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André Fernandes, Centauri “Draco” em Streaming

André Fernandes, Centauri “Draco” em Streaming

Nero

Um dos grandes músicos da sua geração, André Fernandes disponibilizou o seu novo álbum em streaming integral. Ouçam este discaço!

Depois de “Dream Keeper”, álbum que entrou na lista de melhores álbuns nacionais de 2016 da AS, tal como “Wonder Wheel” fez dois anos antes, André Fernandes regressa com “Draco”. Uma vez mais o guitarrista tornou a editar num intervalo de dois anos em nome próprio. Os músicos que o acompanham e formam a banda “Centauri”, são João Mortágua (saxofone alto, soprano), José Pedro Coelho (saxofone tenor, soprano), Francisco Brito (contrabaixo) e João Pereira (bateria).

Travassos criou o espetacular artwork de um álbum gravado entre os dias 23 e 24 de Julho de 2017, nos estúdios Timbuktu, sob a tutela de Luis Candeias. A mistura esteve a cargo de Pete Rende e a masterização foi um trabalho do próprio André Fernandes.

O músico português apresenta o conceito do álbum através de uma longa reflexão:

«A busca de respostas sobre os mistérios da vida e da morte, sobre o percurso que fazemos desde o nascer biológico ao nascer da pessoa em que nos tornamos, às várias mortes dessa pessoa e seus consequentes renascimentos, até à morte biológica e a eterna questão do que vem depois, é fascinante. É aquilo que nos move e que nos faz evoluir enquanto indivíduos e enquanto espécie, aliada à curiosidade, e alimentada pelo amor, o desamor, a felicidade e a tristeza. A espiritualidade está aliada à ciência, e a ciência é, talvez, a própria espiritualidade que nos ilude há milénios, mas que também nos dá uma alma e um propósito. A Arte é um veículo para a nossa espiritualidade individual, e é também uma ciência. Por vezes empírica, por vezes (quantas mais melhor) instintiva, mas uma ciência, apurada dentro de nós, e absorvida de fora para dentro, representando para cada um coisas diferentes, tão diferentes quanto os indivíduos, mas tão universal quanto ser humano.

Dragão é um ser mítico, que povoa a imaginação de todos, em todos os cantos do nosso pequeno mundo. É também um signo (o meu) em certas partes desse mesmo mundo. E é também uma constelação, Draco, que ilumina o nosso firmamento com milénios de atraso. É imaginação, espiritualidade e ciência. Como a música. A música que escrevi para o grupo Centauri (o apelido das estrelas Alpha e Proxima) é despida de algemas. Mistura o escrito com o instinto, o doce com o aleatório, e não responde a perguntas que a prendam a palavras inventadas com o propósito de nos fazer sentir conhecedores da sua natureza. Perguntas que eu próprio não faço e cuja resposta não quero saber. Como o universo, em todo o seu esplendor que desconhecemos, mas que nos move todos os dias e nos faz acreditar em magia que um dia será conhecimento».

Entre os sete temas que fazem parte do álbum está uma versão a “Fingers”, original de Ty Segall. Numa primeira impressão, este álbum parece, de facto, mais instintivo (como o músico refere) que os dois discos anteriores, continuando a misturar os universos do jazz e do hard rock de forma sublime. Carrega no player.


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