Process Of Guilt, Orfismo
Os Process Of Guilt em entrevista, numa retrospectiva sobre a composição, som e conceptualidade de “Black Earth”.
Os Process Of Guilt regressaram aos álbuns em Setembro de 2017, com “Black Earth”, o seu quarto longa duração. Tal como sucedeu como antecessor “Faemin”, o novo trabalho foi também misturado por Andrew Schneider, nos Acre, em Nova Iorque, e masterizado por Collin Jordan, em Chicago, no The Boiler Room, tendo começado a ser gravado em Outubro de 2016, após o ciclo encerrado com o split com Rorcal, para o qual a banda portuguesa gravou o tripartido “Liar”, que foi alvo de conversa com a AS (a ser relembrada AQUI).
A edição surgiu através da Bleak Recordings e Division Records. Hugo Santos (voz/guitarra) e Gonçalo Correia (bateria), passaram pela redacção da AS para fazer uma retrospectiva a todo esse processo e ainda abordar questões conceptuais a respeito de “Black Earth”. Começando pelo título, que «pode servir como metáfora para muita coisa que está mal neste mundo. Foi nesse óptica que foi escolhido. O disco reflecte sobre muito do que está errado ao nível das decisões que cada um toma. Uma reflexão a respeito do nosso lugar “aqui” e do que fazemos com o outro e, em última análise, qual a nossa relação com a terra e com aquilo que nos rodeia», refere Hugo Santos.
O frontman do quarteto explica o desenvolvimento lírico, evocando um processo que se repete a cada álbum da banda, no qual as palavras são procuradas através do seu impacto fonético: «Procurei encontrar expressões e uma temática lírica que se adequasse à música que estava a ser feita. Os temas são um bocado mais profundos, por vezes mais honestos e noutras mais obscuros. Há uma preocupação muito maior com adequar determinada sonoridade, de determinada palavra, a um determinado riff. Como tem sido feito desde o início».
Sabemos que quem nos segue espera música contundente
A composição da capa tem suscitado uma admiração particular. A AS, tal como muitos outros meios, elogiou amplamente esse aspecto. Parece criar a noção de uma entidade feminina, da Terra, algo órfica. «Até para isso houve uma espécie de pré-produção, com o Pedro Almeida. Combinámos fazer algumas experiências, até para recolher elementos para o artwork e, por acaso, de uma imagem que vejo onde nada o faria prever, conseguimos desenvolver toda a imagética para o “Black Earth”, que vem de um sítio particular e de uma espécie de instalação que fizemos. É obscura, parece uma coisa mas, depois, é outra. Acaba por ser algo familiar também», explica uma vez mais o vocalista.
Na entrevista, entramos dentro do processo de composição, gravação e pós-produção. Disparem o player.