O Renascimento de Josh Rand
O guitarrista dos Stone Sour fala-nos sobre o álbum “Hydrograd”, equipamento predilecto, estudos universitários e a recente sobriedade.
Os Stone Sour editaram o novo álbum “Hydrograd” no verão de 2017. Em seguimento, entraram em digressão pelos Estados Unidos com Ozzy Osbourne na Primavera de 2018 e agora apresentam-se em Portugal no dia 11 de Julho. Em antecipação ao concerto, a Arte Sonora trocou algumas palavras com o guitarrista Josh Rand sobre o mais recente álbum da banda, o seu equipamento predilecto, estudos universitários e a recente sobriedade.
Como é que está a correr a digressão de “Hydrograd”?
A digressão está a ser excelente porque estamos na melhor altura do ano para dar concertos. Estar na Europa durante o Verão é fantástico e tem sido tudo muito bom.
Como foi o processo/inspiração por trás de “Hydrograd”?
Basicamente, o processo começou um ano e meio antes de realmente começarmos a gravar o álbum. Primeiros criámos demos de músicas na casa do Roy, sempre que o Corey tinha uma pausa entre as digressões com os Slipknot, e durante o período desse ano aglomeramos várias faixas. O foco principal era gravar ao vivo, todos nós dentro de um grande sala a disparar as músicas, e foi isso mesmo que fizemos. Foi inspirador. Todos os dias fazíamos as mesmas perguntas: Como é que podemos melhorar esta música? Que direcção ou estilo podemos seguir?
Os Stone Sour abriram concertos para o Ozzy Osbourne. Como é que surgiu a oportunidade?
Honestamente, apenas nos submetemos para a digressão, tal como muitas outras brandas. Também ficámos surpreendidos quando o Ozzy nos escolheu. Afinal, é o Príncipe das Trevas, o padrinho do heavy-metal.
Gostaríamos de saber quais são a tuas escolhas específicas. Que gear usas?
Toco praticamente com todos os modelos de guitarras Ibanez, utilizo pickups DiMarzio Evolution, cordas D’Addario e os amplificadores são Hughes & Kettner TriAmp Mark III.
Se tivesses a oportunidade de criar um modelo de assinatura, como seria?
Provavelmente seria a minha Hot Pink ou a Black Polka Dot Custom Shop Ibanez Talman. É mais ou menos a minha guitarra de assinatura. Muitas pessoas perguntam-me se vão fazer um modelo de produção dessa guitarra. Posto isto, espero que essa produção se torne uma realidade.
Estás satisfeito com os teus endorsers?
Adoro a posição actual com os meus endorsers. Estou com a Ibanez desde 2001 e com a H&K desde 2005. Basicamente, dão-me tudo o que preciso.
Apesar de inicialmente tocares baixo, passaste para a guitarra quando tinhas 17 anos. Porquê?
Não diria que o baixo era ou é fácil, porque ainda continuo a compor muitas coisas no baixo. Acho que simplesmente queria tocar guitarra em modo shred. Dou crédito ao meu início no baixo, porque me fez desenvolver a força nas mãos o que, posteriormente, facilitou o toque na guitarra. Tal não teria acontecido se tivesse começado logo com a guitarra.
Estavas a frequentar um mestrado em guitarra na Berklee College of Music. Como é que está a correr?
Se tudo correr bem, termino-o durante o Inverno. Só me falta um módulo, o JAZZ 101. Mas é demasiado difícil ir às aulas enquanto estou em digressão. Tentei durante a digressão “House of Gold & Bones” e quase reprovei porque não conseguia ter tempo suficiente para tirar o máximo proveito do mestrado.
Às vezes, fazemos más escolhas e más decisões, mas está nas nossas mãos rectificá-las.
No início deste ano quebraste a dependência ao álcool e xanax. Como é que te sentes após essa luta?
Na verdade foi bastante simples. Estava cansado desse sentimento terrível. As coisas atingiram um ponto de ruptura em “Shipped Rocked”, e nesse momento decidi que precisava de fazer uma mudança pessoal. Tornei-me numa pessoa que nunca quis ser, por isso eliminei o ego e procurei ajuda. Consegui melhorar rapidamente porque fiz isto por mim, não fui forçado por ninguém. Estava 100% concentrado em sentir-me melhor e actualmente já me sinto.
Algum tipo de mensagem ou conselho direccionado às pessoas que estão a passar por uma situação semelhante?
Não tens que sofrer todos os dias, acredita. Conheço o cansaço e a depressão. Mas a verdade é que a mudança está nas tuas mãos e pedir ou procurar ajuda não significa que és uma pessoa fraca. Somos todos humanos. Às vezes, fazemos más escolhas e más decisões, mas está nas nossas mãos rectificá-las.
Ainda é cedo mas… Podemos antecipar nova música dos Stone Sour?
Possivelmente, poderá existir um álbum acústico ao vivo no próximo ano… Mas vamos ter que esperar para saber.