Liberty Big Band, acordes pós-laborais
Depois de um dia de trabalho há quem combine com os colegas de trabalho um jogo de futebol, umas compras, beber um copo… mas há empresas em que colegas de trabalho se juntam para… fazer música!
O festival Brands Like Bands, com a segunda edição este ano, deu a oportunidade a essas bandas de subirem a palco e de mostrarem que o tempo em que os funcionários de “colarinho” eram uns “quadrados” aborrecidos já lá vai. Luís Cardoso, mentor da Liberty Big Band, conta-nos como se faz rock “fora do expediente”.
Como surge um projecto como este?
A Liberty Big Band nasceu da vontade de duas pessoas (eu e o Hélio) de criar um projecto musical para o centenário do Liberty Mutual Group, em 2012. Desde o início que a LBB foi acarinhada e adoptada pela Liberty como um projecto da empresa.
Numa banda nascida entre amigos, com gostos em comum, a escolha do set será mais simples. Como fazem esse compromisso?
Na banda existem muitos gostos diferentes, como é natural numa banda que tem 10 elementos. Há diversas tendências, desde ao rock mais mainstream, à música portuguesa, às correntes mais heavy, ao jazz e ao rock progressivo. O nosso repertório, que até ao momento é só de covers (embora estejamos a trabalhar num projecto de originais), acaba por ser constituído pelos temas com que nos identificamos e com que nos sentimos à vontade, sejam eles o “Pato”, de João Gilberto, ou o “Nothing Else Matters”, dos Metallica. O critério é não cair no pimba (o Bruno e a Manuela Azevedo que me perdoem…), nem na facilidade, e criar uma versão que tenha valia musical e se adapte ao nosso set como banda.
Essas valências, que são importantes numa banda, passam pela criatividade, pela capacidade de chegar a consensos, respeitar os outros, trabalhar para o colectivo, resistência ao stress e saber estar em público.
Qual a mais-valia de um projecto destes numa grande empresa como a Liberty?
Este projecto, como outros que a Liberty desenvolve (estou a pensar nos espectáculos de Natal e outros, que são integralmente feitos com a prata da casa), são ocasiões para desenvolver as pessoas além das aptidões profissionais mais óbvias. Essas valências, que são importantes numa banda, passam pela criatividade, pela capacidade de chegar a consensos, respeitar os outros, trabalhar para o colectivo, resistência ao stress e saber estar em público – além das valências musicais propriamente ditas. E, há que dizê-lo com frontalidade, também proporciona excelentes momentos de convívio!
E quando actuam, a empresa “dá” o dia ou, pelo menos, a manhã do dia seguinte, para recuperarem do rock n’ roll?
É uma boa sugestão, que vou encaminhar para a Direcção de Gestão e Suporte ao Talento…
Hipoteticamente, se tiverem um excelente músico que, na empresa, está com o lugar em risco, ajudam-no na sua produção laboral, de forma a mantê-lo na banda?
Bom, depende porque é que o emprego está em risco… Se forem questões de ética, por exemplo, está fora de causa. Se for só acréscimo de trabalho, há sempre entreajuda nas equipas e a banda também se adapta de forma a conseguir os melhores horários para ensaiar, por exemplo.
E o Brands Like Bands. Que tal?
É uma excelente iniciativa que, tanto quanto sei, é inédita em Portugal e no Mundo. Esta divulgação, e o convívio entre as bandas, é um incentivo a que se criem mais bandas de empresa e que as que existam venham para a luz do dia. E, além do mais, o apoio à Orquestra Geração dá um cunho de solidariedade à iniciativa.
A Liberty Big Band, abriu-nos as portas a um ensaio e à sua rendição de “Don’t Know Why”, de Norah Jones.