Quantcast
Vilar de Mouros 2019: Therapy?, Skunk Anansie, The Offspring, Linda Martini, The Cult e Prophets of Rage foram os grandes destaques

Vilar de Mouros 2019: Therapy?, Skunk Anansie, The Offspring, Linda Martini, The Cult e Prophets of Rage foram os grandes destaques

Emanuel Ferreira

Mais um Vilar de Mouros, mais um retorno ao passado, no presente.

Neste caso, era mais um regresso ao futuro, pois Tape Junk e João Correia são mais futuro que passado, e como o colaborador de projectos como Julie & The Carjackers ou They’re Heading West, afirmou, «alguém tinha de ser o primeiro». Não correu nada mal e em retrospectiva, esteve até melhor que «algumas glórias» que desfilaram pelo mesmo palco.

 

The Wedding Present, por exemplo, já não souberam ser tão interessantes, apesar de David Gedge, único sobrevivente da formação inicial, se rodear de instrumentistas como que recordando Robert Palmer.

 

No palco principal, Anna Calvi deu o primeiro concerto memorável. Rocker sexy, certamente terá os genes de Joan Jett. Super cool, a guitarrista de “Hunter” merece continuar no radar.

 

Estiveram longe do que eram há umas décadas, mesmo assim, Therapy? foram a melhor actuação do dia, talvez mesmo do festival. Quando se tem um refrão como “James Joyce fucked my syster” e se faz todos cantar isso, é meio concerto ganho. Quando se rodeia isso de hits, como batatas quentes à volta de um cabrito no forno, é vitória certa.

 

Fechado o palco secundário, os Manic Street Preachers continuavam no palco principal. Um concerto bom, em que o ponto alto foi uma versão de Guns’N’Roses. Faltou o tema de «M.A.S.H.» e porventura alguns hits recentes, no que até se revelou positivo, mas hoje James Dean pouco sai do micro e Nicky já não é o alien do passado. Bom concerto, mas que perdeu na comparação com Therapy?.

LÊ A REVIEW COMPLETA AO CONCERTO DOS THE CULT, AQUI.

Ao segundo dia, o caos completo, fez perder Clan Of Xymox e The House Of Love. Valeu a super-actuação de Nitzer Ebb, tão envolvente como fora de contexto. Tão quente como electrónica. Noutro contexto, seria um concerto soberbo, com aquele público soou deslocado. Pena.

 

Systers Of Mercy, foi o desastre anunciado. Ficaram os temas e refrões, mas no resto a banda não existiu e Andrew Eldritch insiste em mostrar que nada tem a ver com o movimento gótico que ajudou a impulsionar. Um acto falhado.

Animal de palco, Skin veio reviver um passado brilhante que teve, nas várias passagens por Portugal, uma inesquecível presença em Vilar de Mouros. Voltou ao local do crime e repetiu a performance. A par com os The Offspring, Skunk Anansie foi o nome maior deste dia, tendo para isso contado muito temas como «Because of You», «All in the Name of Pity» ou «I Believed in You».

LÊ A REVIEW COMPLETA AO CONCERTO DOS THE OFFSPRING, AQUI.

 

O terceiro dia foi mais calmo, mas com o arranque musculado dos veteranos Jarojupe, oriundos do distrito e que repetiram a presença no recinto.

 

Mais pop e pouco interessantes, os Gang of Four de Andy Gill e Jon King ocuparam o espaço de palco e pouco mais. Se algo faltou neste cartaz, foi um cunho mais nacional. Certamente que os nomes nacionais não serão tão apelativos, mas fazem-se coisas boas por cá.

 

Algumas até mesmo muito boas, a provar os Linda Martini com uma das melhores presenças no festival, particularmente realçada por estarem entre dois exemplos daquilo que não faz falta a Vilar de Mouros, Gang Of Four e Fisher-Z, um daqueles grupos que visita regularmente Portugal mas pouco traz, além do bom humor e aquele ar de quem já anda por isto há muito tempo.

 

A noite encerrou-se com a anarquia saudável e controlada de Gogol Bordelo. Fim de festa em alta, com boa disposição, energia e música a transbordar. Para o ano já está prometido mais.

LÊ A REVIEW COMPLETA AO CONCERTO DOS PROPHETS OF RANGE, AQUI.