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Mike Portnoy, Ainda a Saída dos Dream Theater

Mike Portnoy, Ainda a Saída dos Dream Theater

Redacção

Mike Portnoy tornou a falar na sua saída dos reis do prog. O baterista refere que necessitava de espaço e não aguentou os compromissos incessantes que lhe exigiam e que, após nove anos, acabou por gravar quarenta discos, enquanto os Dream Theater gravaram quatro…

Parece que se tornou outra vez um assunto, depois de uma mini polémica há um par de dias, quando menosprezou a voz de James Labrie. Falamos da saída do baterista Mike Portnoy dos Dream Theater, banda que fundou e onde fez carreira durante um quarto de século. A sua saída foi sempre algo que muitos fãs nunca toleraram bem, tal como a entrada de Mike Mangini, por mais que este seja também um tremendo ás atrás de um kit.

Se, na época (Setembro de 2010) não se falou praticamente noutra coisa, o assunto foi esmorecendo, mas por estes dias vai-se tornando uma vez mais recorrente.

Mike Portnoy foi convidado no programa “Drinks With Johnny”, da autoria de Johnny Christ, seu antigo companheiro nos Avenged Sevenfold. O baterista abordou a sua passagem dos Dream Theater para os A7X, no seguimento da morte de Jimmy “The Rev” Sullivan. «Penso que ambas as partes necessitavam uma da outra, naquela altura. Vocês precisavam reerguer-se. Foi assim que me senti – que estava ali para vos ajudar. E vocês, conscientemente ou não, foram um suporte para mim numa altura importante, pois estava há 25 anos nos Dream Theater e chegara a um ponto em que não aguentava mais. Precisava de uma pausa. Andar em digressão convosco foi refrescante e fez-me ver que havia vida para lá da pequena bolha de Dream Theater, onde estivera encerrado durante 25 anos. Foi muito bom para mim, abriu-me os olhos para muitas coisas», confessou Portnoy.

O virtuoso músico referiu-se ainda ao impacto que a sua saída da banda que fundou teve nos A7X: «Decidi que necessitava de um tempo afastado deles; precisava de poder explorar outras coisas, fosso ou não convosco. E sabia isso – sabia que as coisas poderiam não resultar entre vocês [A7X] e eu, porque não sabia se vocês estavam prontos para esse compromisso. Até porque toda a situação com Dream Theater deu azo a um enorme drama na altura, com todos os cabeçalhos no Blabbermouth. Cada vez que dava uma entrevista, tornava-se na m*rda dum cabeçalho. Foi horrível e, acredita, algo que nunca desejei. E tenho a certeza que para vocês foi uma enorme distracção».

Portnoy reforçou depois que estava saturado dos seus colegas em Dream Theater e admitiu ainda que pode não ter sido aquilo que os Avenged Sevenfold precisavam, que percebeu que «aquilo que vocês queriam era focar-se no legado do Jimmy e no que fazer a seguir, entendo que o timming não era o melhor». No entanto, não havia volta a dar: «Para mim, não importou. Se não fosse convosco, precisava de fazer outras coisas com pessoas diferentes – era isso o que precisava na minha vida e na minha carreira».

O baterista explicou mais profundamente essa saturação: «Os Dream Theater sobrecarregavam-me com compromissos, porque não queriam parar. Não estava pronto para fazer esses compromissos. De qualquer forma, aconteceu o que aconteceu e, naquela altura, após um ano convosco, vocês seguiram a vossa vida e eu segui a minha». Apesar de referir não ter amargura e de que o que aconteceu serem águas passadas, Portnoy faz uma observação mordaz: «Passaram nove anos e estive em dezenas de bandas e projectos diferentes. Gravei, literalmente, 40 álbuns neste período. E os próprio Dream Theater, não o digo para os criticar, mas eles próprios só gravaram quatro álbuns desde quer saí. E eu precisava de muito mais que isso», passando então a enumerar as suas experiências com Metal Allegiance. Com Twisted Sister e Stone Sour. E as bandas que criou, os The Winery Dogs, Sons Of Apollo e Flying Colors.

Face a estes últimos nove anos, Portnoy afirma não se arrepender de nada. «Tem sido uma epopeia incrível e não mudaria nada. Tenho uma tatuagem que diz ‘No Regrets’. Tudo acontece por uma razão e não poderia estar mais feliz com o caminho por onde enveredei desde a minha experiência convosco [A7X]. Sou muito grato por isso e fico contente pela forma como as coisas se passaram convosco».

Podem ouvir a entrevista aqui.


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