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Viriatada 2022 #11: Quelle Dead Gazelle, Katia Guerreiro, Gobi Bear, André Sardet, João Só, Entre Outros

Viriatada 2022 #11: Quelle Dead Gazelle, Katia Guerreiro, Gobi Bear, André Sardet, João Só, Entre Outros

Miguel Grazina Barros

Aqui está mais uma ronda de Viriatada, o espaço que a AS dedica aos lançamentos da música portuguesa.

A música nacional merece ser partilhada. Existem novos lançamentos todos os dias, todas as semanas, todos os meses, e qualidade é coisa que não falta! A nossa rubrica Viriatada reúne alguns dos destaques da música portuguesa todas as semanas. Poupamos-te o trabalho, só tens de visitar a Arte Sonora, conhecer, ouvir e partilhar.

QUELLE DEAD GAZELLE | “Lisboa Morte”// “Lisboa Morte” leva-nos a viajar ao interior de uma Lisboa que luta para manter uma essência que outrora nos ofuscava com o seu brilho. Será que sobrevive? Será que  enquanto habitantes dela vamos sobreviver a este desencanto seco de uma Lisboa que cada vez é menos nossa? O segundo single de “Dança Suja Chão Sujo” envolve-nos numa guitarra rendilhada de sonoridades que nos transportam a lugares perdidos e, muitas vezes, encontrados desta Lisboa que habitamos. os Quelle Dead Gazelle lançam agora o seu segundo longa duração, “Dança Suja Chão Sujo”, com gravação e produção pelo duo no Haus e mistura por Pedro Ferreira.  Vai ser lançado no dia 7 de Novembro e será apresentado ao vivo no dia 11, no MusicBox, em Lisboa.

KATIA GUERREIRO | “Mistura”// Gravado nos estúdios, Vale de Lobos, Estúdios 1143 por Fernando Nunes e Atlântico Waves por António Pinheiro da Silva, este disco conta com a participação de 3 produtores. Primeiro porque estavam dois segredos muito bem guardados, produzidos por José Mário Branco e que ainda não tinham sido editados, depois porque marca o regresso de Tiago Bettencourt como produtor e compositor de algumas das canções e ainda a estreia na produção de Pedro de Castro que também assina uma serie de canções e assume o leme na produção final deste navio que por fim acaba por ser “Mistura’Do” e Masterizado nos estúdios Pé de Vento por Fernando Nunes. Edição do novo disco a 18 de novembro em formato Livro.

DURA MATER | “Não Vale Tudo”// “Não vale tudo” é o single de abertura do novo EP de Dura Mater, “1996”, iniciando o conjunto de histórias que são contadas ao longo do trabalho. “Não Vale Tudo” fala de, como no amor, seja romântico ou familiar, existe sempre um limite para aquilo que conseguimos suportar, quando alguém nos magoa ou desilude, e como, mesmo assim, não perdemos a esperança de melhores dias ou o carinho que temos por alguém. Com uma sonoridade mais suave dentro dos ambientes emo ou shoegaze, faz-se acompanhar por um vídeo feito de imagens caseiras gravadas nos anos 80/90 de Ana e da sua família. «”1996″ nasceu da vontade de fazer um trabalho que homenageasse as minhas influências musicais e um pouco da minha história pessoal também. Juntar um pouco de todas as minhas influências, desde as mais antigas – o rock dos anos 90 como Smashing Pumpkins ou Alanis Morissette – a referências mais recentes de Midwest Emo (American Football, The Promise Ring, etc), post-hardcore, ou bandas com um lado mais shoegaze como Nothing ou Turnover. Todas estas influências foram moldando a música de Dura Mater, até surgir o EP “1996”, gravado no Ducktape Melodies e produzido por André Isidro (Tekuno) que entendeu todas as ideias que pus na mesa e as materializou na perfeição. O André foi uma parte essencial para passar as minhas ideias ou canções inacabadas para o produto final que era exatamente o que tinha em mente desde o início.»

