Tombstones, A Igreja do Trítono
2015-02-08, RCA Club, LisboaOs noruegueses eram uma das bandas que a AS aguardava com maior expectativa. Vê-los em dois sets foi do Grande Bode!
No primeiro dia dedicaram-se mais aos dois primeiros álbuns, “Volume II” e “Year Of The Burial”, com maiores reflexos do groove norte-americano de uns Bongripper e até com uma cover de Melvins. O segundo set focou-se mais em “Red Skies and Dead Eyes”, álbum mais stoner, mais… Cathedral. Em qualquer dos sets o resultado foi algo como estar a assistir aos pedreiros ancestrais que construíram monumentos como o Stonehenge.
Gravalhões de baixo, som demolidor de guitarra e pancada de bateria à Bill Ward. Os noruegueses possuem densidade sonora e peso, além de groove e feeling. Mais peso no primeiro dia, mais balanço no segundo. Uma banda como Tombstones estará, por estes dias, subjugada à sombra dos Electric Wizard, mas isso é injusto para um guitarrista como Bjørn-Viggo Godtland, cuja capacidade com o instrumento mete Jus Osborn no bolso. Tudo bem, há outros factores como o carisma, mas os noruegueses também o mostraram em abundância.
No final é apenas mais uma banda que cresceu a ajoelhar-se em adoração diante de “Master Of Reality”, mas se há religião pertinente é o Sabbathianismo. Grandes, grandes concertos que os Tombstones deram no Burning Light.