Com as primeiras linhas rítmicas do tema de abertura, “Breed Of Corruption”, nota-se logo um aceno inteligente ao antecessor “No Mercy In His Eyes”, quando o grupo ainda se denominava de SuffocHate. Esta transição de nome, e de alguns integrantes, marca com convicção a sonoridade da banda nos dias hoje. Foram deixados para trás alguns passos sem rumo e padrões de notas, demasiadamente usados por um grande número de actos de brutal death metal genéricos, e apimentaram o seu som com ganchos do subgénero death-core. Isto dotou os Survive The Wasteland de uma sonoridade mais apta e capaz para se diferenciar, indo além das profundezas do metal numa era onde o carácter parece estar parcialmente estagnado.
Pois bem, os Survive The Wasteland oferecem aos fãs a próxima etapa do metal. Os efeitos vocais guturais estão lá, o detalhe e a habilidade de cada nota instrumental é tão preciso e delicada no seu balanço que quando se ouve este curta-duração, dá vontade de ouvir o mesmo em repetição interminável. Apesar de ser composto apenas por dois temas, se não contarmos com a respeitosa e experimental introdução, estes cerca de 9 minutos tem mais poder do que certos disco de 30 ou 40 minutos. Funciona num todo de esplendor. Com uma base rítmica sólida e um belo namoro entre os instrumentos, não descuidando a lírica que bem podia acompanhar, enquanto banda sonora, algumas produções cinematográficas de ficcionismo mórbido.
“Devour” deixa água na boca para o expectável futuro longa-duração do quinteto Portuense do qual, a manter esta qualidade, de certeza se pode esperar um futuro apocalíptico repleto de ritmos massivos e estrondosos.