NOIATT | “Presença Inócua”// “Presença Inócua” fala sobre um caminho sem causar dano ao próximo, seguindo uma trajetória recta e individual, focando-se no interior e não no exterior. Fala sobre a importância do livre-arbítrio e de não ser sugado por forças exteriores. A hipocrisia e o cinismo daqueles que nos rodeiam por vezes podem influenciar-nos a fazer coisas que não estavam destinadas a acontecer. «Ao finalizar o instrumental, notei logo que não poderia ser  um tema a sós e que a presença de um convidado iria trazer outra dinâmica ao som, e acima de tudo, outra perspectiva sobre o tema em questão. Convidei o Ferry porque, além de acompanhar o trabalho dele há alguns anos, senti que a sua escrita encaixaria na perfeição no tema. Eu prezo bastante a diferença e a possibilidade de criar algo com ela. Mesmo estando ligado a um rap mais de rua, o Ferry mostrou-se versátil neste tema, e era essa mesma versatilidade que eu procurava.»

PEDRO E OS LOBOS | Foguetão// “Foguetão” é o primeiro single de avanço para um novo disco. Depois das parcerias com nomes como Adolfo Luxuria Canibal, Aldina Duarte, Carlão, Jorge Benvinda, António Manuel Ribeiro, entre outros, a banda marca o regresso com o anunciar de um novo disco para o arranque de 2023.

KHIARO | “O Teu Lugar”// “Depois do sucesso de “Aquelas Madrugadas”, canção impulsionada pela telenovela da TVI “Festa é Festa”, Khiaro edita o EP de estreia homónimo no dia 14 de Outubro de 2022, pela editora Valentim de Carvalho. O tema “O Teu Lugar”, lançado em Junho de 2022, composto em parceria com Edu Monteiro, marca uma nova direção musical, servindo de single de apresentação deste EP, que reúne os temas gravados pelo músico neste arranque de carreira. Khiaro é hoje considerado um dos músicos emergentes do panorama pop português. Possuidor de um estilo inconfundível, com músicas e letras de uma simplicidade genuína, as canções abordam os principais temas da vida, do nosso quotidiano, das nossas relações, temas comuns a todos nós. «Quando cheguei a Lisboa trazia comigo apenas o sonho de me tornar músico profissional e de criar canções que fizessem as pessoas sorrirem e que as pessoas fossem felizes enquanto ouvem a minha música. Porque são estes momentos de felicidade que eu quero que as pessoas tenham enquanto ouvem as minhas canções, e reproduzir este mesmo sentimento nas minhas atuações ao vivo. Este EP retrata os dois últimos anos da minha vida e é fruto de um trabalho e crescimento tremendo, ultrapassando todos os obstáculos que foram surgindo. Este EP é a descoberta da minha identidade como músico e produtor e também como pessoa, daí ter uma importância muito grande na minha vida. Dedico este EP a todos aqueles que em mim acreditaram e me deram suporte para que isto se tornasse possível. Principalmente, dedico este EP a todos aqueles que chegam a uma grande cidade com o sonho de ser alguma coisa. Acreditem que é possível.»

PROJECTO POUCA PENA | “Largo da Memória”// Largo da Memória” é o álbum de estreia dos novíssimos Projecto Pouca Pena. O álbum foi gravado através de um prémio ganho no âmbito do Fundo Cultural da Sociedade Portuguesa de Autores e contou com a colaboração de 3 grandes artistas nacionais no repertório acústico, fado/tradicional português. O álbum faz parte da banda sonora do novo programa da RTP3 intitulado Terra 4.0. O projecto conta com João Vieira na guitarra clássica, Ricardo Morais Martins na guitarra acústica e João Morgado Ribeiro no baixo. «O Projecto Pouca Pena procura exteriorizar a nostalgia de outros tempos, memórias perdidas e relembradas com os sentimentos muito próprios de quem os sente. A temática é simples e honesta; locais, tradições, vivências de infância entretanto trocadas pelo rebuliço dos tempos modernos. Aqui as saudades são transmutadas em música. Também a constituição do projecto é simples e minimalista; a rainha do projecto é a viola clássica, acompanhada de uma guitarra acústica, um baixo acústico e um jogo de percussões. A sonoridade com laivos de tradicional é acústica e instrumental com muita alma e portugalidade.»

