Temples, à boleia do Sargento Peppers
2014-07-10, Passeio Marítimo de Algés, LisboaÉ um pouco incompreensível como os concerto dos Temples foi tão curto. Melhor som de guitarras do primeiro dia.
Os Temples eram uma banda, mais ou menos, esperada com ansiedade. Abrir o concerto com “Sun Structures” poderia ter sido uma piada à triste ideia de ter um concertão destes durante o dia. É certo, há quem desvalorize, mas a noite transforma tudo e se estamos a falar numa banda pejada de apontamentos psicadélicos (por mais que os submeta a um sentido pop), essa noção acentua-se ainda mais. A iluminação teria expandido o concerto. Sem luzes, sem substâncias ilícitas, num ambiente em que a sua sonoridade pareceu algo desenquadrada.
Se isso perturbou os ingleses, essa é uma pergunta que fica sem resposta. “A Question Isn’t Answered” faz explodir a banda, com a sonoridade impulsionada pela Dan Electro de 12 cordas de James Edward Bagshaw (o vocalista/guitarrista foi alterando este modelo com uma Gretsch Duo Jet). Um sonzão a servir na perfeção algo que os Temples dominam com mestria: a fórmula mágica do pop rock, 3+1 notas, vocalizações e melodias enormes, fáceis de absorver e que são consideravelmente reforçadas pelo “palco”.
Um colega confessava-me que lhes escuta mais detalhes dos Kinks, está certo. Contudo, há muito de “Revolver” e “Sgt Peppers”, basta pensar em “Anhk” e em como se liga ao mundo desenvolvido pelos Beatles quando descobriram as cítaras e o fascínio por escalas orientais. Um concerto em crescendo e que acabou arrasador com “Keep In The Dark”, “Shelter Song” e, claro, “Mesmerize”.
SETLIST
- Sun Structures
- A Question Isn’t Answered
- Ankh
- Move With the Season
- Keep in the Dark
- Shelter Song
- Mesmerise