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Wand @ Musicbox

Wand @ Musicbox

2018-02-03, Musicbox, Lisboa
Redacção
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Um dos primeiros espetáculos de grande porte da casa este ano, os Wand eram, é certo, uma aposta relativamente segura para o Musicbox, ou não fosse o espaço sede relativamente constante de espetáculos afetos ao psych-rock nacional e internacional.

Não obstante, não deixa de ser valoroso encontrar lá um ato de maior destaque dentro da cena de nicho, e tanto melhor se se tratar do retorno de uma tão talentosa banda ao vivo quanto o quinteto liderado por Cory Hanson.

Tivemos a oportunidade de constatá-lo no NOS Primavera Sound, o ano passado, onde o público português assistiu a uma banda com grande afinidade pela sonoridade californiana de Ty Segall ou Thee Oh Sees enveredar por uma performance mais contemplativa, ancorada em prolongadas improvisações – o que não resistiu em deixar marca, se não pela originalidade da sua estética, pelo menos pela impecabilidade da execução. E não deixou de ser esta a qualidade da apresentação que se fez presente no Musicbox, por mais que o material de base fosse, em grande medida outro.

É que “Plum”, o quarto disco da banda editado o ano passado, é o registo de uma banda transitando do chamado psych “meat and potatoes”, de riffs dominantes e texturas abrasivas, para uma lógica maior variedade: mais melodia, diferente instrumentação e maior dependência do poder das composições. Mas a essência do espetáculo, essa manteve-se: um primor pelas texturas que não raro deixava o público pendurado em deambulações de um ou dois acordes de beleza notável, extensões de canções de 3min em jams que evidenciavam a óbvia coesão de um colectivo em excelente forma e, como não poderia deixar de ser, a ocasional descarga de energia distorcida, que desembocava, no público, numa série de moshpits de visível entusiasmo.

E entre momentos de “Plum” e dos predecessores “1000 Days, Golem” (2015) e “Ganglion Reef” (2014), não se pôde dizer que a setlist não representasse o lugar que aos Wand cabe na cena musical: um grupo que, ainda que sem a maior das inventividades, executa com destreza a estética a que se propõe, deixando pouco a desejar em matéria de espetáculo ao vivo.