ACCURATE VOID | “Mind Shaped”// A banda de Rock portuguesa Accurate Void lançou o seu segundo álbum intitulado “Mind Shaped”. Com uma sonoridade forte e inovadora dentro do estilo rock e, com influências de metal, apresentam novos 10 temas originais. O álbum e as músicas já estão disponíveis para venda e, também, se podem ouvir online nas páginas da banda, bem como, nas diversas plataformas sociais.

ASSAFRÃO | “Rokovoj Bereg”// Rokovoj Bereg (“Costa Fatal” ou “Lago do Destino”) é o título do segundo EP de Assafrão. O DJ e produtor de música eletrónica, natural de Coimbra, estreia o seu novo trabalho, dia 28 de Outubro na editora portuguesa Naivety de Violet. Ao longo de 5 originais e 2 remisturas, este EP explora diferentes estéticas da música club, enquanto retém uma qualidade onírica e etérea.

ADLER JACK | “Hanging Pieces”// “Hanging Pieces” é o terceiro de 3 singles que Adler Jack lançou a cada semana durante um mês. A peça nasce da exploração do processamento de samples através de efeitos como delays granulares. Alguns dos samples manipulados tratam-se de gravações de copos a vibrar, botijas de gás, assobios, espátulas de pintura a bater em rodas de bicicleta, etc. O resultado toma a forma de uma composição que pretende percorrer aspetos como a profundidade e a distância, a dimensão, o caráter do espaço, e a projeção sonora no áudio e na música. O título “Hanging Pieces” surge como uma referência à instalação “Hanging Piece”, de Kendell Geers. Este nome foi escolhido por conta do cariz liberto e suspenso dos sons, como se se tratasse de uma instalação de arte contemporânea em que são pendurados vários objetos no teto de uma sala. Uma instalação em que se viaja pelo meio destas formas e objetos reapropriados, e na qual os espaços vazios por vezes se encarregam do sentido ou da continuidade da obra.

THE STRANGE ALGORITHM SERIES | “Mondaynial”// Mondaynial vem de “monday” + “denial”, que significa: negação de 2as feiras. Este tema toca em diversos assuntos, como o trabalho e dificuldades envolvidas, que acaba por nos adormecer, como sociedade. Isso torna-nos menos críticos ao que se passa à nossa volta, por egoísmo de certo modo, por estarmos focados nos nossos problemas do dia a dia e não vemos nem exploramos outras alternativas ou aventuras. Acabamos por assumir uma certa máscara, evitando olhar para os lados, basicamente.

DA SOUL | “Moamba de Domingo”// “Moamba de Domingo” é um tema de semba jazz escrito pelo estudante de guitarra Da Soul. “Moamba de Domingo” convida o público a viajar no ritmo do semba na mesma medida em que se mergulha no “Swing”. “O objetivo é transmitir aquilo que fazemos ao vivo. A criação de ambiente, a tensão e o libertar, o fator surpresa. “Depois do álbum “Liberdade de Expressão” queria lançar um tema quente, aconchegante, que abrisse caminho ao meu terceiro álbum. E aqui está, a vibe de festa, a paisagem de domingo com a família e com os amigos, a vertente de jazz no meu som e consolidar aquilo que é o meu feeling musical.” – diz Da Soul. A mescla entre os dois géneros musicais é imagem de marca do jovem compositor. Um mergulho musical, onde a energia de sunset, o balanço, as influências de jazz e do blues nas melodias do artista convidam-nos a viajar para aquele é o porto de abrigo de cada um nós.

TONTOS | “Réstia”// Tontos é um projeto musical com influências maioritariamente rock, que tenta ser despretensioso no que diz respeito à atitude e estado de espírito. Uma banda de canções fortes com uma sonoridade vincada pela forte personalidade de cada elemento que refletem uma grande unidade musical. “Réstia” é o título do single que dá nome ao álbum de estreia dos TONTOS. São 11 canções que percorrem vários universos musicais desde o rock ao eletrónico, passando pelas influências tradicionais. Cada uma delas tem a sua própria história, e juntas constroem uma história só.

