As escolhas de Rodney Holmes
Rodney Holmes passou em Portugal e conversou com a Arte Sonora sobre a sua carreira, o seu estilo e o seu equipamento. Numa longa entrevista que pode ser lida na íntegra na edição #24, deixou algumas dicas que partilhamos aqui.
Como é que um baterista consegue “encaixar” a sua sonoridade e que mudanças necessita de fazer ao instrumento, se as tem que fazer?
A maneira como eu afino a minha bateria, e as peles que uso, normalmente funciona em situações muito diferentes. Uso peles Coated Ambassador [Remo] ou Single-Ply Coated, o que é usado por muitos bateristas mais classic rock. Mas muitos bateristas de jazz mais clássico também usam! É uma questão de afinação. Escolho as peles e os pratos de modo a não ter de mudar muito de género para género – normalmente soam sempre bem em qualquer situação.
Quanto ao equipamento que usas, manténs-te sempre fiel à Tama?
O equipamento que eu escolho, escolho por causa da versatilidade. Consigo fazer qualquer coisa com a Tama que eu uso. Antes usava sempre Starclassic Maple, mas agora uso Starclassic Birch-Bubinga. Desde que estou associado à marca e sempre que preciso de alguma coisa, eles são impecáveis.
Entretanto, com a Meinl, desenhámos um prato de assinatura, chamado Spectrum Ride e o Spectrum Hihat. A ideia era ter um prato Ride que não servisse apenas para jazz ou apenas para rock. Queríamos algo como os pratos antigos, algo que servisse todo o propósito e que soasse bem, com um bell capaz de cortar a música, mas que conseguisse ter ressonância. Tal como o prato-choque, com suficiente projecção na necessidade de tocar coisas com mais volume, mas ser subtil também com beleza nos agudos. Resumindo, sempre usei o mesmo equipamento, com pequenas mudanças aqui e ali, mas basicamente é sempre o mesmo.
Consigo fazer qualquer coisa com a Tama que eu uso
Vai-se tornando algo incomum, actualmente, usar o grip tradicional como é o teu caso. Quais as vantagens desta escolha?
Foi assim que aprendi! O professor de música que eu tive tocava todos os instrumentos, porque tinha de ensinar aos miúdos isso mesmo – todos os instrumentos. E era assim que ele tocava bateria, de uma forma muito tradicional. E muitos dos meus bateristas preferidos usavam grip tradicional: Tony Williams, Elvin, Mitch Mitchell, o Bonham não usava!… Para mim parecia a maneira certa de tocar. Basicamente foi a maneira como aprendi e se usar um grip diferente, não tenho as mesmas ideias, a mesma sensibilidade e mesmo versatilidade… não me soa bem. É psicológico, diria.
Rodney Holmes falou-nos ainda sobre o seu trabalho a solo, as suas preferências nas baquetas e também sobre a sua aprendizagem do instrumento. Podes também ver todo o kit que o baterista utilizou no workshop na Music Factory.