ainda andam de palco em palco a dar concertos de cortar a respiração, já acreditamos que tudo é possível. O rock está vivo e de boa saúde e este pequeno diabo de tronco nu e skinny jeans percebe-o melhor que ninguém. O encore foi composto por “Repo Man”, “Sunday” e “Search Destroy”. No final encontra-se de braços abertos, depois de ter corrido quilómetros naquele palco, a receber os aplausos do público.
Existem dias que entram para a história. Dia 15 de julho ficará marcado como o (mais um) dia em que todos viram o senhor Iggy Pop a provar que velhos são os trapos e que o rock and roll é só para os fortes.
Foto: Diogo Inácio / World Academy. Não nos foi permitido captar fotos deste concerto, por isso mesmo não temos fotos dos músicos que acompanharam Iggy Pop.