ANDRÉ SARDET  | “Ponto de Partida”// Disco conta com uma nova versão do êxito “Foi Feitiço” com Carolina Deslandes e colaborações de Jorge Palma e Bianca Barros. Em 2022 celebram-se os 25 da carreira de um dos artistas mais reconhecidos no panorama musical português, André Sardet. O músico está de volta com o álbum “Ponto de Partida”, disponível a partir de hoje nas lojas e plataformas digitais. “Ponto de Partida” conta com a produção de Diogo Clemente e a com a participação de célebres artistas como Bianca Barros, Carolina Deslandes e Jorge Palma. “Pudesse Eu Mudar” foi o primeiro single retirado deste “Ponto de Partida”. Gravado em dueto com Bianca Barros, este tema foi acolhido com entusiasmo, uma vez que representou um reencontro de André Sardet com o seu público e um primeiro passo para a celebração de uma data emblemática para todos os artistas. Carolina Deslandes, “uma mulher fabulosa e uma compositora incrível”, foi convidada para o desafio de regravar o tema “Foi Feitiço”. Um desafio que aceitou com prontidão e ao qual emprestou todo o seu talento e esplendor. André Sardet teve ainda a oportunidade de gravar com Jorge Palma, o que já era “um desejo antigo e um privilégio”. Vinte e cinco anos depois de gravar o tema Frágil, de Jorge Palma, André convidou aquele que é “uma das suas maiores referências musicais e que a vida transformou em amigo”. “Ponto de Partida” revela uma enorme vitalidade criativa e uma vontade de olhar para a frente e de explorar uma nova sonoridade. São, ao todo, 11 temas, dos quais 3 foram revisitados e reinventados. André Sardet continua, assim, a provar como a sua música atravessa gerações e o seu público se renova.

IAN | “I Am”// IAN disponibilizou o seu novo álbum de originais “I AM” em todas as plataformas de streaming. Depois de dar a conhecer o single de antecipação “FIGHTER”, já podem ser ouvidas as nove faixas que compõem este novo trabalho de estúdio. O segundo longa-duração da sua discografia, sucessor de “RaiVera”, é, de acordo com a artista, “uma reflexão dos últimos dois anos e também uma reflexão do que se passa no presente”. Um disco carregado de significado pessoal, orquestrado de forma magistral, com uma narrativa que passa por entre a eletrónica suave à mais saturada, acompanhada sempre pela voz angelical de IAN e claro, com toques da mestria do seu violino. Através da voz da artista russa, que adotou Portugal há mais de 20 anos, chega uma obra carregada de justiça e verdade.

OS INTENCIONAIS | “Viver Aqui”// “Viver Aqui” é o single que se segue a “Não fujas de mim” (canção com cheiro a Verão, sobre a complicada relação entre o romance efémero e o desejo de amor eterno) e mais uma vez, Silva e Henrique olham para as duas faces da moeda. A coroa da felicidade e a cara do desânimo. Ou talvez seja o inverso. Em ambos os casos, há uma solidez precocemente invulgar na escrita e uma personalidade desde já reconhecível. Representar a beleza do comum e vulgar em canções pode parecer exercício de principiante, mas só está ao alcance de quem sabe fazer Cubos de Rubik sem abrir o YouTube – uma poção bebida de alguns dos mestres brasileiros em quem se inspiram. Os Intencionais têm essa valiosa e invulgar capacidade de descomplicar o difícil e fazer de equações de múltiplas incógnitas uma regra de dois simples. Há quem venha para a cidade em busca de oportunidades, mas também há quem parta no sentido contrário ao do trânsito, sem que, no fim, a distância constitua um problema. Há sempre uma saída e sobretudo o poder da música a unir pessoas, vontades e ideias. Foi assim que nasceram Os Intencionais. Francisco Marques Silva e Henrique Ribeiro Fernandes conheceram-se quando a família do primeiro fez as malas e se mudou de Lisboa para Vila Real de Santo António. Ambos já tinham histórico na música, na escola, em diferentes formações das quais fizeram parte, assim como da banda à qual Henrique pertenceu como trompetista. Amigos desde o começo da adolescência, congregaram esforços e começaram a escrever canções a quatro mãos, enquanto animavam noites algarvias com clássicos da folk americana, música portuguesa badalada, Beatles, Caetano Veloso ou Chico Buarque. O diálogo cresceu e em pouco tempo Os Intencionais – uma homenagem ao poeta “natural da vila” António Aleixo – tinham nome e repertório. O resto é o princípio da história de Silva e Henrique, hoje com 18 e 22 anos, respectivamente.

