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The Hives, O Champagne das Bandas

The Hives, O Champagne das Bandas

2023-10-06, Capitólio, Lisboa
Rodrigo Baptista
Inês Silva
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Depois da receção calorosa no MEO Kalorama 2023, os The Hives regressaram a Lisboa, desta vez em nome próprio, para colocar o Capitólio em ebulição. A fórmula foi a do costume, garage punk enérgico e o carisma inigualável de Pelle Almqvist a comandar o público. 

O anúncio de que os The Hives iriam regressar a Lisboa tinha sido feito em pleno palco do MEO Kalorama, e em bom português, por Pelle Almqvist. Cerca de um mês distanciava as duas datas, e grande parte da tour, onde se insere esta última, já se encontrava esgotadíssima. Desta forma, Lisboa era das poucas oportunidades que ainda restavam em solo europeu para que os fãs pudessem testemunhar aquela que, segundo a Spin Magazine, é uma das melhores bandas de rock para ver ao vivo.

Ainda a promover o seu muito aclamado novo álbum, “The Death Of Randy Fitzsimmons”, os The Hives fizeram-se acompanhar das Bratakus, uma dupla, proveniente das Terras Altas da Escócia, que ao longo de cerca de 30 minutos apresentou o seu punk feminista cheio de atitude.

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Trocado e testado o material em palco, pelos ninjas, perdão roadies que acompanham os The Hives, eis que se apagaram as luzes e começaram a soar os primeiros acordes da “Marcha Fúnebre” de Chopin. Estávamos prestes a assistir a uma cerimónia dedicada à memória de Randy Fitzsimmons, a fonte de inspiração para o último álbum dos The Hives, o primeiro em 11 anos.

Tal como na abertura de “The Death Of Randy Fitzsimmons”, também “Bogus Operandi” foi a escolhida para abrir o concerto do Capitólio. Mal Nicholaus Arson começou a tocar o riff da malha já o moshpit estava aberto na frente do palco e com todos a entoar a linha de guitarra, algo que se revelou uma constante ao longo do concerto, demonstrando assim a prolifera capacidade dos The Hives para comporem riffs extremamente orelhudos e destinados a serem entoados pelo público. Por sua vez, Pelle também já estava ligado à corrente, sempre de um lado para o outro a rodopiar o microfone e a dar os seus pinotes, ora apoiado no suporte do microfone, ora do alto das colunas.

Por sua vez, Pelle também já estava ligado à corrente, sempre de um lado para o outro a rodopiar o microfone e a dar os seus pinotes, ora apoiado no suporte do microfone ora do alto das colunas.

Seguiu-se “Main Offender”, e o Capitólio já estava transformado numa autêntica sauna, tal era a energia simbiótica que emanava entre banda e público. Tirados uns momentos para respirar e para Pelle se dirigir aos fãs em português e pedir palmas a compasso, os The Hives prosseguiram com o escárnio de “Walk Idiot Walk”. «Cavalheiros, senhoras e todos os outros» foi assim que Pelle, com o seu humor característico, continuou a sua interação com o público antes da novidade “Rigor Mortis Radio”.

No que diz respeito ao gear dos The Hives, registámos algumas diferenças face ao que tínhamos visto no MEO Kalorama. Nicholaus Arson recorreu novamente à sua Fender Telecaster Deluxe ligada a um Fender Vibrolux e a um Deluxe Reverb, já Vigilante Carlstroem teve a sua 1959 Epiphone Coronet conectada a um Magnatone Panoramic Stereo. Por sua vez, The Johan and Only utilizou o seu Fender Precision ligado a um Fender Adam Clayton ACB50.

A frenética “Good Samaritan” trouxe o já tradicional momento em que os The Hives se transformam, por alguns instantes, em homens estátuas com o suor a destilar pelas suas caras abaixo. Afinal de contas o que é um concerto de punk sem uma performance suada? “Go Right Ahead” e “Stick Up” permitiram algum “repouso” do lado do público antes da música de assinatura dos The Hives, “Hate To Say I Told You So”, com “Trapdoor Solution” de rajada, terem voltado a virar tudo e todos do avesso.

Entre a cantoria dos parabéns para uma fã que se encontrava na primeira fila, “I’m Alive” e “Smokes and Mirrors” anteciparam “See Through Head”, a faixa de “Tyrannosaurus Hives” que tinha sido pedida por um fã, mas que segundo Pelle já se encontrava na setlist. «Agora vamos tocar a última, depois vocês batem palmas e nós regressamos», foi assim que o vocalista anunciou a feroz “Countdown to Shutdown”.

Durante a ausência da banda do palco o público continuou a entoar o riff desta última até ao seu regresso. Já mais frescos, sem os blazers do seus icónicos fatos, partiram para “Come On!” e “Tick Tick Boom” e assim encerraram a festa rija que tinham organizado em homenagem ao seu querido companheiro Randy Fitzsimmons.

SETLIST

  • Bogus Operandi
    Main Offender
    Walk Idiot Walk
    Rigor Mortis Radio
    Good Samaritan
    Go Right Ahead
    Stick Up
    Hate to Say I Told You So
    Trapdoor Solution
    I’m Alive
    Smoke & Mirrors
    See Through Head
    Countdown to Shutdown
    Come On!
    Tick Tick Boom