Entrevista com Paulo Furtado
Aquando o lançamento de Femina [The Legendary Tigerman] aproveitámos a entrevista para questionar Paulo Furtado sobre as suas opções de material.
Tu és um aficionado do rock n’roll e pergunto se és um aficionado da guitarra eléctrica. Tens muitas? Ou tens as que querias?
Tenho bastantes (risos)…! Neste momento gosto muito de tocar com as Gretsch e a sonoridade acaba por ser a que mais se adequa ao que eu estou a fazer neste momento. Mas tenho uma série de guitarras. Eu gosto muito de guitarras que, aparentemente, não são muito boas mas depois acabam por ter sempre uma utilidade muito grande em estúdio, em determinadas sonoridades…
E efeitos, o que é que usas?
Efeitos… uso uma grande quantidade de efeitos. Eu separo o som com AB boxes e das quais uma vai como pode, para onde pode – cujo som normalmente é muito mau, mas aquele mau é um mau que me interessa, neste caso; outra via vai a um copycat, um tape-delay antigo, que vai a um amp Gibson, depois dois HH, um de guitarra e um de baixo, que estão ligados a uma coluna que está em estéreo e aí depois vão uma série de efeitos diferentes conforme as músicas, tanto delay’s como um pedal Vox de distorção, um micro-sinthetizer, um bass balls [electro-harmonix]… Essa via que vai ao amp de baixo, acabo por a tratar como se fosse o amp de um baixista, basicamente, e depois os outros efeitos de guitarra é para que a coisa, sendo apenas uma pessoa, tenha mais corpo e, de certo modo, distinga o baixo da guitarra.
Há músicas que só precisam que tu ligues a guitarra certa ou o amp certo e está aí a sonoridade certa para essa música
Mudas muito o equipamento que usas de Legendary para WrayGunn?
Sim, sim, sim… aliás, julgo que em WrayGunn, muito possivelmente no próximo disco irei usar só dois AC30, com muito poucos efeitos… uma coisa mais old school. É porreiro teres muitos pedais e muitas coisas para poderes usar se precisares, mas o que é um facto é que há músicas que só precisam que tu ligues a guitarra certa ou o amp certo e está aí a sonoridade certa para essa música. Isso é uma coisa de que eu, normalmente, nunca me esqueço e a que eu gosto sempre de voltar quando sinto que é necessário.
Foto: Pedro Mendonça