JOÃO SÓ | “E Não Só – Vol. I”// “E não Só”, o primeiro volume de colaborações a duas vozes, onde João Só se junta a talentosas mulheres, das quais se assume fã, chega hoje a todas as plataformas digitais. Ana Bacalhau, Bárbara Tinoco, Carolina de Deus, Teresinha Landeiro, Mimi Froes e a sua irmã Beni são as convidadas do “E Não Só — Volume I”. Este EP, que antecipa dois dos maiores concertos da sua carreira, que têm lugar já dia 17 de novembro no Casino de Espinho e de dia 23 de novembro no Casino Estoril, já conta com dois singles conhecidos. O primeiro ao lado de Bárbara Tinoco, “Eu não”, e o segundo, “Volta que eu aguento”, com Carolina de Deus. Em ambos os espetáculos será possível conhecer a viva voz alguns destes duetos, onde participarão algumas das convidadas deste primeiro volume, bem como do segundo. João Só explica que este disco tem um significado especial para si, pois “as mulheres nem sempre terão tido as mesmas oportunidades no mundo da música, nem sempre são vistas como fortes e igualmente capazes, o que me parece que não poderia estar mais longe da realidade. As mulheres são tudo isso e ainda carregam o peso do preconceito. Todas estas em que penso e que convidei para partilharem canções comigo vivem livres de pensamento, são criativas, imensamente talentosas e ajudaram-me a mim a ser muito melhor, sempre de forma tão abnegada e natural”.

DAVIDE LOBÃO | “outubro”// “outubro” é o novo trabalho de Davide Lobão, músico do Porto, voz e mente por trás de projetos como Chemical Wire, O Bisonte e Granada. Este novo disco chega-nos em nome próprio depois de se ter apresentado como O Diligente, que acabou por abandonar, porque “a diligência é uma coisa muito exigente” e o importante é “o valor que a amizade tem durante o processo de criação e na aprendizagem de quase tudo sobre a vida adulta”. E neste processo de aprendizagem, nasce um projeto em nome próprio e uma banda composta por Davide Lobão, Gualter Barros na bateria, Andrés Malta no baixo, Miguel Moura nos synths e José Vale na guitarra. Composto por 8 canções, com instrumental, música, letra e mistura de Davide Lobão, artwork de Catarina Araújo, “outubro” foi masterizado por Filipe Louro no Arda Recorders e é distribuído pelas Edições Valentim de Carvalho.

ISA LEEN | “água-mãe”// No seu novo single “água-mãe”, Isa Leen reforça esta ideia de consciência e de um afastamento do que é violento para a sua integridade enquanto mulher. Tudo isto enquanto trabalha numa reflexão sobre os temas do lar, das raízes e da maternidade. Inspirada pelo livro “A Confissão da Leoa” de Mia Couto, Isa Leen oferece-nos, na sua maturidade serena, um rugido sussurrado em paz com os seus ciclos, escrevendo em português e valendo-se da metáfora da água como um lugar seguro, de conforto, de família. Através da emoção na voz, a artista mergulha assim numa tranquilidade amniótica no seu processo de produção, chegando a um lugar onde a energia do hyperpop contrasta com a vulnerabilidade e assim ecoa pelo ritmo e pelo tempo, nas palavras da nossa língua-mãe. “água-mãe” está disponível nas plataformas de streaming, bem como o respetivo videoclipe, realizado por Ângela Bismarck e no café A Favorita, local emblemático da cidade, um espaço querido à artista e aos residentes da cidade, que reúne no mesmo espaço várias gerações de clientes, todos com um amor partilhado quer pelos produtos, como pelas pessoas. Este é o segundo single lançado por Isa Leen, tendo lançado, em julho de este ano, o tema “What do you see?”.

