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11 de Setembro: 11 Músicas

11 de Setembro: 11 Músicas

Timóteo Azevedo

Os anos vão passando desde 11 de Setembro de 2001, reunimos 11 músicas relacionadas com o trágico acontecimento.

Em 2001 Nova Iorque e o mundo abalavam-se com o ataque e a queda das World Trade Center. O acontecimento marcou gerações, e inspirou um grande número de artistas a compor sobre o assunto. Esta é a nossa selecção.


Neil Young lançou “Let’s Roll” em Novembro de 2001. O nome da música é uma expressão que ganhou outro significado após o 11 de Setembro, simbolizando o sentimento de heroísmo e a força de ultrapassar situações difíceis. À semelhança de muitos outros artistas no pós-11/9, Neil Young embarcou no patriotismo americano.

 


Ao pensar num norte-americano patriótico é fácil de nos lembrarmos rapidamente de Bruce Springsteen. “The Risiging” foi lançada no álbum com o mesmo nome em 2002, e retrata a perspectiva de um bombeiro dentro das Torres. Todo o disco é centrado nos acontecimentos do 11 de Setembro, com o registo patriótico já conhecido de Springsteen.

 


“On That Day” foi lançada no álbum “Dear Heather” de Leonard Cohen, e é uma música com uma abordagem mais humilde e sem ódio ou demarcação patriótica. Para todos os efeitos, Cohen é canadiano.

 


Rod McMacdonald escreveu “My Neighbors in Delray” em 2001, que é uma canção onde é feita uma descrição dos terroristas como vizinhos que todos os dias cumpriam com a aparente “American Way”, que no fundo odiavam.

 


Amps For Christ é Henry Barnes, que lançou a música “AFC Tower Song” no álbum “The People At Large” em 2004, com uma abordagem ao 11 de Setembro num registo mais religioso.

 


Os Beastie Boys, nova iorquinos de gema, lançaram a “A Open Letter To NYC” em 2005 no álbum “To the 5 Boroughs” como um hino à cidade num pós-11/9 . “Dear New York, I know a lot has changed Two towers down but you’re still in the game”.

 


Os Wu-Tang Clan assumem atitude mais tough, numa música patriótica. “Who the fuck knocked our buildings down? Who the man behind the World Trade massacres, step up now”. Editaram “Rules” no álbum “Iron Flag” em Dezembro de 2001.

 


“I can’t see new York” é a música tributo de Tori Amos à queda das Torres, lançada no álbum “Scarlet’s Walk”.

 


Scott Walker tem uma das canções mais estranhas acerca do 11 de Setembro. “Jesse” é uma música que representa um pesadelo de Elvis Presley com o 11 de Setembro. Jesse era o nome do irmão gémeo nado-morto de Elvis. A música começa com um drone, e com uma tensão crescente, que Scott Walker refere sendo a aproximação dos aviões, e ouve-se o riff distorcido do início da música “Jailhouse Rock” de Elvis. É intensa.

 


Outra perspectiva incomum do 11 de Setembro, e que causou alguma polémica em seu torno. Não estivéssemos nós a falar dos Slayer, podia parecer estranho. À semelhança do que haviam feito com a “Angel of Death” em 1986, que se baseia nas experiências macabras do médico nazi Josef Mengel, a “Jihad” conta a história do 11 de Setembro na perspectiva de um terrorista.

 


Aguardo para o fim aquilo que é, para mim, o hino dos hinos. William Basinski filmou o cenário fumegante do atentado, durante a última hora de luz do dia 11 de Setembro de 2001. Durante a manhã desse dia, o artista teria acabado o seu projecto de transformar em formato digital fitas antigas de trabalhos seus, que estavam a começar a estragar-se com o tempo, durante o processo as fitas foram-se deteriorando, e daí resultou “The Disintegration Loops”, onde encontramos duas versões da peça. Durante o dia William Basinski sentou-se com os seus amigos no seu terraço em Brooklyn e assistiu ao colapso das torres ao som desta música, onde se ouve uma espécie de orquestra onírica a estiolar-se em câmara lenta durante uma hora. A música conjugada com as imagens é uma experiência verdadeiramente arrebatadora.