GOBI BEAR | “3”// Está disponível em todas as plataformas digitais e em CD, o novo álbum de Gobi Bear. “3” é o disco que marca o regresso à estrada de uma das mais prolíficas one-man bands portuguesas, com datas ao vivo a anunciar em breve. Após actuações em palcos tão diversos como o Festival Paredes de Coura, o Festival Bons Sons, a Casa da Música e o Cinema São Jorge, várias tours pela Europa e colaborações com nomes como Matt Elliott, Surma, Emmy Curl ou Russian Red, em “3”, é-nos apresentado um álbum no qual Diogo Alves Pinto toca todos os instrumentos para que nos concertos possa, sozinho, desconstruir as músicas em múltiplas camadas de guitarra e omnichord.
O primeiro single, “Where We Are”, foi mostrado já no final de 2021. O segundo, que acompanha o lançamento do álbum, chama-se Deepest Plains. O videoclip ficou a cargo da Katharina Leppert, que foi também responsável pelo artwork do disco. “3” conta com o apoio da SPA e da Direção Regional de Cultura do Norte e tem o selo da Planalto Records.

SILLY | “Água Doce”// Depois do sucesso do EP “Viver Sensivelmente”, Silly está de volta com um novo single. “Água Doce” vem acompanhado de um videoclipe que nos leva a conhecer a artista mais de perto, numa viagem às profundezas de São Miguel, Açores, onde a artista nasceu. Silly apresentou-se ao mundo com 5 faixas em novembro de 2021 e, desde aí, somos embalados por temas tão leves quanto intensos, repletos de metáforas que nos mostram o mundo pelos olhos da artista, numa mescla perfeita de instrumentos, como o piano e a guitarra, abraçados por sonoridades eletrónicas, de forma muito orgânica e experimental. “Viver Sensivelmente” viu a luz do palco pela primeira vez em Lisboa e no Porto, no Musicbox e no Maus Hábitos, respectivamente, e abriu caminho para um verão cheio de apresentações. A artista participou na edição de “No Princípio era o Verso” do Festival 5L, juntamente com Selma Uamusse, Tristany, EU.CLIDES, Mazarin, Mynda Guevara e TNT no Teatro de São Luiz. Seguiram-se as atuações no Suite Music Festival e ainda três festivais de verão: NOS Alive (Algés), Noites na Nora (Serpa) e Azores Burning Summer (Açores). “Água Doce” nasce no meio dos trilhos e do verde dos Açores, fruto de uma viagem à terra onde se sente verdadeiramente em casa. O novo single transporta a artista às suas raízes: “apesar de ter vivido lá pouco tempo da minha vida, sinto essa energia vulcânica e insular muito presente em mim”. Ainda sobre o single, “Água Doce descreve a sensação de estar só comigo, no meio do nada, onde fica mais fácil mergulhar e questionar algumas coisas que sinto”, explica Silly “É tudo eu e tudo Açores ali”. Durante um ensaio, com uma melodia e um trautear ao piano, Silly começou a escrever o tema e a ele juntaram-se Eduardo Cardinho no synth, Diogo Alexandre no loop de bateria que abre o tema (os dois elementos da sua banda), e ainda Fred, produtor e baterista de bandas como Orelha Negra e Banda do Mar, para alinhar a produção de todo o tema que, segundo a artista “sem dúvida, o levou para um sítio ainda mais bonito”. Já o videoclipe, personifica as suas raízes na natureza, na calma e pureza dos Açores. Uma viagem tão íntima captada pelas câmaras de Diogo Lopes e Dani K. Monteiro. “Água Doce” veio do meio do Atlântico e traz Silly de volta à costa, de uma forma tão autêntica e sublime.

[Nota: Todos os textos foram retirados dos comunicados enviados à redacção da Arte Sonora]